sábado, 25 de janeiro de 2014

Fenômenos Estranhos


"Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem", dixit Cicero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II"Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem", dixit Cícero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II. Essa passou a ser a divisa do Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina do Porto que se tornou, ao tempo de J. A. Pires de Lima, um centro de estudos de teratologia descritiva. Que fazer dos nado-mortos, senão autópsias? Que fazer do conceito biométrico de anomalia, ou do conceito estatístico de normalidade?

É verdade. Para ver basta ter olhos. Olhar exige muito mais: é necessário discernir o visível de si próprio, distinguindo nele planos em profundidade e em largura, delimitar formas, observar mudanças e seguir movimentos. Olhar acaba por ser impôr objectivos ao visível e, pouco a pouco, a fazer dele objectos.
A ciência tal qual é. A ciência pura. Puros fantasmas ao serviço de. Agamben, ao fazer a genealogia do conceito de vida, conclui que em toda a medicina grega não há um conceito médico-científico, como se pensa, mas um conceito filosófico-político. "O homem é o ser vivo que não tem nenhuma vocação biológica, histórica, etc.. É um ser de potência que não se identifica com nenhuma figura determinada" (Guerreiro).
O fantasma da inquisição é a pureza da fé. Que destino tiveram os judeus e os ciganos, mas também os atrasados mentais e outras criaturas consideradas como desvios à "raça pura"? Onde nos levará o horroroso culto da uniformização em que todos temos de corresponder a um formato? A que fantasma serve a ciência? De que "vida" se ocupa? Que formas de eugenismo dissimula desde Francis Galton (1890/1962) que defende o apuramento da raça humana através de cruzamentos selectivos? (Agamben). Não teremos entrado há muito na projecção aterrorizadora de uma forma de eugenismo, não ideológico - aquele que designaria categorias de pessoas que não merecem viver - mas técnico? Não se terá a técnica separado da ciência que servia a Vida, que, essa, fala em verdade? Não estará o próprio discurso ético a alinhar-se com o discurso técnico, sob pretexto de caridade: fazer as coisas o melhor possível? Barbosa Sueiro fala, a propósito da anatomia, de "finalidade utilitária - mas de virtuoso utilitarismo".
"O monstro reflecte sempre uma determinada ordenação do mundo, seja este natural ou cultural. Eles são a ruptura da ordem em que cristalizam valores sociais e formas de conhecimento. Produz sentimentos e reacções contraditórias: medo, temor, asco, mas também prazer e lubricidade. Parte às vezes de uma cultura demonológica, outras vezes representação do exótico, do desconhecido, do estranho. Ou se manifesta de forma lúdica (lusus naturae), carnavalesca, ou transporta consigo o estigma da admonição (Deus Irae). O monstro não é só o negativo de formas variadas, mas também de graus diferentes de civilidade. Ambíguo, portanto (Mourão). O recurso à Antiguidade tem aqui alguma pertinência. A definição aristotélica de monstro (teras): "Aliás aquele que não se parece com os pais é já, de certa maneira, um monstro porque, neste caso, a natureza se afastou do tipo genérico" (Aristóteles). Um andrógino é um prodígio que publicamente deve ser exposto como sinal maléfico que o Estado deve fazer desaparecer. Levou tempo para que se passasse a uma outra atitude: interpretar o fenómeno como um erro da natureza, uma má-formação anatómica rara, mas explicável. Os seres dotados dos dois sexos serão vistos como um jogo da natureza, é o que Plínio o Velho explicitamente diz. A bixexualidade foi recebida primeiro como monstruosidade, ameaça, depois como fenómeno explicável e finalmente tolerado, recuperado como um "bem" de consumo (Bisson).
A norma anatómica (Sueiro, 1950) faz lei. "Monstra vero per excessum sunt", escreve Vandelli (1776). Porém, o normal foi sempre a crux da ciência. As normas são essenciais aos discursos que animam a vida social. A sua constituição esquemática explica o impacto afectivo que acompanha a sua aparição discursiva. A norma parece exigir uma boa distância, da parte das ocorrências que ela avalia, e que não devem tomar o seu lugar. As normas manifestam uma sensibilidade dupla, correspondendo a uma topologia com duas entradas (pouco/assaz/demasiado), que regula os comportamentos aproximativos, nomeadamente a imprecisão exigida, de todos os fenómenos normativos, do domínio da gramática ao da jurisdição. Mas, em último caso, na norma trata-se da estabilização do imaginário através da referência ao semelhante, mecanismo que caracteriza a identificação categorial e analógica, diz P. A. Brandt.
Não obstante, mesmo entre cientistas o conceito de norma está sujeito a discussão. Carlos May Figueira (1864) considera impossível aceitar a ideia de Pareo, segundo a qual haveria hermafroditas com dupla aptidão geradora. Geoffroy Saint-Hilaire (fundador da teratologia em bases científicas) tem a melhor classificação: "hermafroditas com excesso e sem excesso). Para Luís Guerreiro (1921) o corpus da anatomia é o corps - cadáver. E, no entanto, tudo isto é considerado Biologia.
É fácil identificar um monstro. É fácil idealizar a forma humana, as suas variações musculares. Para o naturalista a vida não tem mistérios, tão bem ele vê, tão bem educou o senso crítico. Não será então necessário bem ver para melhor compreender? Se não podemos negar ao corpo medical uma existência histórica, científica ou ideológica, é pelo menos necessário reconhecer que esse corpo não é todo o corpo (quer dizer o todo duma imaginação do seu real) e trabalhar pelo menos com o mínimo de imaginário com que Valéry tentava descobrir nele funções figurativas, ordens fantasmáticas.
Todo o discurso médico contemporâneo, higienista e moral, de que as bonecas de Pierre Spitzner são uma espécie de caricatura, apoia-se num catálogo desordenado das aberrações de imagens do corpo (Schefer). Para lá das aberrações iconológicas, é necessário notar que a "escrita" médica não tende a fazer significar algo ao corpo. E não se esqueça o seguinte: "From the point of view of the subject, the representation of the body, even when narrowly biological, is always an image of the self: identity, genealogical resemblance, cultural norm and configuration, etc.” (Abel)”. E todavia, haverá, no discurso dos saberes, discurso mais marcado por uma espécie de regularidade do fantasma (o do corpo como objecto, como labirinto, etc.) do que o discurso da medicina?

O Patrono da Ordem Demolay







O nome da ordem tem origem em um homônimo, Jacques Demolay, nascido na França em 1244, que aos 21 anos uniu-se à Ordem dos Cavaleiros Templários, também conhecida como Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.

Os Cavaleiros Templários foram uma organização sancionada pela Igreja Católica Romana em 1128, para proteger os caminhos que ligavam Jerusalém a Acre (atualmente corresponde à cidade de Akko, porto de Israel situado a Norte da Baía de Haifa, no Mediterrâneo). A Ordem dos Templários participou das cruzadas e ganhou renome por seu valor e heroísmo.

Com muitos nobres e governantes enviando seus filhos para unirem-se aos Templários, a Ordem também se tornara muito rica e popular por toda a Europa.

Em 1298, Jacques DeMolay, foi nomeado o Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários, posição esta de grande prestigio e poder. Como Grão-Mestre, no entanto, também estava em uma posição difícil. As Cruzadas não haviam alcançado seus objetivos. Os Sarracenos, não cristãos, haviam derrotado os Cruzados em uma batalha e capturado várias cidades e pontos geográficos vitais. Os Cavaleiros Templários e os Hospitaleiros (uma outra Ordem de Cavaleiros) foram os únicos grupos remanescentes do confronto com os Sarracenos.

Os Templários decidiram por se reorganizar e recuperar suas forças. Eles viajaram para a ilha de Chipre, esperando o suporte popular para uma nova Cruzada.

Todavia, ao invés do suporte popular esperado, os Templários atraíram a atenção de poderosos governantes, interessados na riqueza e no poder da Ordem. Em 1305, Felipe, o Rei da França, passou a dedicar-se a obter o controle sobre os Cavaleiros Templários. Até então, eles haviam sido controlados somente pela Igreja. Para prevenir um aumento do poder clerical, Felipe decidiu assumir o controle sobre a Ordem.

O ano de 1307 assistiu o início da perseguição aos Templários. Jacques DeMolay, juntamente com centenas de outros Cavaleiros, foi preso e atirado às masmorras. Por sete anos, eles sofreram torturas em padeceram nas condições desumanas do cárcere. Como os Templários não se acabavam, o Rei conseguiu forçar o Papa Clemente a condenar os Cavaleiros. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e foram dadas aos partidários de Felipe.

Durante anos de tortura, Jacques DeMolay continuou leal aos amigos e aos Cavaleiros. Ele recusou-se a revelar a localização dos tesouros da Ordem e a denunciar seus companheiros. Em 18 de março de 1314, DeMolay foi julgado por um tribunal especial. Como evidência, a corte baseou-se em uma confissão forjada, supostamente assinada por DeMolay.

Jacques DeMolay repudiou a confissão forjada. Pelas leis daquela época, o repudio de uma confissão era punível por morte. Outro Cavaleiro, Guy de Auvergne, assim mesmo, repudiou sua própria confissão e ficando ao lado de DeMolay. O Rei Felipe ordenou que ambos fossem queimados vivos naquele mesmo dia.

Apesar de tudo o que sofreu, DeMolay nunca renegou sua fé nem traiu seus companheiros, sendo, até hoje, considerado um exemplo de honra, lealdade e amizade.

domingo, 12 de janeiro de 2014

O Anjo Rebelde


No Período de Saturno, a Terra em formação era escura; Calor, que é a primeira manifestação do sempre invisível fogo, era o único elemento então manifestado; a humanidade embrionária era como mineral, o único reino inferior da vida evoluinte. Unidade era observada por toda a parte a os Senhores da Mente, que eram humanos, formavam uma unidade entre si.

Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental falamos do mais alto Iniciado do Período de Saturno, como O Pai.

No Período Solar, o princípio de um novo elemento, Ar, foi desenvolvido a unido ao verdadeiro fogo, o qual, note novamente, é sempre invisível a manifestou-se como calor no Período de Saturno. Então, o fogo explodiu em chamas, e o mundo escuro tornou-se uma resplandecente bola de névoa ígnea luminosa em virtude da palavra de poder: "Que se faça luz ".

Convém que o estudante pondere bem a relação entre fogo a chama; o primeiro está adormecido, invisível em todas as coisas e, por várias maneiras, é convertido em luz: pelo golpe de um martelo na pedra, pela fricção da madeira contra a madeira, por combinação química, etc. Isto nos dá um indício da identidade a estado do O PAI, "a quem nenhum homem jamais viu" mas que é revelado na "A Luz do Mundo", o Filho, que é o mais alto Iniciado do Período Solar. Como o fogo invisível é revelado na chama, assim também a plenitude do Pai habita no Filho a Eles são Um, como o fogo é Um com a chama na qual se manifesta. Esta é a origem de toda verdadeira adoração ao Sol ou ao Fogo. Todos vêem além do símbolo físico a adoram "Nosso Pai que está no céu". Os Maçons Místicos de hoje conservam essa fé no fogo tão firmemente como sempre.

Por conseguinte, vemos que a Unidade que prevaleceu no Período de Saturno prosseguiu no Período Solar. A humanidade comum daquele tempo havia já evoluído até a glória dos Arcanjos; alguns eram mais avançados que outros, mas não havia antagonismo entre eles. A humanidade atual tinha avançado para um estágio análogo ao do vegetal a encontrava-se um pouco acima da nova Onda de Vida começada no Período Solar, e a unidade também aqui prevalecia.

No Período Lunar, o contato da esfera aquecida com o Espaço frio gerou umidade e a batalha dos elementos começou com todo seu ímpeto. A ardente bola de fogo procurava evaporar a umidade, forçá-la para fora e criar um vácuo no qual pudesse manter sua integridade e arder tranqüilamente. Mas não há e nem pode haver vazio na natureza, assim, a corrente expelida condensou-se a certa distancia da bola ardente, e foi de novo impelida para dentro pelo frio do Espaço, para ser novamente evaporada e expelida para fora, em um incessante giro que se manteve por eras e eras, como um jogo de peteca entre diversas Hierarquias de Espíritos que compunham os vários Reinos de Vida, representados na Esfera-Fogo e no Espaço Cósmico, que são uma expressão do Homogêneo Espírito Absoluto. Os Espíritos de Fogo estão trabalhando ativamente para obter um aumento de consciência. Mas o Absoluto repousa sempre revestido pelo invisível traje do Espaço Cósmico. N'Ele todos os poderes e possibilidades estão latentes, e Ele procura desencorajar e reprimir qualquer tentativa de gastar a força latente que, como energia dinâmica, é necessária na evolução de um sistema solar. Água é o agente que Ele usou para apagar o fogo dos espíritos ativos. A zona entre o centro ardente do separado Espírito Esfera e o Ponto onde sua atmosfera individual encontra o Espaço Cósmico, é o campo de batalha dos espíritos evoluintes, nas diversas etapas de evolução.

Os Anjos atuais eram humanos no Período Lunar, e o mais alto Iniciado é o Espírito Santo (Jeová).

Da mesma forma que a nossa humanidade e os outros Reinos de Vida na Terra são diversamente afetados pelos elementos presentes, porque alguns gostam de calor, outros preferem o frio, alguns desenvolvem-se na umidade e outros necessitam de aridez, assim também entre os Anjos do Período Lunar, uns tinham afinidade com a água, outros a detestavam e amavam o fogo.

Os contínuos ciclos de condensação e evaporação da umidade que circundava o centro ígneo causaram, conseqüentemente, a incrustação, e o propósito de Jeová foi moldar esta "terra vermelha", traduzido Adam, em formas que pudessem encarcerar e extinguir os espíritos no fogo. Para este fim, Ele pronunciou o fiat criador, e os protótipos do peixe, da ave e de todo o ser vivente apareceram, incluindo mesmo a primitiva forma humana, e estas formas foram todas criadas por Seus Anjos. Assim, Ele desejou fazer, subservientes à Sua vontade, tudo o que vive e se movimenta. Contra este plano, uma minoria de Anjos rebelou-se. Eles tinham grande afinidade com o fogo para suportar o contato com a água, e recusaram-se a criar as formas como lhes foi ordenado. Por isso, privaram-se de uma oportunidade de evoluir através das linhas convencionais, e tornaram-se também uma anomalia na natureza. Além disso, tendo repudiado a autoridade de Jeová, tiveram que conseguir sua própria salvação, à sua maneira. Como isto foi conseguido por Lúcifer, seu Grande Líder, será esclarecido nos capítulos seguintes. Por enquanto, é suficiente dizer que no Período Terrestre, quando vários planetas foram diferenciados para proporcionar ambiente adequado à evolução para cada classe de espíritos, os Anjos, sob Jeová, foram enviados para trabalhar com os habitantes de todos os planetas que possuem Luas, enquanto os espíritos de Lúcifer fizeram sua morada sobre o planeta Marte. O Anjo Gabriel é o representante na Terra da Hierarquia Lunar, presidida por Jeová; o Anjo Samael é o embaixador das forças Marcianas de Lúcifer. Gabriel (que anunciou a Maria o próximo nascimento de Jesus) e seus anjos lunares são, portanto, os dadores da vida física, enquanto Samael e as hostes de Marte são os Anjos da Morte.

Deste modo, originou-se a discórdia na obscura aurora deste Dia Cósmico, e o que vemos hoje como Franco-Maçonaria é uma tentativa das Hierarquias de Fogo, os espíritos de Lúcifer, para trazerem a nós o encarcerado espírito "Luz", a fim de que, através dele, possamos ver e conhecer. O Catolicismo é uma atividade das Hierarquias de água, por isso coloca na porta de seu Templo a "Água Benta", para extinguir os espíritos que procuram a luz e o conhecimento, e para incutir fé em Jeová.

O equinócio da primavera se dá no primeiro ponto de Áries, não importa em que constelações o Sol se encontre por precessão. Assim também o ponto onde o átomo-semente humano vem do mundo invisível e é conduzido pelo Deus Lunar da Geração, Jeová, por intermédio de Seu embaixador, o Anjo Gabriel, é esotericamente o primeiro ponto de Câncer. Este é o signo Cardeal da Triplicidade aquosa, e é regido pela Lua. Aí, a Concepção acontece; mas, se a forma fosse construída de água e somente de suas concreções, ela nunca poderia chegar a nascer. Portanto, quatro meses depois, quando o feto alcança o estágio de desenvolvimento correspondente ao segundo signo da triplicidade aquosa, Scorpius, o oitavo signo, que corresponde à casa da morte, Samael, o intrépido embaixador dos Espíritos de Lúcifer, invade o domínio aquoso da Hierarquia Lunar e introduz a centelha ígnea do espírito na forma inerte para fermentá-la, vivificá-la e moldá-la em uma expressão de si mesma.

Lá, o Cordão Prateado que cresceu do átomo-semente do corpo denso (localizado no coração) desde a concepção, é unido à parte brotada do vórtice central do corpo de desejos (localizado no fígado), e quando o Cordão Prateado é ligado pelo átomo-semente do corpo vital (localizado no plexo solar), o espírito morre para a vida no mundo supra-sensível e vivifica o corpo que vai usar na próxima vida terrena. Esta vida terrena dura até que o curso dos acontecimentos simbolizados na roda da vida, o horóscopo, tenha decorrido; e, quando o espírito alcança novamente o reino de Samael, o Anjo da Morte, a mística 8a Casa, o cordão prateado é desatado e o espírito, que foi dado por Deus, retorna a Ele, até que a aurora de um outro dia de Vida na Escola da Terra lhe indique um novo nascimento, aonde possa ganhar mais proficiência nas artes e ofícios da construção do templo.

Cerca de cinco meses após o ato vivificante, quando o último dos signos aquosos, Pisces, já passou, o representante dos espíritos de Lúcifer, Samael, focaliza as forças do signo ígneo, Áries, no qual Marte é polarizado positivamente. de maneira que, sob o impulso de sua energia dinâmica, as águas do útero são expelidas e o espírito cativo é libertado para o mundo físico, para lutar a batalha da vida. Ele pode bater cegamente sua cabeça contra as forças Cósmicas representadas pelo primeiro dos signos de fogo, Áries, o Carneiro, que é um símbolo da força bruta com que as raças mais primitivas suportavam problemas da vida; ou pode adotar o método mais moderno da astúcia, como um meio de alcançar o domínio sobre outros, cuja característica é indicada no segundo dos signos de fogo, Leo, o Leão, o rei dos animais; ou pode erguer-se acima da natureza animal e apontar para as estrelas com o arco da aspiração espiritual, representado pelo último dos signos de fogo, Sagittarius, o Centauro. O Centauro está precisamente na frente do signo aquoso Scorpius, uma advertência de que aquele que tentar alcançar aquele último estágio e afirmar seu direito divino de escolha e prerrogativa como "Phree Messen", um filho do Fogo e da Luz, sentirá por certo a ferroada do Escorpião no seu calcanhar, o que o incentivará a ir em frente, pelo caminho onde o homem se torna "sábio como serpentes". Desta classe é que a Maçonaria Mística arregimenta homens que têm a indômita coragem de ousar, a inquebrantável energia de fazer, e o diplomático discernimento de saber calar.

Quem foi Albert Mackey?







o caraQuem foi Albert Mackey?

Alguns autores e obras são citados constantemente na maioria dos livros pela sua importância cronológica e, mais ainda, pela contribuição imprescindível que deram na organização de nossa instituição. Poderíamos mencionar os trabalhos eternos de Joseph Paul Oswald Wirth, Robert Freke Gould, George Kloss, William Hutchinson, René Guénon, Wilhelm Begemann, Eliphas Levy, Alec Mellor e tantos outros não menos importantes. Trataremos aqui, de maneira breve, da obra de Albert Gallatin Mackey, possivelmente, o mais citado de todos os autores, fato este que se deve a especificamente um de seus legados.

O americano Albert Gallatin Mackey talvez tenha sido o mais importante historiador e jurista maçônico que aquela nação já produziu. Segundo seus próprios compatriotas, até hoje não se avaliou adequadamente as conseqüência que seus trabalhos tiveram sobre a maçonaria, não só americana, mas também de todo o mundo.

Dos Irmãos Americanos que conquistaram fama internacional no mundo maçônico, vários foram escritores cujos trabalhos ajudaram na formação e na extensão da luz maçônica, dentre estes nenhum escreveu tão volumosamente como o fez Mackey.

Nascido em 12 de março de 1807 na cidade de Charleston no estado americano da Carolina do Sul, Albert Mackey graduou-se com honras na faculdade de medicina daquela cidade em 1834. Praticou sua profissão por vinte anos, após o que dedicou quase que completamente sua vida à obra maçônica.

Recebeu o grau 33, o último grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, e tornou-se membro do Supremo Conselho onde serviu como Secretario-Geral durante anos. Foi nesta época que ele manteve uma estreita associação com outro famoso maçom a americano, Albert Pike.

Participou como membro ativo de muitas lojas, inclusive a legendária “Solomon's Lodge No. 1,” (http://www.solomonslodge.org/main.htm), fundada em 1734, que é, ainda hoje, a mais famosa e mais antiga loja operando continuamente na América do Norte. Ocupou inúmeros cargos de destaque nos mais altos postos da hierarquia maçônica de seu país.

Pessoalmente o Dr. Mackey foi considerado encantador por um círculo grande de amigos íntimos. Seu comportamento representava bem o que, entre os americanos, é chamado de cortesia sulista. Sempre que se interessava por um assunto era muito animado em sua discussão, até mesmo eloqüente. Generoso, honesto, leal, sincero, ele mereceu bem os elogios e qualificações que recebeu de inúmeros maçons de destaque.

Um revisor da obra de Mackey disse que, como autor de literatura e ciência maçônica, ele trabalhou mais que qualquer outro na América ou na Europa. Em 1845 ele publicou seu primeiro trabalho, intitulado Um Léxico de Maçonaria, depois disto seguiram-se: “The True Mystic Tie” 1851; The Ahiman Rezon of South Carolina,1852; Principles of Masonic Law, 1856; Book of the Chapter, 1858; Text-Book of Masonic Jurisprudence, 1859; History of Freemasonry in South Carolina, 1861; Manuel of the Lodge, 1862; Cryptic Masonry, 1867; Symbolism of Freemasonry, and Masonic Ritual, 1869; Encyclopedia of Freemasonry, 1874; and Masonic Parliamentary Law 1875.

Mackey esteve até o fim da vida envolvido com a produção de conhecimento maçônico. Além dos livros citados ele contribuiu com freqüência para diversos periódicos e também foi editor de alguns. Por fim, publicou uma monumental “History of Freemasonry”, que possui sete volumes. Um testemunho da importância e popularidade que os livros escritos por Mackey têm é o fato de que muitos deles são editados até hoje e estão à venda em livrarias, inclusive pela Internet. No Brasil, por exemplo, é possível encontrar pelo preço aproximado de R$54,00 um exemplar de “History of Freemasonry” (http://www.sodiler.com.br/index.cfm). No site da livraria Amazon (www.amazom.com), tida como a maior da Internet, é possível adquirir 26 edições diferentes quando se procura livros usando como referência as palavras Albert Mackey. Para quem tem habilidade de leitura em inglês, é possível ler um livro inteiro de Mackey disponível na internet. O título "Symbolism of Freemasonry” ou o Simbolismo na Maçonaria, de 364 páginas, que pode ser encontrado neste link. Dos muitos trabalhos que o Dr. Mackey legou à posteridade, um julgamento quase universal identifica a “Encyclopedia of Freemasonry” como a obra de maior importância. Anteriormente a publicação deste livro não havia nenhum de igual teor e extensão em qualquer parte do mundo. Esta obra teve muitas edições e foi revisada várias vezes por outros autores maçônicos.

A contribuição de Mackey para o pensamento e leis maçônicas, produto de sua mente clara e precisa, é tida como de fundamental importância. Praticamente toda a legislação maçônica fundamental é hoje interpretada com base em alguns de seus escritos. É verdade que algumas de suas obras contêm enganos, mas o conjunto é de extremo valor e, em particular, um trabalho tem especial destaque no mundo todo. A compilação feita por ele dos marcos ou referenciais básicos da maçonaria é adotada como fundamento em vários ritos e obediências. Estamos falando aqui dos tão mencionados e conhecidos “Landmarks”.

A primeira vez em que se fez menção à palavra Landmark em Maçonaria foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1720 por George Payne, durante o seu segundo mandato como Grão-Mestre da Grande Loja de Londres, e adotados em 1721, como lei orgânica e terceira parte integrante das Constituições dos Maçons Livres, a conhecida Constituição de Anderson, que, em sua prescrição 39, assim, estabelecia:
"XXXIX - Cada Grande Loja anual tem inerente poder e autoridade para modificar este Regulamento ou redigir um novo em benefício desta Fraternidade, contanto que sejam mantidos invariáveis os antigos Landmarks..."

A tradução da palavra Landmark do inglês para o português resulta no substantivo "marco", que, caso consultemos o dicionário Aurélio, tem o seguinte significado: marco [De marca.] S. m. 1. Sinal de demarcação, ordinariamente de pedra ou de granito oblongo, que se põe nos limites territoriais. [Cf. baliza (1).] 2. Coluna, pirâmide, cilindro, etc., de granito ou mármore, para assinalar um local ou acontecimento: o marco da fundação da cidade. 3. Qualquer acidente natural que se aproveita para sinal de demarcação. 4. Fig. Fronteira, limite: os marcos do conhecimento.

Estas definições exemplificam bem o contexto no qual o termo Landmark é utilizado, além de fazer uma referência quase explícita às origens operativas da maçonaria, quem já construiu algo em alvenaria sabe que a fixação dos marcos é um dos primeiros momentos da obra e um passo fundamental para a sua execução. Sem marcos bem estabelecidos fica muito difícil a obra ser bem executada.

Os Landmarks, que podem ser considerados uma "constituição maçônica não escrita", longe de serem uma questão pacífica, se constituem numa das mais controvertidas demandas da Maçonaria, um problema de difícil solução para a Maçonaria Especulativa. Há grandes divergências entre os estudiosos e pesquisadores maçônicos acerca das definições e nomenclatura dos Landmarks. Existem várias e várias classificações de Landmarks, cada uma com um número variado deles, que vai de 3 até 54. Virgilio A. Lasca, em "Princípios Fundamentales de la Orden e los Verdaderos Landmarks", menciona uma relação de quinze compilações.

As Potências Maçônicas latino-americanas, via de regra, adotam a classificação de vinte e cinco Landmarks compilada por Albert Gallatin Mackey. Deve-se a isto a frequência com que o Mackey é mencionado também entre nós.

Segundo estudiosos do assunto, a compilação de Mackey teve sucesso por que conseguiu ir ao passado e trazer as tradições e costumes imemoriais à prática maçônica moderna. Este trabalho estabeleceu a ordem em meio ao caos, fornecendo um ponto de partida para os juristas e legisladores maçônicos que o seguiram.

Fato é que o grande trabalho de Mackey em jurisprudência, e mesmo o que se estende além dos Landmarks ou da jurisprudência, sobreviveu ao teste do tempo. Ainda hoje ele é freqüentemente citado como uma autoridade final. Suas contribuições tiveram, e ainda tem, um efeito profundo e permeiam grande parte do pensamento maçônico moderno. Ao criar sua obra, este autor, estava na realidade criando os marcos sobre os quais foi possível edificar grande parte do conhecimento maçônico que se produziu posteriormente.

Albert Gallatin Mackey passou ao oriente eterno em Fortress Monroe, Virgínia, em 20 de junho de 1881, aos 74 anos. Foi enterrado em Washington em 26 de junho, tendo recebido as mais altas honras por parte de diversos Ritos e Ordens. Hoje existe nos Estados Unidos uma condecoração, a “Albert Gallatin Mackey Medal” , que é a mais alta condecoração concedida a alguém que muito tenha contribuído para a causa maçônica.

Bibliografia:


Este trabalho foi elaborado tendo como base a bibliografia listada abaixo, sendo que dela foram retirados as idéias centrais, referências e inclusive transcrições literais.

1-Publicação da Aug.'. Resp.'. Loj.'. Simb.'. São Paulo nº 43. (http://www.lojasaopaulo43.com.br/publicacoes.php)
2-Publicação da Gran.'. Loj.'.Maç.'.do Estado da Paraíba. (http://www.grandeloja-pb.org.br/legis_landmarks.htm)
3-The Grand Lodge of Free and Accepted Masons of the State of California (http://www.freemason.org/mased/stb/stbtitle/stb1936/stb-1936-02.txt)

Os Filhos de Caim.

A lenda Maçônica tem pontos de desacordo, como também de acordo, com a história da Bíblia. Relata que Jeová criou Eva, que o Espírito Lucífero Samael uniu-se a ela, mas que foi expulso por Jeová e forçado a deixá-la antes do nascimento do seu filho Caim, que ficou sendo assim o filho de uma viúva.

Então, Jeová criou Adão, para ser marido de Eva, e dessa união nasceu Abel. Por conseguinte, desde o princípio, tem havido dois tipos de pessoas no mundo. Um, gerado pelo espírito de Lúcifer, Samael e possuidor de uma natureza semi-divina, Por outro lado, Abel, o descendente humano de pais humanos.

Lembremo-nos que, de acordo com a Bíblia, o espírito de Lúcifer apareceu a Eva como uma serpente, um filho da Sabedoria. Caim, de acordo com a lenda maçônica, nasceu desta união com Eva. É relatado, também, que o espírito de Lúcifer abandonou Eva, que tornou-se assim uma viúva e Caim era, portanto, o filho do espírito de Lúcifer, a serpente da Sabedoria e de Eva, a viúva. Todo Iniciado tem, até hoje, o símbolo da serpente em sua fronte e é conhecido por seus companheiros por aquele sinal como um filho da viúva e do espírito de Lúcifer.

Adão e Eva se uniram e geraram um filho, humano como eles, cujo nome era Abel. Jeová, por ser o Deus Lunar, está associado à água, daí ter havido inimizade entre Caim, o Filho do Fogo, e Abel, o Filho da Água. Caim, então, matou Abel e Abel foi substituído por Seth.

Os Filhos de Caim tornaram-se os artesãos do mundo, hábeis no uso do fogo e do metal. O ideal deles era masculino.

Os Filhos de Seth, por outro lado, tornaram-se clérigos, que defendiam um ideal feminino, a Virgem Maria, e que regiam seu povo através da água mágica colocada nas portas de seus templos.

Várias tentativas foram feitas para unir as duas correntes da humanidade e emancipá-las de seus progenitores, Jeová e os espíritos Lucíferos.

Christian Rosenkreuz ficou encarregado dos Filhos de Caim, que procuram a luz do conhecimento no fogo sagrado do Santuário Místico. Da mesma forma que a energia criadora implantada por seu divino antepassado Samael fez com que Caim trabalhasse e criasse, assim também, essa mesma necessidade espiritual induz seus descendentes a elaborar sua própria salvação através do fogo , confeccionando o Dourado Manto Nupcial, que é o "Abre-te-Sésamo" para o Mundo Invisível

Este é o grande Ideal proclamado pela Fraternidade Rosacruz, um Ideal que indica o caminho mais curto para o Novo Céu e a Nova Terra, onde os Filhos de Caim e os Filhos de Seth finalmente serão unidos.

Filhos da Viúva - Filhos da Luz


É como se autodenominam os maçons. Existem duas explicações para a origem da expressão.

A primeira é relacionada com a lenda de Osíris, mito solar egípcio, decalcada em outras lendas mais antigas, como a do deus agrário Dumuzi, dos sumerianos. Foi Plutarco quem transmitiu, no primeiro século da era cristã, a melhor versão da lenda de Osíris, confirmada, posteriormente, pela tradução dos textos hieroglíficos.

A lenda é tipicamente decalcada nos mitos solares, pois, de acordo com ela, Osíris foi assassinado no 17º dia do mês Hator, que marcava o começo do inverno. A lenda, assim, do ponto de visto místico, mostra o Sol (Osíris) morto pelas forças das trevas (Set), deixando viúva a Ísis, para renascer, posteriormente, completando um novo ciclo, também representado pelas sucessivas mortes e renascimentos dos vegetais, de acordo com a influência solar. Os Maçons, identificando-se com Hórus, são os filhos da viúva Ísis, a mãe-Terra, privada do poder fecundante do Sol (Osíris), pelas forças das trevas.

A segunda explicação para a origem da expressão está ligada à lenda de Hiram, largamente baseada na lenda de Osíris e em outros mitos da antiguidade. O artífice fénício Hiram construtor do templo de Jerusalém, segundo a lenda (mas, na realidade, um entalhador de metais, responsável pela confecção das colunas e das bacias necessárias ao culto), era filho de uma viúva da tribo de Neftali.

Knight e Lomas avançam a teoria de que Hiram Abif era, na realidade, Sequenere Tao II, o verdadeiro rei egípcio que viveu em Thebas, cerca de 640 kilómetros a Sul de Hyksos, capital de Avaris, perto dos limites do reino de Hyksos. Sequenere era o "novo rei do egipto, que não conhecia José", que foi vizir por volta de 1570 A.C. Apophis, especula-se, quereria conhecer os rituais secretos de Horus, que permitiam ao faraós transformarem-se em Osiris na morte e viver eternamente como uma estrela. Apophis enviou homens a seu soldo para extrair a informação de Sequenere, mas ele mais facilmente morreria com violentas pancadas na cabeça antes de contar alguma coisa; na verdade, foi o que aconteceu. A identificação de Hiram Abif como sendo Sequenere baseia-se no crânio da múmia, o qual parece ter sido esmagado por três golpes aguçados, como os que foram deferidos em Hiram Abif. E quanto aos assassinos descritos no folclore maçônico como Judeus? Knight e Lomas sugerem que estes serão dois dos irmãos expatriados de José, Simeon e Levi, auxiliados por um jovem padre de Thebast. Como prova, Knight e Lomas apontam a múmia encontrada ao lado da de Sequenere. O corpo não embalsamado pertencia a um jovem que morreu com os orgãos genitais cortados, e com um estertor de agonia no rosto. Teria ele sido enterrado vivo como castigo pelo seu crime? Os rituais maçónicos referem Hiram Abiff como o 'Filho da Viúva'... na lenda egípcia, o primeiro Horus foi concebido após a morte de seu pai, pelo que a mãe já era viúva mesmo antes da concepção. Parece lógico que, todos os que, daí em diante, se tornaram Horus, os reis do Egipto, se apelidaram de 'Filho da Viúva'" .

"A lenda do Mestre Construtor Hiram Abiff é a grande alegoria maçônica. Na realidade, a sua história figurativa é baseada numa personalidade das Sagradas Escrituras, mas os seus antecedentes históricos são de acontecimentos e não da essência; o significado reside na alegoria e não em qualquer facto histórico que possa estar por detrás. Para o construtor iniciado, o nome Hiram Abiff significa Meu Pai, o Espírito Universal, uno em essência, três em aparência."

Ainda que o Mestre assassinado seja o estereotipo do Mártir Cósmico – O Espírito crucificado do Bem, o Deus moribundo – cujo Mistério é celebrado por todo o mundo. Os esforços levados a cabo para descobrir a origem da lenda de Hiram demonstram que, apesar da forma relativamente moderna de representação da lenda, os seus princípios fundamentais remontam a uma longínqua Antiguidade. É habitualmente reconhecido pelos estudiosos maçônicos que a história do martirizado Hiram é baseada em antigos rituais egípcios do deus Osiris, cuja morte e ressurreição retratam a morte espiritual do Homem e sua regeneração através da iniciação nos Mistérios.

Hiram é também identificado com Hermes através da inscrição na Placa de Esmeralda. Os "Filhos da Viúva" - Outros entendimentos Pode-se dizer, escreve Persigout, que os Maçons eram os filhos da viúva , isto é, da Natureza sempre virgem e fecunda. Dá-se esse nome aos franco-maçons, diz Gédalge, em memória da viúva que foi mãe do arquiteto Hiram. Mas Ísis, a "Grande Viúva" de Osíris, procurando os membros esparsos de seu esposo, também é considerada a mãe dos Franco-Maçons que, seguindo-lhe o exemplo, procuram o corpo de seu Mestre Hiram, assassinado pelos três maus Companheiros, que simbolizam os vícios capazes de aniquilar o Ser : a Inércia, a Sensualidade e o Orgulho. Quando, portanto, em dezembro, afirma Ragon, o sol hibernal parece deixar nossos climas para ir reinar no hemisfério inferior, parecendo, para nós, que ele desce ao túmulo, então a natureza fica viúva de seu esposo, daquele de quem ela recebe, todos os anos, alegria e fecundidade. Seus filhos ficam desolados; é, portanto, com muita razão que os maçons, filhos da natureza, e que, no grau de Mestre, revivem essa bela alegoria, se chamam filhos da viúva (ou da Natureza); como no reaparecimento de deus, eles se tornam os filhos da luz. Segundo essa interpretação, acrescenta Ragon, devemos concluir que Hiram, arquiteto do templo de Salomão, ao se tornar o herói da lenda maçônica, é Osiris ( o sol) da nova iniciação; que Ísis, sua viúva, é a Loja, emblema da terra, e que Órus, filho de Osíris (ou da luz) e filho da viúva, é o Maçom, isto é, aquele que mora na loja terrestre. Para outros autores, a Franco-Maçonaria é Viúva desde que Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, foi queimado.

A palavra "viúva" vem do latim vidua, e significa propriamente vazio, privado de. A palavra vazio tem o sentido de espaço e não de vácuo. Nessa acepção, a expressão os "Filhos da Viúva" significaria os "Filhos do Espaço" e, como o Espaço é símbolo de Liberdade, os Franco-Maçons seriam igualmente os "Filhos da Liberdade. Mas a "Viúva" é caracterizada por um véu negro e então simboliza as Trevas que, como dissemos acima, são inerentes ao Espaço. Esse é o motivo pelo qual os maçons são ao mesmo tempo os "Filhos da Viúva" e os "Filhos da Luz". Eles são "Filhos do Mundo das Trevas", mas, no seio do mundo, manifestam-se como os "Filhos da Luz".

Explicando a Maçonaria


“Sejamos, ao menos, justos... [com a Maçonaria]. Beijem-lhe os jesuítas as mãos, por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século XVIII - quando, expulsos de toda a parte, os repudiava o próprio papa - pelo maçom Frederico II. Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois que Wellington e Blücher eram ambos maçons. Sejamos-lhe gratos por ter sido ela quem criou a base onde veio a assentar a futura vitória dos Aliados - a Entente Cordiale, obra do maçom Eduardo VII. Nem esqueçamos, finalmente, que devemos à Maçonaria a maior obra da literatura moderna - o Fausto, do maçom Goethe” (Fernando Pessoa - Diário de Lisboa, nº 4388, 4-II-1935).

A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, mística, esotérica e progressista.

É filosófica porque orienta o homem na investigação das leis da natureza, e convida ao pensamento que contido na simbologia da representação geométrica conduz a todos pela abstração metafísica, na busca pela reflexão filosófica. A penetração do sentido espiritual do movimento da historia, contempla em cada tempo histórico as novas inspirações doutrinarias e assimila cada sistema filosófico que pode significar a contribuição para o patrimônio do resumo da verdade além do tempo e do espaço.

É filantrópica porque pratica o altruísmo, deseja o bem estar de todos os seres humanos e não visa lucros pessoais. Seus esforços e recursos são completamente dedicados ao progresso e a felicidade da espécie humana, sem distinção de nacionalidade, raças, sexo, nem religião. Alguns escritores maçons têm expressado através de frases sistemáticas, o espírito ecumênico que existe na Maçonaria. Toda a espécie humana faz parte de uma só família que se encontra dispersa pela terra, todos os povos são irmãos e devem amar-se uns aos outros como tais, esta é também uma de nossas características filosófica.

É mística e esotérica porque tenta desenvolver as faculdades espirituais do ser mesmo estando estas adormecidas no subconsciente do individuo.

É progressista na medida em que ensina as práticas de solidariedade humana e da vontade absoluta de consciência.

Nós maçons somos buscadores da verdade, rejeitamos enfaticamente o fanatismo, em seu lugar oferecemos o tratamento desprovido de preconceitos, oferecemos à humanidade todas as contribuições que possam ser conquistadas e que de alguma forma venham a beneficiar a todos. Dentre os objetivos da Maçonaria posso destacar o estudo da moral universal e o cultivo das artes e da ciência. Jamais nos permitiremos, ou permitiremos a quem quer que seja, criar qualquer obstáculo na investigação da verdade.

A Maçonaria é a maior e mais antiga organização fraternal (religiosa) conhecida do mundo atual, nossa existência se reporta a bem antes do nascimento das maiores religiões, (judaísmo, cristianismo, budismo e islamismo), do mundo conhecido somos as testemunhas da história, zelamos pela fé do individuo, seja ela qual for.

Ao longo da história muitos livros foram escritos sobre Maçonaria, no entanto, para muitos não iniciados, a maçonaria ainda continua sendo um mistério. Este mistério é alimentado pela imperícia de historiadores que tentam localizar seu nascimento em algum momento da eternidade, não é raro alguém apontar o nascimento da Maçonaria para o período compreendido durante a construção do templo do Rei Salomão. Outros menos atentos ainda dizem que a Maçonaria descende diretamente da associação dos maçons operativos, os construtores das catedrais da idade média, que viajaram por toda Europa disseminando entre seus iguais os segredos e habilidades da arte de construir.

É fato que no século XVII a Maçonaria sofreu a transição que hoje denominamos de operativa para especulativa, talvez aí seja explicada a confusão por parte daqueles que não nos compreendem e apontam os primeiros construtores medievais como nossos precursores universais. Concordo que quando as construções de catedrais diminuíram, os grêmios (ou guildas) de Maçons Operativos abriram suas portas para aceitar como membros, pessoas (do sexo masculino) que não faziam parte do contexto da construção civil (da época). Esta abertura permitiu que o maçom agrupado em Lojas reunisse milhares de maçons na face da terra, estas Lojas passaram a ser denominadas Lojas Simbólicas.

Hoje o privilégio de ingressar na Maçonaria está limitado aos homens maiores de 18 anos (RGF - GOB), que satisfaçam os requisitos e padrões reconhecidos de caráter de moral, assim como também o candidato deve gozar de boa reputação junto á comunidade onde reside. É mister que para ser convidado um homem deve manifestar a um Mestre Maçom o seu desejo de ingressar na ordem, a Maçonaria não faz proselitismo, ninguém é compelido a ser Maçom, quando um homem pede para ser admitido em uma Loja Simbólica, é por sua livre iniciativa. Para que alguém seja aceito na Maçonaria, antes deverá submeter-se a aprovação unânime dos confrades, também deverá comprovar estar físico, moral e mentalmente capaz de poder realizar a ajuda que lhe será requerida para seus semelhantes, deve também acreditar em um Ser Supremo, a quem universalmente denominamos Grande Arquiteto do Universo.

Talvez por isso, muitas pessoas, embora erroneamente, tem dito que a Maçonaria é uma religião, a estes que assim pensam, afirmo que a maçonaria não está associada, nem pode ser associada a nenhuma religião específica. Deixo claro, e espero que inequivocamente compreendam que tampouco pretendemos estabelecer na Maçonaria uma nova ordem religiosa. A Maçonaria quando organização oferece aos amantes da verdade, condições apropriadas de pesquisar, estudar e aprender livre das paixões escondidas no sectarismo político e religioso, as mais belas verdades protegidas ao longo dos séculos dos olhares profanos e malévolos daqueles que disputam com a verdade. Cada Maçom compreende que a fraternidade é o lugar apropriado para se desenvolver a inteligência e a união fraternal livres dos dogmas sectários. Embora sejamos defensores da ciência, não reconhecemos na investigação científica autoridade que seja superior a razão humana. Para aqueles que nos acusam de falsos religiosos, (em nosso contexto: cristãos), afirmo que rejeitamos as verdades religiosas que tentam cecear a liberdade de escolha de um homem, estas são nossas inimigas sim, as colocamos a lado dos ditadores e tiranos que privam o ser humano do maior dom concedido a todos, que é a liberdade de expressão que nasce nas fontes do livre arbítrio.
Para compor nossas fileiras, admitimos entre nós pessoas de todos os credos religiosos, não fazemos distinção, a muito que superamos as barreiras do sectarismo religioso, a tolerância religiosa é uma de nossas maiores características, respeitamos todas as opiniões professadas como fé que sejam livres do fanatismo, egoísmo e das superstições; para alguns, a Maçonaria, do ponto de vista etimológico, é uma religião, para melhor compreensão daquele que ainda não viu a luz, convido inicialmente a observamos, sem paixões, a definição dada pra religião pelo dicionário (virtual, http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx) que diz religião ser: “culto prestado à divindade; crença na existência de uma ou mais forças sobrenaturais; fé; reverência às coisas sagradas; observância dos preceitos religiosos; doutrina, sistema religioso; ordem religiosa.” Agora que temos uma definição “una” para a expressão etimológica religião, comentarei cada definição para que haja melhor compreensão por parte de meu leitor:

a) “culto prestado à divindade” → Na Maçonaria embora (obrigatoriamente) reconhecemos e respeitamos a existência de um ser supremo, não existe dentro de nossas reuniões um momento específico, onde paramos para prestar cultos á divindades, deixamos esta pratica para as religiões.

b) “crença na existência de uma ou mais forças sobrenaturais” → Embora cada Maçom esteja, por força de compromisso, obrigado a crê na existência do sobrenatural, não existe dentro da Maçonaria um catecismo que discipline esta crença, na verdade embora seja exigido à crença, a Maçonaria não intervém nesta temática. Mais uma vez deixamos mais esta questão para que o Maçom resolva com sua religião.

c) “fé” → A fé por si só, não pode caracterizar uma religião, uma vez que a palavra tem sua origem no latim fide e quer dizer confiança, que por sua vez no mesmo dicionário citado anteriormente significa “segurança e bom conceito que se faz de alguém”, e o bom senso nos diz que mesmo o ateu tem algumas pessoas em bom conceito.

d) “reverência às coisas sagradas” → Se não existe a prestação de cultos a divindades dentro da Maçonaria, como pode existir o sagrado?

e) “observância dos preceitos religiosos; doutrina, sistema religioso; ordem religiosa” → Estas práticas são comuns às religiões, como penso ter demonstrado que não nos enquadramos no contexto das religiões... Nada mais há de se comentar sobre isto.

Espero ter dirimido todas as dúvidas relacionadas a esta temática, se mesmo assim, ainda perdurar alguma, recomendo o uso de bom senso, faça uma análise tranqüila, dispa-se dos pensamentos tendencioso, então poderá encontrar a verdade. Para ajudar mais ainda nesta compreensão, esclareço que a elevação moral de nosso eu interior é o grande objetivo maçônico. Posso enfaticamente afirmar, que Maçonaria não é uma religião, penso estar bem claro isto, já que tantas vezes foi abordado este tema. A Maçonaria não pretende tomar o lugar das religiões, nem modificar suas crenças, na verdade somos seus colaboradores, já que na Maçonaria são aceitos somente homens considerados bons cidadãos, bons maridos, bons pais, bons vinhos, bons profissionais na área que atuam. Penso que os religiosos antes de estigmatizar os maçons de suas religiões, deveriam respeitá-los, e admirá-los como homens livres e de bons costumes que são. Ser Maçom é um privilégio que a poucos contempla.

Ao repetir minha fala, espero não estar sendo demasiadamente prolixo. O principal requisito para que alguém seja considerado apto a ser iniciado Maçom é a crença na existência de um ser supremo ao qual de forma universal denominamos Grande Arquiteto do Universo, ao referirmo-nos assim ao criador de tudo e de todos, estamos intimamente nos referindo ao ser supremo cultuado em nossa fé, que poderá ser; Deus, Jeová, Buda, Alá, entre tantos outros. Procedendo assim, respeitando a fé de cada irmão, nossa convivência é pacifica.
Na Maçonaria todos podem pacificamente compartilhar de conhecimentos que conduzem aos vínculos iniciais da criação. Como regra de ouro, a Maçonaria busca bons homens para transformá-los em homens melhores, utiliza suas crenças na paternidade divina, na irmandade existente entre todos os homens e na imortalidade da alma, para ajudar a superar as debilidades que impendem o homem de usufruir de forma profusa de todo seu potencial caritativo. É característico do Maçom, honrar seus negócios, ser leal no trabalho, respeito e misericórdia para com os (momentaneamente) menos afortunados, resistência contra o mal, ajudar aos fracos, perdão para o penitente, amor fraternal acima de tudo, reverência, respeito e amor pelo Grande Arquiteto do Universo (que no universo cristão é Deus).

Normalmente aqueles que tentam relacionar a Maçonaria a alguma forma de religião, o fazem baseados no grande mito maçônico, que também podemos nomear como “a grande incógnita do segredo maçônico”. Contrário ao que muitos crêem, a Maçonaria não é uma sociedade secreta, prefiro defini-la como discreta em suas pesquisas. Não escondemos nossa existência ou filiação, (a não ser que isto ponha em risco nossa liberdade e direitos de homens livres), e também não fazemos nenhuma tentativa de esconder nossos objetivos, metas, e princípios. A Maçonaria é uma organização formada sobre bases fortalecidas pelo amor ao próximo, e alicerçadas por todos que buscam a verdade.

Nossos estatutos, nossas leis e regras estão disponíveis a inspeção das autoridades legais. É bem verdade que temos modos e formas de reconhecimentos, ritos e cerimônias as quais o mundo não está acostumado. Sobre isto, categoricamente afirmo, todos os grupos e instituições sociais, comerciais, filantrópicas, religiosas, tem seus próprios assuntos que só dizem respeito a seus participantes, por exemplo: algumas vezes sua família precisa tratar de assuntos que não são de interesses de seus vizinhos, a direção de uma escola se reúne para definir suas questões administrativas, os líderes de determinada igreja reúnem-se para deliberar assuntos que não serão externados em sua totalidade a todos os membros. Esta é uma característica indelével que das instituições, eu não as censuro, entendo serem necessárias para o bom funcionamento da organização. Aqueles que questionam a Maçonaria por seus rituais sigilosos esquecem que os diferentes grupos ou instituições, têm seus próprios rituais de iniciação para receber um novo membro, estas comunidades, tais como, universidades, clubes e até algumas cerimônias de ordenação ao sacerdócio estão envolvidas em seus mistérios sigilosos, sendo que os mesmos não podem, nem devem ser relacionados a princípios malignos, nem contrários a moral. Nós maçons temos proclamado ao mundo que a Maçonaria é uma associação universal, que nada tenciona governar além de suas práticas ritualísticas e sociais e que prima por estabelecer vínculos entre os homens de todos os povos criando laços de ética.

A Maçonaria é uma instituição que proclama a paz entre os homens, como um de seus mais altos ideais. Finalizando, posso dizer que a maçonaria é uma fonte inesgotável de moral e sabedoria, que continuará atraindo as almas boas e generosas. Não negamos o direito dado ao homem de adorar a um deus, que conforme a fé e a crença que manifeste, será reverenciado e respeitado. Não somos juízes e nem réus em uma batalha judicial, somos vítimas sobreviventes do preconceito que é antagônico a fé religiosa, acreditamos no homem, e aguardamos com paciência, mais não passivos, pelo dia (...) “que seus preconceitos cedam diante da verdade”