sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Carta da CMSB

CARTA DE BELO HORIZONTE DA CMSB Imprimir E-mail
Escrito por Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil   
Qui, 31 de Julho de 2014 17:00
Após três dias de reuniões durante Assembleia Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, os 27 Grão-Mestres das Grandes Lojas brasileiras aprovaram, nesta quarta-feira, 30 de julho, a Carta de Belo Horizonte.
Carta-Belo-Horizonte
CARTA DE BELO HORIZONTE
A Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, instituição que congrega as Grandes Lojas Maçônicas de todos os Estados Brasileiros e do Distrito Federal, reunida na XLIII Assembleia Geral Ordinária, no período de 26 a 30 de julho de 2014, em Belo Horizonte-MG, manifesta-se, contundentemente, no sentido de:
CONCLAMAR
1. Os brasileiros, em especial os eleitores, para que, com vistas ao fortalecimento da democracia e para restituir a credibilidade na legítima representação política decorrente do exercício do voto:
- não vendam o seu voto;
- não votem em branco nem anulem seu voto;
- não votem em quem quer comprar seu voto;
- não elejam políticos antiéticos e de comportamento descomprometido com a moral;
- não apoiem candidatos oportunistas, interessados em enriquecer ilicitamente, no exercício de mandatos eletivos;
- acompanhem e participem, ativamente, das ações que têm sido empreendidas em favor da decência nas relações sociais.
2. Que os futuros mandatários atuem de acordo com os princípios constitucionais da legalidade, probidade e moralidade administrativa e, principalmente, mostrem comprometimento com a solução dos problemas do povo brasileiro;
REITERAR
Sua firme disposição de seguir participando das iniciativas destinadas a coibir a impunidade e erradicar a corrupção;
CIENTIFICAR
Às autoridades constituídas que as Grandes Lojas Maçônicas Confederadas continuarão adotando posturas junto à sociedade a fim de esclarecer o verdadeiro significado da cidadania, assumindo o compromisso de exercê-la em sua plenitude, utilizando-se, inclusive, dos meios de comunicação;
ALERTAR
À sociedade brasileira e aos entes estatais constituídos que patrocinará projeto de lei de iniciativa popular com o objetivo primordial de neutralizar a corrupção e erradicar a impunidade;
CONVIDAR
A população a aderir aos movimentos em curso, e aos que virão, visando o aperfeiçoamento das regras institucionais que legitimam e consolidam o Estado Democrático de Direito.
Belo Horizonte, Minas Gerais, em 30 de julho de 2014.
LEONEL RICARDO DE ANDRADE
Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais
e Presidente da XLIII Assembleia Geral Ordinária da CMSB
ETEVALDO BARCELOS FONTENELE – PGM
Secretário-Geral da XLIII Assembleia Geral Ordinária da CMSB
Pedro Luis Longo – PGM
Acre
Ivanildo Marinho Guedes
Alagoas
José Odair da Fonseca Benjamin
Amapá
Élzio Duarte de Andrade
Amazonas
Jair Tércio Cunha Costa
Bahia
Juvenal Batista Amaral
Distrito Federal
Sílvio de Paiva Ribeiro
Ceará
Aídes Bertoldo da Silva
Espírito Santo
Adolfo Ribeiro Valadares
Goiás
Bolivá Marques Vieira
Maranhão
Geraldo de Souza Macedo
Mato Grosso
Jordão Abreu da Silva Júnior
Mato Grosso do Sul
Geraldo Eustáquio C. de Freitas
Minas Gerais
José Nazareno Nogueira Lima
Pará
José Reinaldo Camilo de Sousa
Paraíba
Euclides Felipe
Paraná
Dimas José de Carvalho
Pernambuco
Pedro Alexandre de Carvalho Mota
Piauí
Luiz Zveiter
Rio de Janeiro
Roberto Di Sena
Rio Grande do Norte
João Otávio Cezar Lessa
Rio Grande do Sul
Juscelino Moraes do Amaral
Rondônia
Lindberg Melo da Silva
Roraima
João Eduardo Noal Berbigier
Santa Catarina
Ronaldo Fernandes
São Paulo
José Valter Rodrigues dos Santos
Sergipe
Izelmon de Sousa Barbosa
Tocantins
Fonte: JB News
 

domingo, 20 de abril de 2014

A Grande Caixa de Ferramentas


Após seu renascimento simbólico para a vida, todo maçom recebe do Grande Arquiteto do Universo uma bela caixa de ferramentas

Em princípio, essa caixa encontra-se vazia e, como é de se esperar, o Aprendiz ávido por conhecimento logo quer encher esta caixa, pensando erroneamente que isso lhe trará a sabedoria e o transformará em um ser humano melhor. Do que adianta o Aprendiz ter em suas mãos ferramentas formidáveis se seu coração e suas mãos não estão preparados para usá-las?
As três primeiras ferramentas que serão guardadas dentro desta caixa são a régua de 24 polegadas, o maço e o cinzel. Ouso dizer que a régua de 24 polegadas representa para nós, maçons, homens livres, pensantes e formadores de opinião, a retidão que devemos ter em nossas vidas durante as 24 horas do dia, medindo milimetricamente nossas ações, reações e decisões para sermos o mais justos possível com nossos semelhantes, profanos ou iniciados, mas acima de tudo filhos do Grande Arquiteto do Universo.
O maço e o cinzel são as melhores ferramentas que o Aprendiz Maçom recebe, pois, junto com elas vem um grande desafio, que é simbolicamente desbastar a pedra bruta de nosso coração, que consiste em livrar-nos de tudo aquilo que é prejudicial a humanidade: vícios, inveja, preguiça, indiferença, ignorância (em todos os sentidos), acomodação e intolerância. Ficaríamos a noite toda aqui listando estas asperezas e não as terminaríamos. Daí, minha conclusão da importância destas ferramentas.
Ainda sobre o maço e o cinzel, estas ferramentas nos acompanharão pela vida toda, a cada degrau que subirmos na Escada de Jacó, a cada grau, a cada cargo, insígnia ou decisão, só seremos justos e perfeitos se tivermos usado o maço e o cinzel desde o dia que eles nos foram apresentados pelo Irmão Primeiro Vigilante.
Sendo seres humanos, herdamos a dualidade, a opção entre o bem e o mal, o certo e o errado, qualidades formidáveis e defeitos terríveis, e somos colocados à prova disso toda hora, mas aquele que realmente trabalhou com o maço e o cinzel a vida toda, saberá adoçar suas palavras, colocar suas opiniões de maneira que não firam a honra de seus semelhantes, mesmo quando as opiniões tomam rumos e caminhos diferentes.
É totalmente salutar ao maçom expor seus pontos de vista, inclusive é uma de nossas obrigações maçônicas, não devemos nos acovardar em nossas opiniões, mas, repito, mais importante que nosso ego e nossas opiniões é realmente a harmonia, a paz e a busca por conhecimento que nos motiva a deixar nossa família, o aconchego de nosso lar, para encontrarmos a família que escolhemos em nossas oficinas.
Junto com esta formidável caixa de ferramentas, o Grande Arquiteto do Universo nos dá um cadeado inquebrável feito do material mais resistente que existe, dificílimo de ser encontrado: o caráter. Este cadeado trancará a caixa de ferramentas, quando as mesmas não estejam sendo usadas.
Para este cadeado, uma chave nos é confiada e com ela o maçom, dentro da oficina, o abrirá, utilizará as ferramentas da caixa, aprenderá a pensar, agir e falar de forma maçônica, medindo palavras, colocando o ego em último lugar, procurando sempre ser democrático, agindo de maneira que a loja não perca a harmonia e seja preferencialmente unânime em suas decisões.
É importante lembrar que a quebra da harmonia, da justiça e da perfeição da Loja não deve ser medida com base em debates, decisões, opiniões, discussões e votações, pois maçons verdadeiros sabem que isso pode ser feito de maneira elegante, cortez e salutar. Nossos belos rituais simbólicos não devem ser quebrados baseados em atos e palavras proferidas sem antes serem medidas.
Voltando à chave, o maçom deverá guardá-la em segredo, num lugar de difícil acesso, lugar íntimo e puro, situado no lado esquerdo do peito, o coração. É ali que o verdadeiro maçom guarda sua chave e só revela àqueles que pertencem à Ordem.
Somente os resultados dos ensinamentos adquiridos com a Arte Real, de utilizar os instrumentos e ferramentas, deverão ser repassados ao mundo profano, na forma de bons exemplos, atos e decisões justas no dia-a-dia.
Desta forma, trabalharemos para que num futuro próximo possamos ser pessoas melhores e nosso mundo ser melhor do que o dia em que nele chegamos, pois essa é a obrigação de todo aquele que ousou ser reconhecido maçom.

A Inconfidência Mineira e a Maçonaria, uma tradição inventada


Este artigo faz parte do esforço científico da revista Universo Maçônico em combater o obscurantismo e mitos que, infelizmente, contaminam a história da Maçonaria Brasileira. Vamos tratar aqui de um antigo debate travado em torno da relação entre a Maçonaria a Inconfidência Mineira. Realmente existiram maçons dentro do movimento inconfidente? Joaquim José da Silva Xavier, o famoso Tiradentes era maçom? Estas serão as perguntas basilares deste artigo.
A instituição maçônica foi fundada no Brasil apenas em 1801, doze anos após a conjuração. Desta premissa partimos para a primeira pergunta: a Inconfidência poderia caracterizar-se como um movimento maçônico se ainda não havia lojas no Brasil? De acordo com alguns autores, haveria, sim, centenas de maçons organizados em lojas, mas estas funcionavam clandestinamente, já que a ordem se encontrava proibida pela legislação portuguesa. Este fato explicaria a falta de documentos acerca da atividade maçônica durante o século XVIII.

Dentro da historiografia o relato que inaugurou o mito de que a Inconfidência possuía caráter maçônico partiu de Joaquim Felício dos Santos em sua obra Memórias do distrito diamantino da comarca do Serro Frio de 1924. Neste livro o autor afirma que a “Inconfidência de Minas tinha sido dirigida pela maçonaria, Tiradentes e quase todos os conjurados eram pedreiros-livres”. Surgiu a suspeita de que Tiradentes, que percorria o caminho dos currais rumo à Bahia, acabou, numa de suas viagens, tornando-se maçom.
Tiradentes se tornou ao longo do século XX o personagem mais popular do panteão brasileiro, adquirindo contornos heróicos hipertrofiados e status de mito político. É natural que a Maçonaria aproprie-se dele como elemento fundador. No entanto, não há qualquer prova documental que corrobore esse fato. Desta forma, em virtude da ausência de fontes podemos afirmar que Tiradentes não tem respaldo histórico para ser caracterizado como maçom. As suspeitas sobre tal característica do Alferes podem ser classificadas como invenções infundadas.
Muitos maçons, no entanto propuseram-se a escrever sobre este fato para desvendar sua “verdadeira” história e demonstrar o papel crucial da maçonaria na definição dos acontecimentos de 1789. Em geral, tais narrativas baseiam-se no fato de que a Inconfidência não foi um episódio regional. Tal movimento teria feito parte de um projeto internacional elaborado para tornar livres todos os povos oprimidos. A Inconfidência, a Revolução Francesa e a Independência Americana seriam expressões de um mesmo fenômeno: o do anseio revolucionário por independência, democracia e liberdade que sacudiu a Europa e a América por meio das atividades maçônicas.
De certa forma, estes três eventos podem sim ser correlacionados. O historiador Tarquínio José Barbosa ressalta que muitos estudantes brasileiros em Coimbra (Portugal) e Montpellier (França) iniciaram-se na maçonaria européia e trouxeram seus valores e idéias para o Brasil. Talvez, o registro mais concreto da participação da Maçonaria na Inconfidência Mineira seja exatamente o encontro do estudante carioca e inconfidente José Joaquim Maia com o Maçom norte-americano Thomas Jefferson, que, nesta época, era embaixador dos Estados Unidos na França. O encontro tinha por objetivo obter o apoio dos americanos à revolta que se articulava nas Minas Gerais.
O professor da UFMG Luiz Carlos Villalta ainda ressalta que as fontes intelectuais dos inconfidentes foram bastante ecléticas. Nisso eles se assemelharam aos maçons norte-americanos que fizeram a Independência dos EUA em 1776. Da Antiguidade Clássica, apropriaram-se de Virgílio: “Libertas quae sera tamen”, lema da bandeira imaginada. Beberam também das Luzes, representadas por Montesquieu, mas sobretudo por Raynal. Baseados neste autor os inconfidentes acreditavam que o Brasil poderia ser a colônia mais feliz do mundo se ficasse livre do monopólio comercial e se o fisco não fosse tão pesado.
Os americanos apelaram para o direito consuetudinário inglês e para as teorias políticas e sociais do puritanismo da Nova Inglaterra. Os inconfidentes operaram de modo análogo com as tradições culturais ibero-americanas, buscando socorro nas idéias da Segunda Escolástica que admitiam que era legítimo voltar-se contra um governo tirânico.
Desta forma, inconfidentes mineiros e os revolucionários maçônicos americanos possuíam uma aproximação intelectual. No entanto, enquanto a maçonaria talvez tenha sido o elo central da independência americana: Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e George Washington eram comprovadamente maçons, o mesmo não podemos afirmar de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga
e Tiradentes.
Assim, a narrativa da Inconfidência como um movimento maçônico propriamente dito pode ser denominada de “‘tradição inventada”, expressão cunhada por Eric Hobsbawm que indica a criação de um passado com o qual se busca estabelecer uma continuidade ininterrupta. Quando muito, através de documentos, podemos afirmar apenas que os inconfidentes procuraram o apoio e respaldo dos norte-americanos (maçons em sua maioria) para a sublevação mineira.

A História dos Ritos de Menphis - Miraim


A história dos Ritos de Misraim, Memphis, Memphis-Misraim é extraordinariamente confusa. Desde obscuras origens legendárias até as modernas correntes do Século XXI, quem tentar fazer uma história verídica corre o risco de ser extremamente parcial em função das fontes de dados, tão escassa.

A principais fontes de abastecimento de dados são os que oferecem as mesmas Obediências em suas páginas de Internet, mais o que aparece em alguns livros (escassos e difíceis de conseguir) sobre o Rito.
Por outra parte, os poucos historiadores que escreveram sobre estes temas tiveram que recorrer por sua vez as fontes de dados não validadas, que levantam fortes interrogações sobre os antecedentes deste Rito. Os livros proporcionam poucas imagens de documentos e o leitor que quer ser imparcial, observa que nada traz o conhecimento completo. Cada um posse uma parte do “Corpo de Osíris”. Talvez este seja o mistério da Maçonaria de Misraim e Memphis: o Iniciado deve reunir como um quebra-cabeça esotérico, os fragmentos de sabedoria espalhados por todo o mundo.

Então Podemos Dizer Que Assim Começa a História:

O Rito Primitivo

Em 1780, o Marquês de Chefdebien fundou o “Rito Primitivo” (em Narbonne, França).

Gad Bédarride

Em 1782, um misterioso “iniciador egípcio”, de nome místico “Ananiah” (“O Sábio”), de visita a Cavaillon (França), inicia Gad Bédarride. Este, por sua vez, inicia os seus filhos, que vêm a tornar-se nos principais difusores do Rito Egípcio naquele país.

O Rito dos Perfeitos Iniciados no Egipto

Em 1788, em Veneza, foi criado o “Rito dos Perfeitos Iniciados do Egipto, ou Rito de Misraïm”. Este Rito deu continuidade aos trabalhos iniciados por Cagliostro e funcionava com uma Carta Constitutiva que ele passara a um grupo protestante (os Socisienos) por ele iniciados no Rito Egípcio. Estes trabalhos foram difundidos em França por alguns Maçons que tinham participado na campanha de Napoleão no Egipto.

A Autêntica Tradição

1801 marca a data em que surgem numerosos ritos reclamando a autentica tradição egípcia e são constituídas muitas Lojas com esta finalidade.

A Grande Loja Francesa de Misraïm

Foi em 1810 que os três irmãos, Michel, Marc e Joseph Bedarride fundaram a Grande Loja Francesa de Misraïm, com poderes outorgados pelo Grande Comendador Italiano De Lassalle. Fiéis à tradição, enfatizaram na sua ritualística a história do primeiro rei do Egipto (detentor dos segredos da Ordem): Misraïm.

Samuel Honis e Marconis de Négre

Em 1815, também em França (Montauban), Samuel Honis e Marconis de Négre, cavaleiros templários iniciados pelo egípcio Ormuz, sacerdote de Memphis (convertido ao Cristianismo por São Marcos), fundaram uma outra obediência do Rito de Memphis.

O Rito de Misraïm

A primeira menção ao Rito foi feita em Veneza em 1788. Ele se difundiu rapidamente em Milão, Gênova e Nápoles e apareceu na França com Michel Bedarride, que recebeu o Grão-Mestrado em 1810, em Nápoles, do Irmão De Lasalle. De 1810 a 1813 os três Irmãos Bedarride desenvolveram o Rito na França, de certa forma sob a proteção do Rito Escocês. Ilustres Maçons pertenceram a ele, como o Conde Muraire, Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Duque Decazes, o Duque de Saxe-Weimar, o Duque de Leicester e o Tenente Coronel de Teste, entre outros.

O Rito de Memphis

A maioria dos membros que acompanharam Bonaparte na Missão do Egito eram Maçons pertencentes a antigos Ritos iniciáticos: Philalètes, Irmãos Africanos, Rito Primitivo e Grande Oriente de França. No Cairo eles descobriram uma sobrevivência gnóstico-hermética e no Líbano entraram em contato com a Maçonaria drusa, a mesma encontrada por Gérard de Nerval, remontando assim à Maçonaria “operativa” que acompanhava os seus protetores, os Templários. Conseqüentemente, os Irmãos da Missão do Egito decidiram renunciar à filiação maçônica vinda da Grande Loja da Inglaterra. E assim nascia em 1815 o Rito de Memphis , em Montauban, sob a direção de Samuel Honis e Marconis de Negre, com numerosas Lojas no exterior e personalidades ilustres em suas fileiras, como Louis Blanc e Giuseppe Garibaldi, ele que em breve se tornaria o unificador de Memphis e de Misraim.

História do Rito de Memphis-Misraïm

Essa Obediência Maçônica, que celebrou seu bicentenário em 1988, surgiu quando os dois Ritos, de Memphis e de Misraim, foram reunidos em 1881, por Giuseppe Garibaldi, que se tornou seu primeiro Grão-Mestre.
O Rito de Misraim foi fundado em Veneza em 1788. Sua filiação veio através de Cagliostro, que o erigiu com os Graus Menores da Grande Loja da Inglaterra e os Altos Graus da Maçonaria Templária Alemã.
O Rito de Memphis foi constituído em Montauban em 1815, por Franco-Maçons que em 1799 haviam participado com Napoleão Bonaparte da Missão do Egito. A esses dois Ritos foram adicionados os Graus Iniciáticos que vieram de Obediências Esotéricas do século XVIII: do Rito Primitivo e do Rito dos Philadelphos, entre outros.

O Rito de Memphis-Misraïm

Até 1881 os Ritos de Memphis e Misraim seguiam rotas paralelas e concordes, no mesmo clima particular. Os Ritos começaram então a agrupar Maçons interessados no estudo do simbolismo esotérico da Maçonaria, gnose, cabala e até mesmo no hermetismo e no ocultismo.
O Rito de Memphis-Misraim perpetua sua Tradição na fidelidade aos princípios de liberdade democrática e das ciências iniciáticas.

O Rito Oriental Antigo e Primitivo de Memphis

Em 1947, alguns maçons assumiram uma postura revivalista e insistiram em fazer ressurgir O Rito de Memphis (independentemente de continuar a existir o rito unificado de Memphis e Misraïm), com a designação de “Rito Oriental Antigo e Primitivo de Memphis”. Apresentaram-no como tratando-se de uma síntese de todos os ritos filosóficos, herméticos e alquimistas, e disseram ser uma continuação do Rito Primitivo de Philalethes.

Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraïm

Em 1959 foi criado o “Supremo Conselho Mundial das Ordens Maçónicas de Memphis e Misraïm”, agremiando todos os Ritos Egípcios antigos.
Em 1963, passou a existir somente a designação de «Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misraïm». A partir desta data surgiram Potencias (Soberanos Santuários) Nacionais, Continentais, Internacionais, e outros com Jurisdições definidas por idiomas (também com carácter internacional).
Memphis: Cidade do antigo Egito, situada no delta do Nilo. Ali foi criado o Rito por iniciados que estavam em contato com essa antiga civilização.
Misraim: Essa palavra é a forma plural de “egípcio”. O Rito aparece em Veneza, num grupo de socinianos. A patente constitucional foi dada por Cagliostro.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Fenômenos Estranhos


"Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem", dixit Cicero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II"Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem", dixit Cícero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II. Essa passou a ser a divisa do Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina do Porto que se tornou, ao tempo de J. A. Pires de Lima, um centro de estudos de teratologia descritiva. Que fazer dos nado-mortos, senão autópsias? Que fazer do conceito biométrico de anomalia, ou do conceito estatístico de normalidade?

É verdade. Para ver basta ter olhos. Olhar exige muito mais: é necessário discernir o visível de si próprio, distinguindo nele planos em profundidade e em largura, delimitar formas, observar mudanças e seguir movimentos. Olhar acaba por ser impôr objectivos ao visível e, pouco a pouco, a fazer dele objectos.
A ciência tal qual é. A ciência pura. Puros fantasmas ao serviço de. Agamben, ao fazer a genealogia do conceito de vida, conclui que em toda a medicina grega não há um conceito médico-científico, como se pensa, mas um conceito filosófico-político. "O homem é o ser vivo que não tem nenhuma vocação biológica, histórica, etc.. É um ser de potência que não se identifica com nenhuma figura determinada" (Guerreiro).
O fantasma da inquisição é a pureza da fé. Que destino tiveram os judeus e os ciganos, mas também os atrasados mentais e outras criaturas consideradas como desvios à "raça pura"? Onde nos levará o horroroso culto da uniformização em que todos temos de corresponder a um formato? A que fantasma serve a ciência? De que "vida" se ocupa? Que formas de eugenismo dissimula desde Francis Galton (1890/1962) que defende o apuramento da raça humana através de cruzamentos selectivos? (Agamben). Não teremos entrado há muito na projecção aterrorizadora de uma forma de eugenismo, não ideológico - aquele que designaria categorias de pessoas que não merecem viver - mas técnico? Não se terá a técnica separado da ciência que servia a Vida, que, essa, fala em verdade? Não estará o próprio discurso ético a alinhar-se com o discurso técnico, sob pretexto de caridade: fazer as coisas o melhor possível? Barbosa Sueiro fala, a propósito da anatomia, de "finalidade utilitária - mas de virtuoso utilitarismo".
"O monstro reflecte sempre uma determinada ordenação do mundo, seja este natural ou cultural. Eles são a ruptura da ordem em que cristalizam valores sociais e formas de conhecimento. Produz sentimentos e reacções contraditórias: medo, temor, asco, mas também prazer e lubricidade. Parte às vezes de uma cultura demonológica, outras vezes representação do exótico, do desconhecido, do estranho. Ou se manifesta de forma lúdica (lusus naturae), carnavalesca, ou transporta consigo o estigma da admonição (Deus Irae). O monstro não é só o negativo de formas variadas, mas também de graus diferentes de civilidade. Ambíguo, portanto (Mourão). O recurso à Antiguidade tem aqui alguma pertinência. A definição aristotélica de monstro (teras): "Aliás aquele que não se parece com os pais é já, de certa maneira, um monstro porque, neste caso, a natureza se afastou do tipo genérico" (Aristóteles). Um andrógino é um prodígio que publicamente deve ser exposto como sinal maléfico que o Estado deve fazer desaparecer. Levou tempo para que se passasse a uma outra atitude: interpretar o fenómeno como um erro da natureza, uma má-formação anatómica rara, mas explicável. Os seres dotados dos dois sexos serão vistos como um jogo da natureza, é o que Plínio o Velho explicitamente diz. A bixexualidade foi recebida primeiro como monstruosidade, ameaça, depois como fenómeno explicável e finalmente tolerado, recuperado como um "bem" de consumo (Bisson).
A norma anatómica (Sueiro, 1950) faz lei. "Monstra vero per excessum sunt", escreve Vandelli (1776). Porém, o normal foi sempre a crux da ciência. As normas são essenciais aos discursos que animam a vida social. A sua constituição esquemática explica o impacto afectivo que acompanha a sua aparição discursiva. A norma parece exigir uma boa distância, da parte das ocorrências que ela avalia, e que não devem tomar o seu lugar. As normas manifestam uma sensibilidade dupla, correspondendo a uma topologia com duas entradas (pouco/assaz/demasiado), que regula os comportamentos aproximativos, nomeadamente a imprecisão exigida, de todos os fenómenos normativos, do domínio da gramática ao da jurisdição. Mas, em último caso, na norma trata-se da estabilização do imaginário através da referência ao semelhante, mecanismo que caracteriza a identificação categorial e analógica, diz P. A. Brandt.
Não obstante, mesmo entre cientistas o conceito de norma está sujeito a discussão. Carlos May Figueira (1864) considera impossível aceitar a ideia de Pareo, segundo a qual haveria hermafroditas com dupla aptidão geradora. Geoffroy Saint-Hilaire (fundador da teratologia em bases científicas) tem a melhor classificação: "hermafroditas com excesso e sem excesso). Para Luís Guerreiro (1921) o corpus da anatomia é o corps - cadáver. E, no entanto, tudo isto é considerado Biologia.
É fácil identificar um monstro. É fácil idealizar a forma humana, as suas variações musculares. Para o naturalista a vida não tem mistérios, tão bem ele vê, tão bem educou o senso crítico. Não será então necessário bem ver para melhor compreender? Se não podemos negar ao corpo medical uma existência histórica, científica ou ideológica, é pelo menos necessário reconhecer que esse corpo não é todo o corpo (quer dizer o todo duma imaginação do seu real) e trabalhar pelo menos com o mínimo de imaginário com que Valéry tentava descobrir nele funções figurativas, ordens fantasmáticas.
Todo o discurso médico contemporâneo, higienista e moral, de que as bonecas de Pierre Spitzner são uma espécie de caricatura, apoia-se num catálogo desordenado das aberrações de imagens do corpo (Schefer). Para lá das aberrações iconológicas, é necessário notar que a "escrita" médica não tende a fazer significar algo ao corpo. E não se esqueça o seguinte: "From the point of view of the subject, the representation of the body, even when narrowly biological, is always an image of the self: identity, genealogical resemblance, cultural norm and configuration, etc.” (Abel)”. E todavia, haverá, no discurso dos saberes, discurso mais marcado por uma espécie de regularidade do fantasma (o do corpo como objecto, como labirinto, etc.) do que o discurso da medicina?

O Patrono da Ordem Demolay







O nome da ordem tem origem em um homônimo, Jacques Demolay, nascido na França em 1244, que aos 21 anos uniu-se à Ordem dos Cavaleiros Templários, também conhecida como Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.

Os Cavaleiros Templários foram uma organização sancionada pela Igreja Católica Romana em 1128, para proteger os caminhos que ligavam Jerusalém a Acre (atualmente corresponde à cidade de Akko, porto de Israel situado a Norte da Baía de Haifa, no Mediterrâneo). A Ordem dos Templários participou das cruzadas e ganhou renome por seu valor e heroísmo.

Com muitos nobres e governantes enviando seus filhos para unirem-se aos Templários, a Ordem também se tornara muito rica e popular por toda a Europa.

Em 1298, Jacques DeMolay, foi nomeado o Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários, posição esta de grande prestigio e poder. Como Grão-Mestre, no entanto, também estava em uma posição difícil. As Cruzadas não haviam alcançado seus objetivos. Os Sarracenos, não cristãos, haviam derrotado os Cruzados em uma batalha e capturado várias cidades e pontos geográficos vitais. Os Cavaleiros Templários e os Hospitaleiros (uma outra Ordem de Cavaleiros) foram os únicos grupos remanescentes do confronto com os Sarracenos.

Os Templários decidiram por se reorganizar e recuperar suas forças. Eles viajaram para a ilha de Chipre, esperando o suporte popular para uma nova Cruzada.

Todavia, ao invés do suporte popular esperado, os Templários atraíram a atenção de poderosos governantes, interessados na riqueza e no poder da Ordem. Em 1305, Felipe, o Rei da França, passou a dedicar-se a obter o controle sobre os Cavaleiros Templários. Até então, eles haviam sido controlados somente pela Igreja. Para prevenir um aumento do poder clerical, Felipe decidiu assumir o controle sobre a Ordem.

O ano de 1307 assistiu o início da perseguição aos Templários. Jacques DeMolay, juntamente com centenas de outros Cavaleiros, foi preso e atirado às masmorras. Por sete anos, eles sofreram torturas em padeceram nas condições desumanas do cárcere. Como os Templários não se acabavam, o Rei conseguiu forçar o Papa Clemente a condenar os Cavaleiros. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e foram dadas aos partidários de Felipe.

Durante anos de tortura, Jacques DeMolay continuou leal aos amigos e aos Cavaleiros. Ele recusou-se a revelar a localização dos tesouros da Ordem e a denunciar seus companheiros. Em 18 de março de 1314, DeMolay foi julgado por um tribunal especial. Como evidência, a corte baseou-se em uma confissão forjada, supostamente assinada por DeMolay.

Jacques DeMolay repudiou a confissão forjada. Pelas leis daquela época, o repudio de uma confissão era punível por morte. Outro Cavaleiro, Guy de Auvergne, assim mesmo, repudiou sua própria confissão e ficando ao lado de DeMolay. O Rei Felipe ordenou que ambos fossem queimados vivos naquele mesmo dia.

Apesar de tudo o que sofreu, DeMolay nunca renegou sua fé nem traiu seus companheiros, sendo, até hoje, considerado um exemplo de honra, lealdade e amizade.

domingo, 12 de janeiro de 2014

O Anjo Rebelde


No Período de Saturno, a Terra em formação era escura; Calor, que é a primeira manifestação do sempre invisível fogo, era o único elemento então manifestado; a humanidade embrionária era como mineral, o único reino inferior da vida evoluinte. Unidade era observada por toda a parte a os Senhores da Mente, que eram humanos, formavam uma unidade entre si.

Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental falamos do mais alto Iniciado do Período de Saturno, como O Pai.

No Período Solar, o princípio de um novo elemento, Ar, foi desenvolvido a unido ao verdadeiro fogo, o qual, note novamente, é sempre invisível a manifestou-se como calor no Período de Saturno. Então, o fogo explodiu em chamas, e o mundo escuro tornou-se uma resplandecente bola de névoa ígnea luminosa em virtude da palavra de poder: "Que se faça luz ".

Convém que o estudante pondere bem a relação entre fogo a chama; o primeiro está adormecido, invisível em todas as coisas e, por várias maneiras, é convertido em luz: pelo golpe de um martelo na pedra, pela fricção da madeira contra a madeira, por combinação química, etc. Isto nos dá um indício da identidade a estado do O PAI, "a quem nenhum homem jamais viu" mas que é revelado na "A Luz do Mundo", o Filho, que é o mais alto Iniciado do Período Solar. Como o fogo invisível é revelado na chama, assim também a plenitude do Pai habita no Filho a Eles são Um, como o fogo é Um com a chama na qual se manifesta. Esta é a origem de toda verdadeira adoração ao Sol ou ao Fogo. Todos vêem além do símbolo físico a adoram "Nosso Pai que está no céu". Os Maçons Místicos de hoje conservam essa fé no fogo tão firmemente como sempre.

Por conseguinte, vemos que a Unidade que prevaleceu no Período de Saturno prosseguiu no Período Solar. A humanidade comum daquele tempo havia já evoluído até a glória dos Arcanjos; alguns eram mais avançados que outros, mas não havia antagonismo entre eles. A humanidade atual tinha avançado para um estágio análogo ao do vegetal a encontrava-se um pouco acima da nova Onda de Vida começada no Período Solar, e a unidade também aqui prevalecia.

No Período Lunar, o contato da esfera aquecida com o Espaço frio gerou umidade e a batalha dos elementos começou com todo seu ímpeto. A ardente bola de fogo procurava evaporar a umidade, forçá-la para fora e criar um vácuo no qual pudesse manter sua integridade e arder tranqüilamente. Mas não há e nem pode haver vazio na natureza, assim, a corrente expelida condensou-se a certa distancia da bola ardente, e foi de novo impelida para dentro pelo frio do Espaço, para ser novamente evaporada e expelida para fora, em um incessante giro que se manteve por eras e eras, como um jogo de peteca entre diversas Hierarquias de Espíritos que compunham os vários Reinos de Vida, representados na Esfera-Fogo e no Espaço Cósmico, que são uma expressão do Homogêneo Espírito Absoluto. Os Espíritos de Fogo estão trabalhando ativamente para obter um aumento de consciência. Mas o Absoluto repousa sempre revestido pelo invisível traje do Espaço Cósmico. N'Ele todos os poderes e possibilidades estão latentes, e Ele procura desencorajar e reprimir qualquer tentativa de gastar a força latente que, como energia dinâmica, é necessária na evolução de um sistema solar. Água é o agente que Ele usou para apagar o fogo dos espíritos ativos. A zona entre o centro ardente do separado Espírito Esfera e o Ponto onde sua atmosfera individual encontra o Espaço Cósmico, é o campo de batalha dos espíritos evoluintes, nas diversas etapas de evolução.

Os Anjos atuais eram humanos no Período Lunar, e o mais alto Iniciado é o Espírito Santo (Jeová).

Da mesma forma que a nossa humanidade e os outros Reinos de Vida na Terra são diversamente afetados pelos elementos presentes, porque alguns gostam de calor, outros preferem o frio, alguns desenvolvem-se na umidade e outros necessitam de aridez, assim também entre os Anjos do Período Lunar, uns tinham afinidade com a água, outros a detestavam e amavam o fogo.

Os contínuos ciclos de condensação e evaporação da umidade que circundava o centro ígneo causaram, conseqüentemente, a incrustação, e o propósito de Jeová foi moldar esta "terra vermelha", traduzido Adam, em formas que pudessem encarcerar e extinguir os espíritos no fogo. Para este fim, Ele pronunciou o fiat criador, e os protótipos do peixe, da ave e de todo o ser vivente apareceram, incluindo mesmo a primitiva forma humana, e estas formas foram todas criadas por Seus Anjos. Assim, Ele desejou fazer, subservientes à Sua vontade, tudo o que vive e se movimenta. Contra este plano, uma minoria de Anjos rebelou-se. Eles tinham grande afinidade com o fogo para suportar o contato com a água, e recusaram-se a criar as formas como lhes foi ordenado. Por isso, privaram-se de uma oportunidade de evoluir através das linhas convencionais, e tornaram-se também uma anomalia na natureza. Além disso, tendo repudiado a autoridade de Jeová, tiveram que conseguir sua própria salvação, à sua maneira. Como isto foi conseguido por Lúcifer, seu Grande Líder, será esclarecido nos capítulos seguintes. Por enquanto, é suficiente dizer que no Período Terrestre, quando vários planetas foram diferenciados para proporcionar ambiente adequado à evolução para cada classe de espíritos, os Anjos, sob Jeová, foram enviados para trabalhar com os habitantes de todos os planetas que possuem Luas, enquanto os espíritos de Lúcifer fizeram sua morada sobre o planeta Marte. O Anjo Gabriel é o representante na Terra da Hierarquia Lunar, presidida por Jeová; o Anjo Samael é o embaixador das forças Marcianas de Lúcifer. Gabriel (que anunciou a Maria o próximo nascimento de Jesus) e seus anjos lunares são, portanto, os dadores da vida física, enquanto Samael e as hostes de Marte são os Anjos da Morte.

Deste modo, originou-se a discórdia na obscura aurora deste Dia Cósmico, e o que vemos hoje como Franco-Maçonaria é uma tentativa das Hierarquias de Fogo, os espíritos de Lúcifer, para trazerem a nós o encarcerado espírito "Luz", a fim de que, através dele, possamos ver e conhecer. O Catolicismo é uma atividade das Hierarquias de água, por isso coloca na porta de seu Templo a "Água Benta", para extinguir os espíritos que procuram a luz e o conhecimento, e para incutir fé em Jeová.

O equinócio da primavera se dá no primeiro ponto de Áries, não importa em que constelações o Sol se encontre por precessão. Assim também o ponto onde o átomo-semente humano vem do mundo invisível e é conduzido pelo Deus Lunar da Geração, Jeová, por intermédio de Seu embaixador, o Anjo Gabriel, é esotericamente o primeiro ponto de Câncer. Este é o signo Cardeal da Triplicidade aquosa, e é regido pela Lua. Aí, a Concepção acontece; mas, se a forma fosse construída de água e somente de suas concreções, ela nunca poderia chegar a nascer. Portanto, quatro meses depois, quando o feto alcança o estágio de desenvolvimento correspondente ao segundo signo da triplicidade aquosa, Scorpius, o oitavo signo, que corresponde à casa da morte, Samael, o intrépido embaixador dos Espíritos de Lúcifer, invade o domínio aquoso da Hierarquia Lunar e introduz a centelha ígnea do espírito na forma inerte para fermentá-la, vivificá-la e moldá-la em uma expressão de si mesma.

Lá, o Cordão Prateado que cresceu do átomo-semente do corpo denso (localizado no coração) desde a concepção, é unido à parte brotada do vórtice central do corpo de desejos (localizado no fígado), e quando o Cordão Prateado é ligado pelo átomo-semente do corpo vital (localizado no plexo solar), o espírito morre para a vida no mundo supra-sensível e vivifica o corpo que vai usar na próxima vida terrena. Esta vida terrena dura até que o curso dos acontecimentos simbolizados na roda da vida, o horóscopo, tenha decorrido; e, quando o espírito alcança novamente o reino de Samael, o Anjo da Morte, a mística 8a Casa, o cordão prateado é desatado e o espírito, que foi dado por Deus, retorna a Ele, até que a aurora de um outro dia de Vida na Escola da Terra lhe indique um novo nascimento, aonde possa ganhar mais proficiência nas artes e ofícios da construção do templo.

Cerca de cinco meses após o ato vivificante, quando o último dos signos aquosos, Pisces, já passou, o representante dos espíritos de Lúcifer, Samael, focaliza as forças do signo ígneo, Áries, no qual Marte é polarizado positivamente. de maneira que, sob o impulso de sua energia dinâmica, as águas do útero são expelidas e o espírito cativo é libertado para o mundo físico, para lutar a batalha da vida. Ele pode bater cegamente sua cabeça contra as forças Cósmicas representadas pelo primeiro dos signos de fogo, Áries, o Carneiro, que é um símbolo da força bruta com que as raças mais primitivas suportavam problemas da vida; ou pode adotar o método mais moderno da astúcia, como um meio de alcançar o domínio sobre outros, cuja característica é indicada no segundo dos signos de fogo, Leo, o Leão, o rei dos animais; ou pode erguer-se acima da natureza animal e apontar para as estrelas com o arco da aspiração espiritual, representado pelo último dos signos de fogo, Sagittarius, o Centauro. O Centauro está precisamente na frente do signo aquoso Scorpius, uma advertência de que aquele que tentar alcançar aquele último estágio e afirmar seu direito divino de escolha e prerrogativa como "Phree Messen", um filho do Fogo e da Luz, sentirá por certo a ferroada do Escorpião no seu calcanhar, o que o incentivará a ir em frente, pelo caminho onde o homem se torna "sábio como serpentes". Desta classe é que a Maçonaria Mística arregimenta homens que têm a indômita coragem de ousar, a inquebrantável energia de fazer, e o diplomático discernimento de saber calar.

Quem foi Albert Mackey?







o caraQuem foi Albert Mackey?

Alguns autores e obras são citados constantemente na maioria dos livros pela sua importância cronológica e, mais ainda, pela contribuição imprescindível que deram na organização de nossa instituição. Poderíamos mencionar os trabalhos eternos de Joseph Paul Oswald Wirth, Robert Freke Gould, George Kloss, William Hutchinson, René Guénon, Wilhelm Begemann, Eliphas Levy, Alec Mellor e tantos outros não menos importantes. Trataremos aqui, de maneira breve, da obra de Albert Gallatin Mackey, possivelmente, o mais citado de todos os autores, fato este que se deve a especificamente um de seus legados.

O americano Albert Gallatin Mackey talvez tenha sido o mais importante historiador e jurista maçônico que aquela nação já produziu. Segundo seus próprios compatriotas, até hoje não se avaliou adequadamente as conseqüência que seus trabalhos tiveram sobre a maçonaria, não só americana, mas também de todo o mundo.

Dos Irmãos Americanos que conquistaram fama internacional no mundo maçônico, vários foram escritores cujos trabalhos ajudaram na formação e na extensão da luz maçônica, dentre estes nenhum escreveu tão volumosamente como o fez Mackey.

Nascido em 12 de março de 1807 na cidade de Charleston no estado americano da Carolina do Sul, Albert Mackey graduou-se com honras na faculdade de medicina daquela cidade em 1834. Praticou sua profissão por vinte anos, após o que dedicou quase que completamente sua vida à obra maçônica.

Recebeu o grau 33, o último grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, e tornou-se membro do Supremo Conselho onde serviu como Secretario-Geral durante anos. Foi nesta época que ele manteve uma estreita associação com outro famoso maçom a americano, Albert Pike.

Participou como membro ativo de muitas lojas, inclusive a legendária “Solomon's Lodge No. 1,” (http://www.solomonslodge.org/main.htm), fundada em 1734, que é, ainda hoje, a mais famosa e mais antiga loja operando continuamente na América do Norte. Ocupou inúmeros cargos de destaque nos mais altos postos da hierarquia maçônica de seu país.

Pessoalmente o Dr. Mackey foi considerado encantador por um círculo grande de amigos íntimos. Seu comportamento representava bem o que, entre os americanos, é chamado de cortesia sulista. Sempre que se interessava por um assunto era muito animado em sua discussão, até mesmo eloqüente. Generoso, honesto, leal, sincero, ele mereceu bem os elogios e qualificações que recebeu de inúmeros maçons de destaque.

Um revisor da obra de Mackey disse que, como autor de literatura e ciência maçônica, ele trabalhou mais que qualquer outro na América ou na Europa. Em 1845 ele publicou seu primeiro trabalho, intitulado Um Léxico de Maçonaria, depois disto seguiram-se: “The True Mystic Tie” 1851; The Ahiman Rezon of South Carolina,1852; Principles of Masonic Law, 1856; Book of the Chapter, 1858; Text-Book of Masonic Jurisprudence, 1859; History of Freemasonry in South Carolina, 1861; Manuel of the Lodge, 1862; Cryptic Masonry, 1867; Symbolism of Freemasonry, and Masonic Ritual, 1869; Encyclopedia of Freemasonry, 1874; and Masonic Parliamentary Law 1875.

Mackey esteve até o fim da vida envolvido com a produção de conhecimento maçônico. Além dos livros citados ele contribuiu com freqüência para diversos periódicos e também foi editor de alguns. Por fim, publicou uma monumental “History of Freemasonry”, que possui sete volumes. Um testemunho da importância e popularidade que os livros escritos por Mackey têm é o fato de que muitos deles são editados até hoje e estão à venda em livrarias, inclusive pela Internet. No Brasil, por exemplo, é possível encontrar pelo preço aproximado de R$54,00 um exemplar de “History of Freemasonry” (http://www.sodiler.com.br/index.cfm). No site da livraria Amazon (www.amazom.com), tida como a maior da Internet, é possível adquirir 26 edições diferentes quando se procura livros usando como referência as palavras Albert Mackey. Para quem tem habilidade de leitura em inglês, é possível ler um livro inteiro de Mackey disponível na internet. O título "Symbolism of Freemasonry” ou o Simbolismo na Maçonaria, de 364 páginas, que pode ser encontrado neste link. Dos muitos trabalhos que o Dr. Mackey legou à posteridade, um julgamento quase universal identifica a “Encyclopedia of Freemasonry” como a obra de maior importância. Anteriormente a publicação deste livro não havia nenhum de igual teor e extensão em qualquer parte do mundo. Esta obra teve muitas edições e foi revisada várias vezes por outros autores maçônicos.

A contribuição de Mackey para o pensamento e leis maçônicas, produto de sua mente clara e precisa, é tida como de fundamental importância. Praticamente toda a legislação maçônica fundamental é hoje interpretada com base em alguns de seus escritos. É verdade que algumas de suas obras contêm enganos, mas o conjunto é de extremo valor e, em particular, um trabalho tem especial destaque no mundo todo. A compilação feita por ele dos marcos ou referenciais básicos da maçonaria é adotada como fundamento em vários ritos e obediências. Estamos falando aqui dos tão mencionados e conhecidos “Landmarks”.

A primeira vez em que se fez menção à palavra Landmark em Maçonaria foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1720 por George Payne, durante o seu segundo mandato como Grão-Mestre da Grande Loja de Londres, e adotados em 1721, como lei orgânica e terceira parte integrante das Constituições dos Maçons Livres, a conhecida Constituição de Anderson, que, em sua prescrição 39, assim, estabelecia:
"XXXIX - Cada Grande Loja anual tem inerente poder e autoridade para modificar este Regulamento ou redigir um novo em benefício desta Fraternidade, contanto que sejam mantidos invariáveis os antigos Landmarks..."

A tradução da palavra Landmark do inglês para o português resulta no substantivo "marco", que, caso consultemos o dicionário Aurélio, tem o seguinte significado: marco [De marca.] S. m. 1. Sinal de demarcação, ordinariamente de pedra ou de granito oblongo, que se põe nos limites territoriais. [Cf. baliza (1).] 2. Coluna, pirâmide, cilindro, etc., de granito ou mármore, para assinalar um local ou acontecimento: o marco da fundação da cidade. 3. Qualquer acidente natural que se aproveita para sinal de demarcação. 4. Fig. Fronteira, limite: os marcos do conhecimento.

Estas definições exemplificam bem o contexto no qual o termo Landmark é utilizado, além de fazer uma referência quase explícita às origens operativas da maçonaria, quem já construiu algo em alvenaria sabe que a fixação dos marcos é um dos primeiros momentos da obra e um passo fundamental para a sua execução. Sem marcos bem estabelecidos fica muito difícil a obra ser bem executada.

Os Landmarks, que podem ser considerados uma "constituição maçônica não escrita", longe de serem uma questão pacífica, se constituem numa das mais controvertidas demandas da Maçonaria, um problema de difícil solução para a Maçonaria Especulativa. Há grandes divergências entre os estudiosos e pesquisadores maçônicos acerca das definições e nomenclatura dos Landmarks. Existem várias e várias classificações de Landmarks, cada uma com um número variado deles, que vai de 3 até 54. Virgilio A. Lasca, em "Princípios Fundamentales de la Orden e los Verdaderos Landmarks", menciona uma relação de quinze compilações.

As Potências Maçônicas latino-americanas, via de regra, adotam a classificação de vinte e cinco Landmarks compilada por Albert Gallatin Mackey. Deve-se a isto a frequência com que o Mackey é mencionado também entre nós.

Segundo estudiosos do assunto, a compilação de Mackey teve sucesso por que conseguiu ir ao passado e trazer as tradições e costumes imemoriais à prática maçônica moderna. Este trabalho estabeleceu a ordem em meio ao caos, fornecendo um ponto de partida para os juristas e legisladores maçônicos que o seguiram.

Fato é que o grande trabalho de Mackey em jurisprudência, e mesmo o que se estende além dos Landmarks ou da jurisprudência, sobreviveu ao teste do tempo. Ainda hoje ele é freqüentemente citado como uma autoridade final. Suas contribuições tiveram, e ainda tem, um efeito profundo e permeiam grande parte do pensamento maçônico moderno. Ao criar sua obra, este autor, estava na realidade criando os marcos sobre os quais foi possível edificar grande parte do conhecimento maçônico que se produziu posteriormente.

Albert Gallatin Mackey passou ao oriente eterno em Fortress Monroe, Virgínia, em 20 de junho de 1881, aos 74 anos. Foi enterrado em Washington em 26 de junho, tendo recebido as mais altas honras por parte de diversos Ritos e Ordens. Hoje existe nos Estados Unidos uma condecoração, a “Albert Gallatin Mackey Medal” , que é a mais alta condecoração concedida a alguém que muito tenha contribuído para a causa maçônica.

Bibliografia:


Este trabalho foi elaborado tendo como base a bibliografia listada abaixo, sendo que dela foram retirados as idéias centrais, referências e inclusive transcrições literais.

1-Publicação da Aug.'. Resp.'. Loj.'. Simb.'. São Paulo nº 43. (http://www.lojasaopaulo43.com.br/publicacoes.php)
2-Publicação da Gran.'. Loj.'.Maç.'.do Estado da Paraíba. (http://www.grandeloja-pb.org.br/legis_landmarks.htm)
3-The Grand Lodge of Free and Accepted Masons of the State of California (http://www.freemason.org/mased/stb/stbtitle/stb1936/stb-1936-02.txt)

Os Filhos de Caim.

A lenda Maçônica tem pontos de desacordo, como também de acordo, com a história da Bíblia. Relata que Jeová criou Eva, que o Espírito Lucífero Samael uniu-se a ela, mas que foi expulso por Jeová e forçado a deixá-la antes do nascimento do seu filho Caim, que ficou sendo assim o filho de uma viúva.

Então, Jeová criou Adão, para ser marido de Eva, e dessa união nasceu Abel. Por conseguinte, desde o princípio, tem havido dois tipos de pessoas no mundo. Um, gerado pelo espírito de Lúcifer, Samael e possuidor de uma natureza semi-divina, Por outro lado, Abel, o descendente humano de pais humanos.

Lembremo-nos que, de acordo com a Bíblia, o espírito de Lúcifer apareceu a Eva como uma serpente, um filho da Sabedoria. Caim, de acordo com a lenda maçônica, nasceu desta união com Eva. É relatado, também, que o espírito de Lúcifer abandonou Eva, que tornou-se assim uma viúva e Caim era, portanto, o filho do espírito de Lúcifer, a serpente da Sabedoria e de Eva, a viúva. Todo Iniciado tem, até hoje, o símbolo da serpente em sua fronte e é conhecido por seus companheiros por aquele sinal como um filho da viúva e do espírito de Lúcifer.

Adão e Eva se uniram e geraram um filho, humano como eles, cujo nome era Abel. Jeová, por ser o Deus Lunar, está associado à água, daí ter havido inimizade entre Caim, o Filho do Fogo, e Abel, o Filho da Água. Caim, então, matou Abel e Abel foi substituído por Seth.

Os Filhos de Caim tornaram-se os artesãos do mundo, hábeis no uso do fogo e do metal. O ideal deles era masculino.

Os Filhos de Seth, por outro lado, tornaram-se clérigos, que defendiam um ideal feminino, a Virgem Maria, e que regiam seu povo através da água mágica colocada nas portas de seus templos.

Várias tentativas foram feitas para unir as duas correntes da humanidade e emancipá-las de seus progenitores, Jeová e os espíritos Lucíferos.

Christian Rosenkreuz ficou encarregado dos Filhos de Caim, que procuram a luz do conhecimento no fogo sagrado do Santuário Místico. Da mesma forma que a energia criadora implantada por seu divino antepassado Samael fez com que Caim trabalhasse e criasse, assim também, essa mesma necessidade espiritual induz seus descendentes a elaborar sua própria salvação através do fogo , confeccionando o Dourado Manto Nupcial, que é o "Abre-te-Sésamo" para o Mundo Invisível

Este é o grande Ideal proclamado pela Fraternidade Rosacruz, um Ideal que indica o caminho mais curto para o Novo Céu e a Nova Terra, onde os Filhos de Caim e os Filhos de Seth finalmente serão unidos.

Filhos da Viúva - Filhos da Luz


É como se autodenominam os maçons. Existem duas explicações para a origem da expressão.

A primeira é relacionada com a lenda de Osíris, mito solar egípcio, decalcada em outras lendas mais antigas, como a do deus agrário Dumuzi, dos sumerianos. Foi Plutarco quem transmitiu, no primeiro século da era cristã, a melhor versão da lenda de Osíris, confirmada, posteriormente, pela tradução dos textos hieroglíficos.

A lenda é tipicamente decalcada nos mitos solares, pois, de acordo com ela, Osíris foi assassinado no 17º dia do mês Hator, que marcava o começo do inverno. A lenda, assim, do ponto de visto místico, mostra o Sol (Osíris) morto pelas forças das trevas (Set), deixando viúva a Ísis, para renascer, posteriormente, completando um novo ciclo, também representado pelas sucessivas mortes e renascimentos dos vegetais, de acordo com a influência solar. Os Maçons, identificando-se com Hórus, são os filhos da viúva Ísis, a mãe-Terra, privada do poder fecundante do Sol (Osíris), pelas forças das trevas.

A segunda explicação para a origem da expressão está ligada à lenda de Hiram, largamente baseada na lenda de Osíris e em outros mitos da antiguidade. O artífice fénício Hiram construtor do templo de Jerusalém, segundo a lenda (mas, na realidade, um entalhador de metais, responsável pela confecção das colunas e das bacias necessárias ao culto), era filho de uma viúva da tribo de Neftali.

Knight e Lomas avançam a teoria de que Hiram Abif era, na realidade, Sequenere Tao II, o verdadeiro rei egípcio que viveu em Thebas, cerca de 640 kilómetros a Sul de Hyksos, capital de Avaris, perto dos limites do reino de Hyksos. Sequenere era o "novo rei do egipto, que não conhecia José", que foi vizir por volta de 1570 A.C. Apophis, especula-se, quereria conhecer os rituais secretos de Horus, que permitiam ao faraós transformarem-se em Osiris na morte e viver eternamente como uma estrela. Apophis enviou homens a seu soldo para extrair a informação de Sequenere, mas ele mais facilmente morreria com violentas pancadas na cabeça antes de contar alguma coisa; na verdade, foi o que aconteceu. A identificação de Hiram Abif como sendo Sequenere baseia-se no crânio da múmia, o qual parece ter sido esmagado por três golpes aguçados, como os que foram deferidos em Hiram Abif. E quanto aos assassinos descritos no folclore maçônico como Judeus? Knight e Lomas sugerem que estes serão dois dos irmãos expatriados de José, Simeon e Levi, auxiliados por um jovem padre de Thebast. Como prova, Knight e Lomas apontam a múmia encontrada ao lado da de Sequenere. O corpo não embalsamado pertencia a um jovem que morreu com os orgãos genitais cortados, e com um estertor de agonia no rosto. Teria ele sido enterrado vivo como castigo pelo seu crime? Os rituais maçónicos referem Hiram Abiff como o 'Filho da Viúva'... na lenda egípcia, o primeiro Horus foi concebido após a morte de seu pai, pelo que a mãe já era viúva mesmo antes da concepção. Parece lógico que, todos os que, daí em diante, se tornaram Horus, os reis do Egipto, se apelidaram de 'Filho da Viúva'" .

"A lenda do Mestre Construtor Hiram Abiff é a grande alegoria maçônica. Na realidade, a sua história figurativa é baseada numa personalidade das Sagradas Escrituras, mas os seus antecedentes históricos são de acontecimentos e não da essência; o significado reside na alegoria e não em qualquer facto histórico que possa estar por detrás. Para o construtor iniciado, o nome Hiram Abiff significa Meu Pai, o Espírito Universal, uno em essência, três em aparência."

Ainda que o Mestre assassinado seja o estereotipo do Mártir Cósmico – O Espírito crucificado do Bem, o Deus moribundo – cujo Mistério é celebrado por todo o mundo. Os esforços levados a cabo para descobrir a origem da lenda de Hiram demonstram que, apesar da forma relativamente moderna de representação da lenda, os seus princípios fundamentais remontam a uma longínqua Antiguidade. É habitualmente reconhecido pelos estudiosos maçônicos que a história do martirizado Hiram é baseada em antigos rituais egípcios do deus Osiris, cuja morte e ressurreição retratam a morte espiritual do Homem e sua regeneração através da iniciação nos Mistérios.

Hiram é também identificado com Hermes através da inscrição na Placa de Esmeralda. Os "Filhos da Viúva" - Outros entendimentos Pode-se dizer, escreve Persigout, que os Maçons eram os filhos da viúva , isto é, da Natureza sempre virgem e fecunda. Dá-se esse nome aos franco-maçons, diz Gédalge, em memória da viúva que foi mãe do arquiteto Hiram. Mas Ísis, a "Grande Viúva" de Osíris, procurando os membros esparsos de seu esposo, também é considerada a mãe dos Franco-Maçons que, seguindo-lhe o exemplo, procuram o corpo de seu Mestre Hiram, assassinado pelos três maus Companheiros, que simbolizam os vícios capazes de aniquilar o Ser : a Inércia, a Sensualidade e o Orgulho. Quando, portanto, em dezembro, afirma Ragon, o sol hibernal parece deixar nossos climas para ir reinar no hemisfério inferior, parecendo, para nós, que ele desce ao túmulo, então a natureza fica viúva de seu esposo, daquele de quem ela recebe, todos os anos, alegria e fecundidade. Seus filhos ficam desolados; é, portanto, com muita razão que os maçons, filhos da natureza, e que, no grau de Mestre, revivem essa bela alegoria, se chamam filhos da viúva (ou da Natureza); como no reaparecimento de deus, eles se tornam os filhos da luz. Segundo essa interpretação, acrescenta Ragon, devemos concluir que Hiram, arquiteto do templo de Salomão, ao se tornar o herói da lenda maçônica, é Osiris ( o sol) da nova iniciação; que Ísis, sua viúva, é a Loja, emblema da terra, e que Órus, filho de Osíris (ou da luz) e filho da viúva, é o Maçom, isto é, aquele que mora na loja terrestre. Para outros autores, a Franco-Maçonaria é Viúva desde que Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, foi queimado.

A palavra "viúva" vem do latim vidua, e significa propriamente vazio, privado de. A palavra vazio tem o sentido de espaço e não de vácuo. Nessa acepção, a expressão os "Filhos da Viúva" significaria os "Filhos do Espaço" e, como o Espaço é símbolo de Liberdade, os Franco-Maçons seriam igualmente os "Filhos da Liberdade. Mas a "Viúva" é caracterizada por um véu negro e então simboliza as Trevas que, como dissemos acima, são inerentes ao Espaço. Esse é o motivo pelo qual os maçons são ao mesmo tempo os "Filhos da Viúva" e os "Filhos da Luz". Eles são "Filhos do Mundo das Trevas", mas, no seio do mundo, manifestam-se como os "Filhos da Luz".

Explicando a Maçonaria


“Sejamos, ao menos, justos... [com a Maçonaria]. Beijem-lhe os jesuítas as mãos, por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século XVIII - quando, expulsos de toda a parte, os repudiava o próprio papa - pelo maçom Frederico II. Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois que Wellington e Blücher eram ambos maçons. Sejamos-lhe gratos por ter sido ela quem criou a base onde veio a assentar a futura vitória dos Aliados - a Entente Cordiale, obra do maçom Eduardo VII. Nem esqueçamos, finalmente, que devemos à Maçonaria a maior obra da literatura moderna - o Fausto, do maçom Goethe” (Fernando Pessoa - Diário de Lisboa, nº 4388, 4-II-1935).

A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, mística, esotérica e progressista.

É filosófica porque orienta o homem na investigação das leis da natureza, e convida ao pensamento que contido na simbologia da representação geométrica conduz a todos pela abstração metafísica, na busca pela reflexão filosófica. A penetração do sentido espiritual do movimento da historia, contempla em cada tempo histórico as novas inspirações doutrinarias e assimila cada sistema filosófico que pode significar a contribuição para o patrimônio do resumo da verdade além do tempo e do espaço.

É filantrópica porque pratica o altruísmo, deseja o bem estar de todos os seres humanos e não visa lucros pessoais. Seus esforços e recursos são completamente dedicados ao progresso e a felicidade da espécie humana, sem distinção de nacionalidade, raças, sexo, nem religião. Alguns escritores maçons têm expressado através de frases sistemáticas, o espírito ecumênico que existe na Maçonaria. Toda a espécie humana faz parte de uma só família que se encontra dispersa pela terra, todos os povos são irmãos e devem amar-se uns aos outros como tais, esta é também uma de nossas características filosófica.

É mística e esotérica porque tenta desenvolver as faculdades espirituais do ser mesmo estando estas adormecidas no subconsciente do individuo.

É progressista na medida em que ensina as práticas de solidariedade humana e da vontade absoluta de consciência.

Nós maçons somos buscadores da verdade, rejeitamos enfaticamente o fanatismo, em seu lugar oferecemos o tratamento desprovido de preconceitos, oferecemos à humanidade todas as contribuições que possam ser conquistadas e que de alguma forma venham a beneficiar a todos. Dentre os objetivos da Maçonaria posso destacar o estudo da moral universal e o cultivo das artes e da ciência. Jamais nos permitiremos, ou permitiremos a quem quer que seja, criar qualquer obstáculo na investigação da verdade.

A Maçonaria é a maior e mais antiga organização fraternal (religiosa) conhecida do mundo atual, nossa existência se reporta a bem antes do nascimento das maiores religiões, (judaísmo, cristianismo, budismo e islamismo), do mundo conhecido somos as testemunhas da história, zelamos pela fé do individuo, seja ela qual for.

Ao longo da história muitos livros foram escritos sobre Maçonaria, no entanto, para muitos não iniciados, a maçonaria ainda continua sendo um mistério. Este mistério é alimentado pela imperícia de historiadores que tentam localizar seu nascimento em algum momento da eternidade, não é raro alguém apontar o nascimento da Maçonaria para o período compreendido durante a construção do templo do Rei Salomão. Outros menos atentos ainda dizem que a Maçonaria descende diretamente da associação dos maçons operativos, os construtores das catedrais da idade média, que viajaram por toda Europa disseminando entre seus iguais os segredos e habilidades da arte de construir.

É fato que no século XVII a Maçonaria sofreu a transição que hoje denominamos de operativa para especulativa, talvez aí seja explicada a confusão por parte daqueles que não nos compreendem e apontam os primeiros construtores medievais como nossos precursores universais. Concordo que quando as construções de catedrais diminuíram, os grêmios (ou guildas) de Maçons Operativos abriram suas portas para aceitar como membros, pessoas (do sexo masculino) que não faziam parte do contexto da construção civil (da época). Esta abertura permitiu que o maçom agrupado em Lojas reunisse milhares de maçons na face da terra, estas Lojas passaram a ser denominadas Lojas Simbólicas.

Hoje o privilégio de ingressar na Maçonaria está limitado aos homens maiores de 18 anos (RGF - GOB), que satisfaçam os requisitos e padrões reconhecidos de caráter de moral, assim como também o candidato deve gozar de boa reputação junto á comunidade onde reside. É mister que para ser convidado um homem deve manifestar a um Mestre Maçom o seu desejo de ingressar na ordem, a Maçonaria não faz proselitismo, ninguém é compelido a ser Maçom, quando um homem pede para ser admitido em uma Loja Simbólica, é por sua livre iniciativa. Para que alguém seja aceito na Maçonaria, antes deverá submeter-se a aprovação unânime dos confrades, também deverá comprovar estar físico, moral e mentalmente capaz de poder realizar a ajuda que lhe será requerida para seus semelhantes, deve também acreditar em um Ser Supremo, a quem universalmente denominamos Grande Arquiteto do Universo.

Talvez por isso, muitas pessoas, embora erroneamente, tem dito que a Maçonaria é uma religião, a estes que assim pensam, afirmo que a maçonaria não está associada, nem pode ser associada a nenhuma religião específica. Deixo claro, e espero que inequivocamente compreendam que tampouco pretendemos estabelecer na Maçonaria uma nova ordem religiosa. A Maçonaria quando organização oferece aos amantes da verdade, condições apropriadas de pesquisar, estudar e aprender livre das paixões escondidas no sectarismo político e religioso, as mais belas verdades protegidas ao longo dos séculos dos olhares profanos e malévolos daqueles que disputam com a verdade. Cada Maçom compreende que a fraternidade é o lugar apropriado para se desenvolver a inteligência e a união fraternal livres dos dogmas sectários. Embora sejamos defensores da ciência, não reconhecemos na investigação científica autoridade que seja superior a razão humana. Para aqueles que nos acusam de falsos religiosos, (em nosso contexto: cristãos), afirmo que rejeitamos as verdades religiosas que tentam cecear a liberdade de escolha de um homem, estas são nossas inimigas sim, as colocamos a lado dos ditadores e tiranos que privam o ser humano do maior dom concedido a todos, que é a liberdade de expressão que nasce nas fontes do livre arbítrio.
Para compor nossas fileiras, admitimos entre nós pessoas de todos os credos religiosos, não fazemos distinção, a muito que superamos as barreiras do sectarismo religioso, a tolerância religiosa é uma de nossas maiores características, respeitamos todas as opiniões professadas como fé que sejam livres do fanatismo, egoísmo e das superstições; para alguns, a Maçonaria, do ponto de vista etimológico, é uma religião, para melhor compreensão daquele que ainda não viu a luz, convido inicialmente a observamos, sem paixões, a definição dada pra religião pelo dicionário (virtual, http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx) que diz religião ser: “culto prestado à divindade; crença na existência de uma ou mais forças sobrenaturais; fé; reverência às coisas sagradas; observância dos preceitos religiosos; doutrina, sistema religioso; ordem religiosa.” Agora que temos uma definição “una” para a expressão etimológica religião, comentarei cada definição para que haja melhor compreensão por parte de meu leitor:

a) “culto prestado à divindade” → Na Maçonaria embora (obrigatoriamente) reconhecemos e respeitamos a existência de um ser supremo, não existe dentro de nossas reuniões um momento específico, onde paramos para prestar cultos á divindades, deixamos esta pratica para as religiões.

b) “crença na existência de uma ou mais forças sobrenaturais” → Embora cada Maçom esteja, por força de compromisso, obrigado a crê na existência do sobrenatural, não existe dentro da Maçonaria um catecismo que discipline esta crença, na verdade embora seja exigido à crença, a Maçonaria não intervém nesta temática. Mais uma vez deixamos mais esta questão para que o Maçom resolva com sua religião.

c) “fé” → A fé por si só, não pode caracterizar uma religião, uma vez que a palavra tem sua origem no latim fide e quer dizer confiança, que por sua vez no mesmo dicionário citado anteriormente significa “segurança e bom conceito que se faz de alguém”, e o bom senso nos diz que mesmo o ateu tem algumas pessoas em bom conceito.

d) “reverência às coisas sagradas” → Se não existe a prestação de cultos a divindades dentro da Maçonaria, como pode existir o sagrado?

e) “observância dos preceitos religiosos; doutrina, sistema religioso; ordem religiosa” → Estas práticas são comuns às religiões, como penso ter demonstrado que não nos enquadramos no contexto das religiões... Nada mais há de se comentar sobre isto.

Espero ter dirimido todas as dúvidas relacionadas a esta temática, se mesmo assim, ainda perdurar alguma, recomendo o uso de bom senso, faça uma análise tranqüila, dispa-se dos pensamentos tendencioso, então poderá encontrar a verdade. Para ajudar mais ainda nesta compreensão, esclareço que a elevação moral de nosso eu interior é o grande objetivo maçônico. Posso enfaticamente afirmar, que Maçonaria não é uma religião, penso estar bem claro isto, já que tantas vezes foi abordado este tema. A Maçonaria não pretende tomar o lugar das religiões, nem modificar suas crenças, na verdade somos seus colaboradores, já que na Maçonaria são aceitos somente homens considerados bons cidadãos, bons maridos, bons pais, bons vinhos, bons profissionais na área que atuam. Penso que os religiosos antes de estigmatizar os maçons de suas religiões, deveriam respeitá-los, e admirá-los como homens livres e de bons costumes que são. Ser Maçom é um privilégio que a poucos contempla.

Ao repetir minha fala, espero não estar sendo demasiadamente prolixo. O principal requisito para que alguém seja considerado apto a ser iniciado Maçom é a crença na existência de um ser supremo ao qual de forma universal denominamos Grande Arquiteto do Universo, ao referirmo-nos assim ao criador de tudo e de todos, estamos intimamente nos referindo ao ser supremo cultuado em nossa fé, que poderá ser; Deus, Jeová, Buda, Alá, entre tantos outros. Procedendo assim, respeitando a fé de cada irmão, nossa convivência é pacifica.
Na Maçonaria todos podem pacificamente compartilhar de conhecimentos que conduzem aos vínculos iniciais da criação. Como regra de ouro, a Maçonaria busca bons homens para transformá-los em homens melhores, utiliza suas crenças na paternidade divina, na irmandade existente entre todos os homens e na imortalidade da alma, para ajudar a superar as debilidades que impendem o homem de usufruir de forma profusa de todo seu potencial caritativo. É característico do Maçom, honrar seus negócios, ser leal no trabalho, respeito e misericórdia para com os (momentaneamente) menos afortunados, resistência contra o mal, ajudar aos fracos, perdão para o penitente, amor fraternal acima de tudo, reverência, respeito e amor pelo Grande Arquiteto do Universo (que no universo cristão é Deus).

Normalmente aqueles que tentam relacionar a Maçonaria a alguma forma de religião, o fazem baseados no grande mito maçônico, que também podemos nomear como “a grande incógnita do segredo maçônico”. Contrário ao que muitos crêem, a Maçonaria não é uma sociedade secreta, prefiro defini-la como discreta em suas pesquisas. Não escondemos nossa existência ou filiação, (a não ser que isto ponha em risco nossa liberdade e direitos de homens livres), e também não fazemos nenhuma tentativa de esconder nossos objetivos, metas, e princípios. A Maçonaria é uma organização formada sobre bases fortalecidas pelo amor ao próximo, e alicerçadas por todos que buscam a verdade.

Nossos estatutos, nossas leis e regras estão disponíveis a inspeção das autoridades legais. É bem verdade que temos modos e formas de reconhecimentos, ritos e cerimônias as quais o mundo não está acostumado. Sobre isto, categoricamente afirmo, todos os grupos e instituições sociais, comerciais, filantrópicas, religiosas, tem seus próprios assuntos que só dizem respeito a seus participantes, por exemplo: algumas vezes sua família precisa tratar de assuntos que não são de interesses de seus vizinhos, a direção de uma escola se reúne para definir suas questões administrativas, os líderes de determinada igreja reúnem-se para deliberar assuntos que não serão externados em sua totalidade a todos os membros. Esta é uma característica indelével que das instituições, eu não as censuro, entendo serem necessárias para o bom funcionamento da organização. Aqueles que questionam a Maçonaria por seus rituais sigilosos esquecem que os diferentes grupos ou instituições, têm seus próprios rituais de iniciação para receber um novo membro, estas comunidades, tais como, universidades, clubes e até algumas cerimônias de ordenação ao sacerdócio estão envolvidas em seus mistérios sigilosos, sendo que os mesmos não podem, nem devem ser relacionados a princípios malignos, nem contrários a moral. Nós maçons temos proclamado ao mundo que a Maçonaria é uma associação universal, que nada tenciona governar além de suas práticas ritualísticas e sociais e que prima por estabelecer vínculos entre os homens de todos os povos criando laços de ética.

A Maçonaria é uma instituição que proclama a paz entre os homens, como um de seus mais altos ideais. Finalizando, posso dizer que a maçonaria é uma fonte inesgotável de moral e sabedoria, que continuará atraindo as almas boas e generosas. Não negamos o direito dado ao homem de adorar a um deus, que conforme a fé e a crença que manifeste, será reverenciado e respeitado. Não somos juízes e nem réus em uma batalha judicial, somos vítimas sobreviventes do preconceito que é antagônico a fé religiosa, acreditamos no homem, e aguardamos com paciência, mais não passivos, pelo dia (...) “que seus preconceitos cedam diante da verdade”