domingo, 25 de agosto de 2013

Eu sou Tubal Caim

Eu sou Tubal Caim, filho de Lamech e Zillah, irmão de Jabal, Jubal, e Naamah. Nós fundamos o começo de todas as ciências no mundo. Jabal, meu irmão, a ciência da geometria, e o primeiro a construir casas de pedra e madeira. Jubal, meu irmão, a ciência da música, canções cantadas, música da harpa e órgão, e a composição. Naamah, minha irmã, fundou a arte e a ciência de tecer. E eu fundei a arte e ciência da forjaria do ouro, prata, cobre, ferro e do aço. Eu excedi todos os homens na força e era um guerreiro. Eu também era conhecido como crisor e trabalhador do fogo. Meu nome significa maçons trabalhando em busca da verdade . O pai de Tubal Caim é Lamech (que foi, também pai de Noé), filho de Metuchael, filho de Menchael, filho de Irade, filho de Enoque, Filho de Caím. São, portanto sete gerações. Mas quem é o pai de Caím, ancestral de nosso Hiram? Eis aqui uma informação que fará tremer muitos francos-maçons cândidos, para os quais Hiram é uma espécie de Cristo: "Por filhos de Elohim designa a escritura os filhos de Caim. Pois quando Samael (Espirito Lucífero) coabitou com Eva, comunicou-lhe sua corrupção, da qual tornou-se grávida. Foi então que ela pariu Caím, cujo o rosto era completamente diferente dos outros homens, e todos que descenderam de sua estirpe foram chamados filhos Heloim (ZOHAR, I-37 a). Assim, Tubal Caim constitui a sétima geração nascida de Samael e Eva. Trata-se, portanto, de um filho adúltero. Assim, Hiram, por seu pai Ur, descendente de Tubal Caim e, por ele, em linha reta, de Caím e de Samael. Um Conto de Tubal Caim Tubal-Caim, árduo trabalhador, trabalhava duro na sua forjaria quando um guerreiro entrou pela porta. Nesta época, a sétima geração dos descendentes de Adão, a guerra então, não tinha sido aperfeiçoada. Pensava-se que o primeiro combate, entre Caim e Abel, tinha sido tão horroroso que uma guerra nunca aconteceria novamente. Mas Seth-Abel era um inovador... — No que você está trabalhando? Ele perguntou. O ferreiro virou o objeto na sua forja e respondeu isto é uma picareta. — Será que você poderia me fazer uma dessa, só que mais comprida, reta, sem o buraco no meio, e um dos lados afiado? — Claro que eu posso. Tubal-Caim ergueu uma barra de metal ardente da forja. — Este comprimento está bom? — Sim, mas eu prefiro mais fino... Como uma cunha...E, por favor... Ponha um cabo na ponta, com um pequeno flange de metal entre o cabo e a picareta. Amavelmente, Tubal-Caim pos a barra de bronze contra a sua bigorna e com o martelo e o cinzel cortou o metal em excesso. Então ele martelou a barra novamente, e pos de volta na forja. — Colheita estranha essa que você está planejando. Observou. — Sim, e enrubesceu. O guerreiro apanhou a toa uma barra de metal cinzento. — O que é isto? — Zinco, é o que dá para o bronze a sua dureza. O cobre dá a cor, mas o zinco é que dá a resistência. — É a resistência que me importa...Resistência e a habilidade para manter o fio. — Seu pai é que lhe ensinou como misturar os metais? — Não, isto é minha própria invenção. — Você o único é que sabe fazer o metal, então? — Eu e os meus filhos. — Assim se morrerem vocês três, não haverá ninguém que poderia fazer mais algumas ferramentas de metal? — Por que? isso é que é um pensamento estranho! Acho que isso seja verdade. O guerreiro gargalhou. — Está Bem, eu volto amanhã, então. — Tenha certeza que seus meninos estarão aqui. Faz muito tempo que não os vejo. Ele partiu. Tubal-Caim pensou durante algum tempo. Ele não gostou da direção das idéias dele, mas ele as seguiu para onde elas iam. Então pôs mais duas barras de bronze na forja. Quando as picaretas estavam terminadas, ele as estudou cuidadosamente. Elas pareciam perigosas. Ele achou que elas não romperiam muita terra, mas elas poderiam ser boas para outros fins. No dia seguinte ele chamou os seus dois filhos, e deu a cada um instrumento de metal. Eram ambos, bons e fortes rapazes. — Escondam-se no quarto de trás. ele disse. — Vejam pela fresta e não façam nenhum barulho. Desconfiado, o filho primogênito disse: — Do que você suspeita, Pai? — Eu não sei como se chama isto mas...é muita loucura. — Agora vão. Os filhos dele fizeram como ele ordenara. Tubal-Caim voltou à sua forja, e para os seus pensamentos. Se ele estivesse errado, tudo estaria bem. Se estiver certo, então ele morreria, mas não os seus filhos. Eles eram fortes e inteligentes. Eles saberiam o que fazer. Duas mortes seria uma coisa terrível. chocante, mas nada tão brutal como três. Ele esperava estar errado.Ele tinha a esperança de que se ele tivesse razão, esta coisa poderia terminar por aqui e agora. Então o guerreiro entrou, assobiando.

As Raízes do Anti-Maçonismo

Introdução: A Maçonaria foi e é perseguida pelos governos totalitários e diversas ordens religiosas. É acusada de subversão à ordem pública e culto ao demônio. O anti-maçonismo é antigo, singular e fantasioso e há muito é público. Na História surgiram poderosos detratores da Ordem Maçônica, imbuídos de preconceitos dissimulados, aproveitando-se do nível de ignorância e crendices, como meio de gerar adeptos às suas inverdades. O método antigo, mas que infelizmente ainda existente. O anti-maçonismo religioso. Sustentam os anti-maçons religiosos, que a tolerância religiosa é incompatível com a respectiva doutrina. Outros, sob alegação de combate ao "culto às imagens", acusam a maçonaria de culto a símbolos demoníacos. Mas, o pano de fundo do anti-maçonismo religioso surge com o anglicanismo. Henrique VIII, rei da Inglaterra, desobedece o papa e divorcia-se de sua primeira mulher, casando-se com Ana Bolena, sendo excomungado. Posteriormente, em 1534, numa disputa de poder com o Papa, o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, colocou a Igreja sob a autoridade real: nascia a igreja anglicana. A Maçonaria especulativa sempre foi aceita pelo catolicismo. Tanto é que eram os maçons operativos quem construiam as antigas Igrejas e Catedrais, adornadas com inúmeros símbolos maçônicos. Posteriormente, de iniciativa dos pastores protestantes ingleses James Anderson e J. T. Desaguliers surge a Grande Loja da Inglaterra. No ano de 1723, Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. Criava-se um sistema de regularidade para a Maçonaria e só quem fosse reconhecido pela Grande Loja da Inglaterra pudesse ser considerado maçom regular. Para tanto era preciso ter como princípio, dentre outros, a tolerância religiosa. Por isso mesmo, o conflito entre anglicanos e católicos, num movimento de contra-reforma da Igreja Católica, fez com que a intolerância religiosa transpirasse para a Maçonaria. Em 24 de abril de 1738, o papa Clemente XII condenou abertamente a maçonaria pela primeira vez (encíclica In Eminenti). A partir dessa palavra oficial da Igreja, foi proibido aos católicos pertencer á maçonaria. A questão se agravou com o movimento da Reunificação da Itália (período que foi de 1848-1870). O governo da Itália estava fragmentado e dividido entre bispos católicos, que eram proprietários de grandes propriedades de terras. Esse governo se via envolvido em escândalos e corrupção, e se sustentava explorando o misticismo medieval e no fundamentalismo religioso. O movimento iluminista que combatia o misticismo, aproveitando-se do segredo e sigilo maçônico, reunindo-se em segredo nas Lojas Maçônicas, coordenou uma verdadeira revolução que retomou as propriedades das mãos da Igreja, destacando-se dentre eles Giuseppe Garibaldi, que dedicou sua vida à luta contra a tirania. Esse episódio despertou o ódio do clero católico contra a maçonaria, a ponto do papa Leão XIII (1846), redigir a encíclica HUMANUM GENUS, dizendo: "a Igreja católica e a maçonaria são como dois reinos em guerra" e que "a finalidade da maçonaria é destruir toda ordem religiosa e política do mundo inspirada pelos ensinamentos cristãos e substituí-las por uma nova ordem de acordo com suas idéias", estimulando "o sincretismo religioso, isto é, a mistura das mais diferentes crenças". O anti-maçonismo político. Conhecedores da história e da participação da Maçonaria no processo da Reunificação da Itália, inúmeros os governantes, tanto de direta quanto de esquerda, se tornaram anti-maçons. O caráter discreto e sigiloso das reuniões maçônicas causou sempre o temor da "conspiração" e "subversão política" e estimulou a fantasia popular acerca do "culto ao demônio". Essas sempre foram as acusações dissimuladas de seus perseguidores, aproveitando-se da ignorância de muitos e da crendice popular. Todavia, os ideais maçônicos de liberdade de expressão do pensamento e a liberdade de crença religiosa, sempre foram os reais motivos pelos de sua perseguição e de seus membros. Com a expansão do comunismo no início do século XIX, a maçonaria foi proibida na Rússia (1917) e na Hungria (1919). A reação ao comunismo fez surgir o nazismo e facismo, que também proibiram a Maçonaria (Mussolini na Itália-1925, Hitler na Alemanha-1933, Salazar em Portugal - 1935, Getúlio Vargas-Brasil, 1937, Franco na Espanha-1940). General Francisco Franco, ditador espanhol, decretou em 1940, todos Maçons de seu país estavam condenados a 10 anos de prisão. Joseph Goebbels, ministro da propaganda regime nazista, inaugurou em 1937 uma "Campanha Anti-Maçônica", sob alegação de as Lojas Maçônicas estavam impregnadas de judaísmo. Outro apóstolo nazista, Alfred Rosenberg, exaltando a superioridade da raça alemã, acusou a Maçonaria de disseminadora da idéia de igualdade. Os maçons sempre ignoraram seus detratores achando que o silêncio era a melhor arma. Lamentavelmente esse silencio muitas vezes foi usado contra a Fraternidade. Durante Segunda Guerra Mundial, as tropas nazistas que ocuparam a Bélgica, pilhariam as Loja Maçônicas e destruíram o que eles não puderam roubar. Entre os reféns tomados nos povoados, na média 15%, eram Maçons, que era uma proporção enorme consideram isso há só um Maçom a cada mil habitantes em Bélgica! (Revista de Philalethes, 1947 de maio) Conclusão. Dois fatos determinaram a ruptura entre a Igreja e a Maçonaria, dando origem ao anti-maçonismo. O primeiro foi a disputa política entre o papa e o rei da Inglaterra (século XVIII), o segundo a disputa de terras entre bispos católicos e italianos (Século XIX). Maçons envolvidos nesses dois episódios determinaram a ruptura entre a Maçonaria e a Igreja Católica. Nem o anti-maçonismo religioso, nem o político foram capazes de acabar com a Maçonaria. Mesmo perseguida, a influência da maçonaria na história tem sido grande. Hoje são cerca de 6 milhões de maçons, em mais de 164 países, sendo cerca de 150 mil no Brasil. Há grande quantidade de parlamentares, altos funcionários do governo, líderes religiosos, muitos empresários e membros de outras elites. Vivemos atualmente um regime democrático, e por isso, a Maçonaria sobrevive abertamente. Por exemplo, na inauguração do novo Palácio Maçônico de Brasília do Grande Oriente do Brasil, compareceram 120 parlamentares, além do então Ministro da justiça, Maurício Correia. Mas o anti-maçonismo não desiste. Além do anti-maçonismo religioso e político, uma nova ordem de anti-maçons surge no sistema democrático: o anti-maçom degenerado. Esse grupo é composto pelos descontentes com resultados políticos ou jurisdicionais e quando vencidos em suas pretensões, como último recurso, acusam as autoridades de favorecimento maçônico. Polemizam o ingresso de juízes, delegados, políticos e outras autoridades na maçonaria, argumentando que a fraternidade se incompatibiliza com tais cargos, que requerem imparcialidade, mas a maçonaria pressupõe o favorecimento, a parcialidade. É verdade que o maçom tem o dever de socorrer todos os necessitados, especialmente membros da fraternidade. Isso não pode ser confundido com favoritismo, pois esse dever significa dever de caridade para com o próximo. Antes de tudo, o Maçom faz juramento solene de obedecer as leis, agir sempre com ética e com os bons costumes, amar a família e defender a pátria com a própria vida. A corrupção permeia todas as instituições sejam religiosas, políticas ou associativas e necessita ser combatida. Isso porque a corrupção é vício humano, tão combatido pela maçonaria. Apesar disso, a maçonaria não está imune a ela. Todavia, possui mecanismos de se livrar dos corruptos e desonestos. Consta das normas internas, que aquele que estiver envolvido em corrupção ou desonestidade, será processado internamente, previsto como pena, a exclusão da ordem, com sua inscrição no "Livro Negro", impedindo definitivamente seu retorno.

As Colunas do Templo - Quarta Coluna

Já vimos os significados das três colunas que, nas reuniões do primeiro grau do Rito Escocês Antigo e Aceite de uma Loja maçónica se encontram na zona central da sala onde decorre a reunião e que simbolizam a Sabedoria, a Força e a Beleza. Essas três colunas estão dispostas nas posições de três dos quatro vértices de um rectângulo. O quarto vértice nada tem. Nada tem? Não é bem assim... Esse quarto vértice é o local de uma quarta coluna, invisível porque imaterial, que simboliza a ligação espiritual entre o Homem e o Criador. É, portanto, a coluna do Espírito, que não é a Mente, embora a ilumine, que não é mero Instinto, apesar de o guiar, que, não sendo a Inteligência, só por esta pode ser, fugazmente, entrevisto. Tal como as demais qualidades que devem estar presentes nas obras e acções humanas, também o Espírito, ou o que dele dimana e se projecta nos actos humanos, chame-se-lhe garra ou vontade ou ainda elevação, aí deve estar representado. De que vale uma obra ou acção humana, ainda que sábia, mesmo que forte, porventura bela, se dela nada de elevado, de digno do Livre Arbítrio que à Humanidade foi concedido, se vislumbrar? O acto humano deve, com efeito, ser digno desse Livre Arbítrio, da Condição Humana, deve elevar-se para além da simples materialidade. Só assim o Homem é algo mais do que um primata com um intelecto hiper-desenvolvido... A Condição Humana só atinge a nobreza que lhe é inerente quando temperada com a dimensão de espiritualidade que especificamente lhe é alcançável. A obra humana, o acto do Homem, distingue-se do resultado da actividade meramente animal em face da marca do Espírito que o anima e que se alberga dentro de nós. A quarta coluna, a que aparentemente não existe, porque imaterial e, por isso, invisível, simboliza o Espírito do Homem, a mais nobre qualidade que este recebeu do Criador. Não se vê, não se sente, não se toca materialmente, mas é, porventura, a mais importante das quatro colunas. E eis como o maçon é tão embrenhado nos símbolos e nos seus significados que até é capaz de extrair significado de um símbolo... que não existe materialmente!

As Colunas de Templo - Terceira Coluna

Beleza O maçon procura revestir-se da característica da beleza. Não é, obviamente, a física que importa. Até porque essa não depende de si, antes da carga genética que lhe foi transmitida por seus ascendentes. A beleza de que o maçon se procura revestir é a interior, resultante da pureza de princípios, da firmeza de carácter, do aprumo moral e da tolerância para com os os outros que deve ser seu apanágio. Pureza de princípios que constitui o pano de fundo de toda a actuação do Homem. Quem tiver adquirido e os viver como integrantes do seu ser os princípios básicos do respeito para com o Outro, que constituem os fundamentos da Civilização não cometerá agressões contra o seu semelhante. O respeito pela Vida, pela Integridade, pela Liberdade, pela Democracia, pela Igualdade são meros e naturais corolários desses princípios básicos, tão naturais como a faculdade de respirar! Firmeza de carácter para moldar sua personalidade, combatendo suas fraquezas, mas também para arrostar com as inevitáveis dificuldades que a vida sempre coloca, sem nunca pôr em causa nem incumprir os princípios básicos que devem nortear sua conduta. Aprumo moral como ferramenta para distinção entre o Bem e o Mal, em todas as suas manifestações e circunstâncias, em especial quando umas ou outras os tornam de difícil destrinça. Tolerância para com os outros como contrapartida da necessidade de dos outros vermos toleradas nossas próprias imperfeições. Quem interiorizar estas simples, mas tão exigentes, regras, poderá ser fisicamente horrível, mas acabará por ser reconhecido como Belo por todos aqueles que sabem ver para além das meras e efémeras aparências. Mas o maçon não procura apenas ter a Beleza em si, procura que as suas obras sejam dotadas dessa característica. Isto é, suas acções, suas criações, suas obras, não basta que sejam sábias e fortes, devem também ser belas. É a beleza que aproxima da perfeição o que se construiu com Sabedoria e Força. Entre dois edifícios, ambos igualmente perfeitamente projectados e edificados, com o recurso a todos os conhecimentos da arte de construir, ambos firmes, fortes e duráveis, qualquer de nós preferirá o que é esteticamente bonito, agradável ao que não possua essa característica. Buscar dotar as nossas obras de Beleza não é uma futilidade. É uma procura da perfeição possível na actividade humana. O Belo é divino! O Templo do maçon é assim sustentado também por esta terceira coluna, a da Beleza. E assim, buscando nós próprios dotar-nos e dotar nossas acções de Sabedoria, de Força e de Beleza nos aproximamos tanto quanto ao Homem é possível, da Divina Perfeição.

As Colunas do Templo - Segunda Coluna

Força A obra humana, para ter valia, deve estar dotada de Força. A acção do maçon deve beneficiar da Força. Não é de força física que aqui se trata. Ao mencionar esta característica de que devem estar dotados os maçons e o comportamento e as obras destes, quer-se, em primeiro lugar, fazer referência à Força de Carácter que deve ser apanágio do maçon. Força de carácter para seguir o, por vezes estreito e acidentado, caminho da virtude. Em segundo lugar, Força de Vontade. Força de vontade para combater o vício, isto é, para combater e anular, se possível, os defeitos que, infelizmente, todos nós temos. Mas a Força não respeita apenas às características intrínsecas do Homem, refere-se igualmente às das suas obras. E, neste plano, a Força de que aqui se fala respeita à Eficácia das acções humanas. Pode agir-se com muita boa vontade, mas se a nossa actuação for estéril, se a nada conduzir, se do nosso acto nada nascer, nada frutificar, nada mudar, nenhum efeito se obtiver, então mais valia ter estado quieto e poupado o esforço absolutamente inútil... Quando nada de útil se pode fazer, então manda o bom senso (a Sabedoria de que ontem falava...) que nada se faça. O Homem deve agir, deve actuar, mas deve fazê-lo com eficácia, de forma a que dos seus actos resultem efeitos, especialmente os efeitos pretendidos, que devem melhorar o que existia antes de se actuar. Também no plano das características de que devem estar dotadas as obras humanas, a Força é sinónimo de Durabilidade. Pouca utilidade tem a construção que se desmorona ao mais leve sopro de vento ou que, ao jeito de construção na areia, é destruída logo que a maré sobe... Neste sentido, o Homem prudente procura que aquilo que constrói seja durável, que seja utilizável com proveito enquanto seja útil. E com isto, tanto nos podemos estar a referir à construção de um edifício ou de uma ponte, como à edificação da relação que partilhamos com a nossa companheira de vida ou àquela que temos com os nossos filhos, ou ainda aos laços de amizade que tecemos ao longo de nossas vidas. A obra humana, seja física, seja relacional, deve, à imagem do seu autor, estar dotada de Força, isto é, deve corresponder ao que se pretende dela (eficácia) por todo o tempo que se destinar a durar (durabilidade), no limite para toda a nossa vida e, se possível, para além dela. Para os maçons, é importante, mas não basta, que os seus actos estejam dotados de Sabedoria; é imperioso que tenham também a Força que os faça valer a pena. É assim que a Força é outra coluna de suporte do Templo que interiormente cada um de nós deve edificar.

As Colunas do Templo - Primeira Coluna

Sabedoria Não é Conhecimento. Há, por esse mundo fora, muito analfabeto mais sabedor que muito doutor. Não é também Cultura. Há por aí muito intelectual superculto que, apesar da pose, destila muita erudição, mas demonstra muito pouca sabedoria. Não é ainda Inteligência. Há à nossa volta muito bem dotado de células cinzentas que esbanja as suas capacidades com uma ingenuidade arrepiante. Sabedoria é um pouco de tudo isso, com um nada de aquilo e um pó de aqueloutro, para ser muito mais do que tudo isso. Sabedoria é a capacidade de fazer o que se deve, quando se deve. A virtude de tomar a decisão certa, na hora adequada, para a situação asada. Sabedoria é intuir quando é hora de aguardar e quando é o momento de agir. Sabedoria é sentir quando se deve elogiar e quando se impõe criticar. Sabedoria é concordar com naturalidade e discordar com elegância. Sabedoria é prudência corajosa temperada com arrojo medido, misturada com acerto racional envolvido em intuição educada. O objectivo do maçon é pautar todos os seus actos, dotar todas as suas obras, da virtude da Sabedoria. É um equilíbrio difícil de atingir, para o timorato e para o arrojado, para o novo e para o velho, para o intelectual e para o prático. Para conseguirmos dotar as nossas decisões de Sabedoria, temos de estar constantemente alerta e no uso de todas as nossas capacidades. Em cada momento é mister temperarmos o nosso impulso com a razão, mas não abafando a nossa intuição, antes completando-a com o resultado de nossa análise. Agir com Sabedoria não é ganhar sempre; é, por vezes, saber perder, porque a nossa derrota é menos prejudicial do que a vitória sobre outrem; é entender que é preciso conceder a vitória a outrem hoje para vencer amanhã. Actuar de modo sabedor é lograr atingir, em cada situação, o maior Bem possível, causando o menor Mal que se puder. Procurar praticar a Sabedoria é uma tarefa de hoje, sempre e durante toda a vida. Não se é sabedor. Procura-se conseguir agir sabiamente em cada instante. É uma tarefa de vida. Mas quando se consegue executá-la com êxito, vislumbra-se uma poalha do brilho da Divina Perfeição. Só procurando utilizar todas as nossas capacidades e todo o nosso esforço no sentido de agir com Sabedoria somos dignos da nossa Humanidade. Eis porque a Sabedoria é uma das colunas de suporte do nosso Templo Interior!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O papel da Maçonaria na Independência do Brasil

"A História da nossa independência está intimamente ligada com a Fundação do Grande Oriente do Brasil, Obediência Mater da Maçonaria Brasileira." - Fuad Haddad Apesar do muito material documental existente, pouco se publica sobre o papel importante, decisivo e histórico que a Maçonaria, como Instituição, teve nos factos que precipitaram a Proclamação da Independência. Deixar de divulgá-los, é ocultar a verdade e consequentemente ocorrer no erro da omissão, que nem a História e nem o tempo perdoam, principalmente para com aqueles nossos irmãos, brava gente brasileira, que acreditavam, ou ainda mais, tinha como ideal de vida a Independência da Pátria tão amada. O objectivo principal, sem dúvida nenhuma, da criação do Grande Oriente foi envolver a Maçonaria na luta pela independência política do Brasil... Desde sua descoberta em 1500, o Brasil foi uma colónia Portuguesa, sendo explorada desde então pela sua metrópole; não tinha, portanto, liberdade económica, liberdade administrativa, e muito menos liberdade política. Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não tinham o direito de protestar, cresceu o descontentamento dos brasileiros. Iniciam-se então as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos Nativistas, quando ainda não se pensava na separação entre Portugal e Brasil. Estampava-se em nosso País o ideal da liberdade. A primeira delas foi a Revolta de Beckman em 1684, no Maranhão. No início do século XVIII, com o desenvolvimento económico e intelectual da colónia, alguns grupos pensaram na independência política do Brasil, de forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu próprio destino. Ocorreram, então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela tempera dos seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817), todas elas duramente reprimidas pelas autoridades portuguesas. Em todos estes movimentos a Maçonaria esteve presente através das Lojas Maçónicas e Sociedades Secretas já existentes, de carácter maçónico tais como: Cavaleiros das Luz na Baía e Areópago de Itambé na divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas acções individuais ou de grupos de maçons. Início do século XIX, ano de 1808 - D. João e toda família real, refugiam-se no Brasil na sequência da invasão e dominação de Portugal por tropas francesas, encetadas pelo jugo napoleónico. Este facto trouxe um notável progresso para a colónia, pois esta passou a ter uma organização administrativa idêntica à de um Estado independente. D. João assina o decreto da Abertura dos Portos, que extinguia o monopólio português sobre o comércio brasileiro. O Brasil começa a adquirir condições para ter uma vida política independente de Portugal, porém sob o aspecto económico, passa a ser cada vez mais controlado pelo capitalismo inglês. Ano de 1810 - Ocorre a expulsão dos franceses por tropas inglesas, que passam a governar Portugal com o consentimento de D. João. Ano de 1815 - D. João, adoptando medidas progressistas, põe fim à situação colonial do Brasil, criando o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. Ano de 1820 - Cansados da dominação e da decadência económica do país, os portugueses iniciam uma revolução na cidade do Porto culminando com a expulsão dos ingleses. Estabelecem um governo temporário, adoptam uma constituição provisória e impõem sérias exigências a João (agora já com o título de rei e o nome de D. João VI), ou seja: Aceitação da constituição elaborada pelas cortes, Nomeação para o ministério e cargos públicos, A sua volta imediata para Portugal. Com receio de perder o trono e sem outra alternativa, face às exigências da Corte (Parlamento português), D. João VI regressa a Lisboa (Portugal) em 26 de Abril de 1821, deixando como Príncipe Herdeiro, nomeado Regente do Brasil pelo Decreto de 22 de Abril de 1821, o primogénito com então 21 anos de idade - PEDRO DE ALCANTARA FRANCISCO ANTÓNIO JOÃO CARLOS XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL CIPRIANO SERAFIM DE BRAGANÇA E BURBON. O Príncipe D. Pedro, jovem e voluntarioso, aqui permanece, não sozinho pois viu-se logo envolvido por todos os lados por homens de bem, Maçons, que constituíam a elite pensante e económica da época. Apesar de ver ser aceites suas reivindicações, os revolucionários portugueses não estavam satisfeitos. As cortes de Portugal estavam preocupadas com as perdas das riquezas naturais do Brasil e previam a sua emancipação, como ocorria noutros outros países sul-americanos. Dois decretos de 1821 (124 e 125) emitido pelas Cortes Gerais portuguesas, são editados na tentativa de submeter e inibir os movimentos no Brasil. Um reduzia o Brasil da posição de Reino Unido à antiga condição de colónia, com a dissolução da união brasílico-lusa, o que seria um retrocesso, o outro, considerando a permanência de D. Pedro desnecessária em nossa terra, decretava a sua volta imediata. Os brasileiros reagiram contra os decretos através de um forte discurso do Maçon Cipriano José Barata, denunciando a trama contra o Brasil. O Maçon, José Joaquim da Rocha, funda na sua própria casa o Clube da Resistência, depois transformado no Clube da Independência. Verdadeiras reuniões maçónicas ocorrem na casa de Rocha ou na cela de Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, Frei Sampaio, no convento de Santo António, evitando a vigilância da polícia. Várias providências foram tomadas, tais como: Consultar D. Pedro; Convidar o Irmão, Maçom, José Clemente Pereira, Presidente do Senado a aderir ao movimento e Enviar emissários aos maçons de São Paulo e Minas Gerais. Surge o jornal, "Revérbero Constitucional Fluminense", redigido por Gonçalves Ledo e pelo Cónego Januário, que circulou de 11 de Setembro de 1821 a 08 de Outubro de 1822, e que teve a mais extraordinária influência no movimento libertador, pois contribuiu para a formação de uma consciência brasileira, despertando a alma da nacionalidade. Posteriormente a 29 de Julho de 1822 passa a ser editado o jornal "Regulador Brasílico-Luso", depois denominado, "Regulador Brasileiro", redigido pelo Frei Sampaio, que marcou também sua presença e actuação no movimento emancipador brasileiro. Na representação dos paulistas, de 24 de Dezembro de 1821, redigida pelo Maçon José Bonifácio de Andrade e Silva, pode-se ler o seguinte registo: "É impossível que os habitantes do Brasil, que forem honrados e se prezarem de ser homens, possam consentir em tais absurdos e despotismo... V. Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projectos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral, mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo. Se V. Alteza Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29 de Setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá que responder, perante o céu, pelo rio de sangue que, decerto, vai correr pelo Brasil com a sua ausência...". 09 de Janeiro de 1822 - Na sala do trono e interpretando o pensamento geral, cristalizado nos manifestos dos fluminenses e dos paulistas e no trabalho de aliciamento dos mineiros, o Maçon José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara, antes de ler a representação, pronunciou inflamado e contundente discurso pedindo para que o Príncipe Regente Permanecesse no Brasil. Após ouvir atentamente, o Príncipe responde: "estou pronto, diga ao povo que fico". A alusão às hostes maçónicas era explícita e D. Pedro conheceu-lhe a força e a influência, entendendo o recado e permanecendo no Brasil. Este episódio, conhecido como o Dia do Fico, marcou a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa brasileira. 13 de Maio de 1822 - os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo, e por proposta do brigadeiro Domingos Alves Munis Barreto, resolviam outorgar ao Príncipe Regente o título de Defensor Perpétuo do Brasil, oferecido pela Maçonaria e pelo Senado. Ainda em Maio de 1822, aconselhado pelo então seu primeiro-ministro das pastas do Reino e de Estrangeiros, o Maçon José Bonifácio de Andrade e Silva, D. Pedro assina o Decreto do Cumpra-se, segundo o que só vigorariam no Brasil as Leis das Cortes portuguesas que recebessem o cumpra-se do príncipe regente. 02 de Junho de 1822 - em audiência com D. Pedro, o Irmão José Clemente Pereira leu o discurso redigido pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e Januário Barbosa, que explanavam a necessidade de uma Constituinte. D. Pedro comunica a D. João VI que o Brasil deveria ter suas Cortes. Desta forma, convoca a Assembleia Constituinte para elaborar uma Constituição mais adequada ao Brasil. Era outro passo importante em direcção à independência. 17 de Junho de 1822 - A Loja Maçónica, "Comércio e Artes na Idade do Ouro" em sessão memorável, resolve criar mais duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim as Lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranquilidade", constituindo-se nas três Lojas Metropolitanas e possibilitando a criação do "Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano", que depois viria a ser denominado de "Grande Oriente do Brasil". José Bonifácio de Andrade e Silva (O Patriarca da Independência) é eleito primeiro Grão-Mestre, tendo Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Vigilante e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador. O Objectivo principal da criação do GOB foi de envolver a Maçonaria como Instituição, na luta pela independência política do Brasil, conforme consta de forma explícita das primeiras actas das primeiras reuniões, onde só se admitia para iniciação e filiação nas suas Lojas, pessoas que se comprometessem com o ideal da independência do Brasil. 02 de Agosto de 1822 - Por proposta de José Bonifácio, é iniciado o Príncipe Regente, D. Pedro, adoptando o nome histórico de Guatimozim ultimo imperador Asteca morto em 1522), e passa a fazer parte do Quadro de Obreiros da Loja Comércio e Artes. 05 de Agosto de 1822 - Por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência dos trabalhos, foi aprovada a exaltação ao grau de Mestre Maçon que possibilitou, posteriormente, em 04 de Outubro de 1822, numa jogada política de Ledo, o Imperador ser eleito e empossado no cargo de Grão-Mestre, do GOB. Porém, foi no mês de Agosto de 1822 que o Príncipe, agora Maçon, tomou a medida mais dura em relação a Portugal, ao declarar inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil sem o seu consentimento. Em 14 de Agosto parte em viagem, com o propósito de apaziguar os descontentes em São Paulo, acompanhado do seu confidente, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira e de uma pequena comitiva. Faz a viagem pausadamente, percorrendo em 10 dias, 96 léguas entre Rio e São Paulo. Em Lorena, a 19 de Agosto, emite o decreto dissolvendo o governo provisório de São Paulo. No dia 25 de Agosto chega a São Paulo sob salva de artilharia, repiques de sino, girândolas e foguetes, hospedando-se no Colégio dos Jesuítas. De São Paulo dirige-se para Santos em 5 de Setembro de 1822, de onde regressou na madrugada de 7 de Setembro. Encontrava-se na colina do Ipiranga, às margens de um riacho, quando foi surpreendido pelo Major António Gomes Cordeiro e pelo ajudante Paulo Bregaro, correios da corte, que lhes traziam notícias enviadas com urgência pelo seu primeiro ministro José Bonifácio. D. Pedro, após tomar conhecimento dos conteúdos das cartas e das notícias trazidas pelos emissários, pronunciou as seguintes palavras: "As Cortes perseguem-me, chamam-me com desprezo, rapazinho e brasileiro. Verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal". A independência do Brasil foi realizada à sombra da acácia, cuja raízes prepararam o terreno para isto. A Maçonaria teve a maior parte das responsabilidades nos acontecimentos literários. Não há como negar o papel preponderante desta instituição maçónica na emancipação política do Brasil. Desde 1815 com a fundação da Loja Maçónica Comércio e Arte, que daria origem as Lojas União e Tranquilidade e Esperança de Niterói e a posterior constituição do Grande Oriente do Brasil em 17 de Junho de 1822, o ideal de independência estava presente entre os seus membros e contagiava os brasileiros. À frente do movimento, enérgica e vivaz, achavam-se a Maçonaria e os Maçons. Entre seus principais Obreiros, pedreiros livres, de primeira hora podemos destacar: Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio da Andrade e Silva, José Clemente Pereira, Cónego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, Bispo Silva Coutinho, Jacinto Furtado de Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo da Veiga Muitos outros... Faz-se necessário também realçar a figura do personagem que se destacou durante todo o movimento articulado e trabalhado pela Maçonaria, o Príncipe Regente, D. Pedro. Iniciado Maçon na forma regular prescrita na liturgia e nos rituais maçónicos, e nesta condição de pedreiro livre no grau de Mestre Maçon, aos 24 anos de idade, proclama no dia 07 de Setembro a INDEPENDÊNCIA do Brasil. Posteriormente, no dia 04 de Outubro de 1822, D. Pedro comparece ao Grande Oriente do Brasil e toma posse no cargo de Grão-Mestre, sendo na oportunidade aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. No mesmo dia, Joaquim Gonçalves Ledo, redigiu uma nota patriótica ao povo Brasileiro, a primeira divulgação, depois da independência, que dizia: "Cidadãos! A Liberdade identificou-se com o terreno; a natureza nos grita Independência; a razão nos insinua; a justiça o determina; a glória o pede; resistir-lhe é crime, hesitar é dos covardes, somos homens, somos Brasileiros. Independência ou Morte! Eis o grito de honra, eis o brado nacional..."

A Maçonaria em Cuba

A independência de todas as Américas foi obra da Maçonaria. A crônica particular de cada um dos países do Novo Mundo trata exaustivamente da forma pela qual isto aconteceu, de sorte que não consideramos necessário insistir deste assunto. Cuba não foi uma exceção. Mas o que nem todos os historiadores sabem - principalmente os menos informados -, é o fato de nossa sublime Ordem ter crescido ali em importância a partir do momento em que Fidel libertou a Ilha. Não há nada de incorreto nesta afirmação, porque pelo tratado de 1898, assinado em Paris, Cubafoi libertada do jugo espanhol para, logo a seguir, cair sob o jugo norte-americano. Tratou-se, pois, de uma falsa independência. Vale a pena fazer um ligeiro retrospecto desse acontecimento ocorrido à revelia da Maçonaria cubana. Uma vez declarada a independência, a ilha ficou ocupada pelo exército norte-americano, sob o pretexto de que era preciso manter a paz e organizar o país. Foram também os americanos e não os cubanos que elaboraram a Carta-Magna do País, promulgada pela Assembléia Constituinte em 21 de fevereiro de 1901. A essa estranha Constituição foi acrescido um documento ainda mais estranho a chamada Emenda Platt que autorizava os EUA a intervirem no país toda vez que fosse necessário, o que aconteceu muitas vezes. A Maçonaria lutou bravamente até que, em meados dos anos 30 fosse promulgada nova Constituição com a supressão da odiada Emenda Platt. Mas, os americanos continuaram presentes e dominantes. Foi com a influência deles que se impôs o governo do Sargento Batista (logo promovido a coronel) e que serviu com fidelidade aos EUA em todas as questões internacionais em que a cooperação cubana fosse necessária. Enquanto o antigo Sargento Batista enriquecia, os americanos eram os verdadeiros senhores da ilha. As melhores terras lhes pertenciam. Eram também donos das principais grandes empresas. Cubano sópodia ser empregado, as vezes bem remunerado, mas empregado. O povo cubano vivia mal. Dia a dia crescia, com o apoio da Maçonaria, o movimento antiamericano. Esse ideal encarnou-se num jovem advogado chamado Fidel Castro. Em 28 de julho de 1953, Fidel foi aprisionado pelas tropas de Fulgêncio Batista e teria sido executado sumariamente, a exemplo do que ocorreu com outros revolucionários, se não tivesse havido a intervenção do Tenente Sarriel que determinou aos seus subordinados que o poupassem, argumentando: Idéias não se matam!. Sarriel, embora oficial do exército de Fulgêncio Batista, era necessariamente maçom. Foi ele que encaminhou Fidel para a Sierra Maestra, centro de ação dos patriotas barbados. Aos poucos, as tropas de Batista foram sendo derrotadas. A opinião pública, principalmente a Ibero-Americana, era favorável aos rebeldes. Vendo-se perdido, Batista abandonou o governo e refugiou-se nos EUA. Uma vez conquistada a ilha, Fidel organizou um governo revolucionário. Iniciou uma campanha de nacionalização e de desapropriação de empresas e de terras em mãos de cidadãos dos EUA. O governo americano protestou e propôs que Cuba fosse excluída da OEA. Adotou, ademais, medidas econômicas restritivas a Cuba que perduram até hoje. Pode-se dizer que, por mero interesse econômico, os EUA jogaram Cuba nos braços de Moscou. As conseqüências de tudo isto resultaram na situação que vem perdurando há quase 40 anos e que não interessa comentar aqui por ser do conhecimento de toda gente. O que de fato interessa saber é a situação da Maçonaria em Cuba depois de implantada a Revolução. Seria impossível imaginar uma Loja maçônica nas imediações da Praça de São Pedro, em Roma, nem tampouco na Praça da Paz Celestial, em Pequim, na China. Mas, em Havana o esquadro e o compasso convivem pacificamente, lado a lado, com a foice e o martelo. No centro de Havana, na Avenida Salvador Allende (que foi maçom), 508, está localizado o Grande Templo Nacional Maçônico, um edifício de 11 andares em cujo cimo resplandece o esquadro e o compasso. É ali que despacha o Sereníssimo Grão-Mestre Raciel Martinez Andreu que poder ser contatado pelos telefones 75732 ou 75065. A Grande Loja Maçônica de Cuba congrega mais de dois mil membros e éreconhecida pelas Grandes Lojas de 38 Estados norte-americanos. O Grande Oriente do Brasil é reconhecido por apenas 17 Estados. A Grande Loja Nacional de Cuba mantém um Asilo para Maçons idosos, além de outras obras de benemerência, mas luta com muitas dificuldades, sobretudo de ordem financeira. Muitos maçons pertencem ao Partido Comunista cubano, mas não são ateus. Nesse particular, existe em Cuba uma curiosa mistura de Comunismo, Cristianismo e Maçonaria, uma situação semelhante a que prevalece na Itália. O próprio Fidel se criou num ambiente católico e fez o curso primário e médio num colégio religioso. Sua adesão ao ateísmo e comunismo só se deu mais tarde, já na idade adulta. A convivência da Maçonaria cubana com o regime castrista se explica pelo fato de os maçons terem tido uma justa participação na Revolução que libertou Cuba do domínio econômico dos EUA. Os dados que serviram de base para este resumo histórico foram colhidos na INTERNET, onde os interessados no assunto poderão colher dados mais amplos do que os que aqui foram expostos.

G.:A.:D.:U.: e o Grande Oriente de França

Afirma-se freqüentemente que o convento de 1877, realizado pelo Grande Oriente de França (GOF), expulsou o G.:A.:D.:U.: de seus templos e, por esta razão a Grande Loja Unida da Inglaterra retirou-lhe o reconhecimento, jogando-o, ipso facto, na irregularidade. O objetivo deste artigo é arrolar os contra-argumentos do GOF, principalmente os apresentados na conferência do Ir.: Karim-Jacques em Washington, em 16 de novembro de 1996, sobre o assunto, para que se possa ter uma visão sobre os dois pontos de vista. Os Maçonólogos do GOF preceituam que o Convento de 1877 foi, na verdade, um ato refundador da maçonaria dita liberal, sem desconhecer, contudo, que tal ato se tornou a raiz de sua "irregularidade" e da ruptura entre o GOF e a maçonaria anglo-saxã. Como pano de fundo desta querela cintila a questão da relação entre Deus e a Maçonaria (Vide A Querela do G.:A.:D.:U.: de Guilherme Oak). A versão histórica dos fatos, pelo GOF, é bastante interessante. Imediatamente após sua criação em 1717, a Grande Loja Londres decidiu adotar um ato máximo regulador que veio ser conhecido como as Constituições de Anderson, pois sua redação foi confiada a uma comissão presidida pelo pastor James Anderson sendo a versão final publicada em 1723. Estas Constituições de Anderson apresentavam, como primeira parte, uma história mítica da maçonaria e, em seguida, os Deveres de um Franco-Maçom, no qual o item referente a Deus e à Religião constituiria o cerne destas Constituições. Eis o texto completo, retirado de uma edição do GOB em 1977: I - O que se refere a Deus e a Religião "O Maçom está obrigado, por vocação, a praticar a moral, e se compreender seus deveres, nunca se converterá em um estúpido ateu nem irreligioso libertino. Apesar de nos tempos antigos os maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava nos países em que habitavam. hoje crê-se mais conveniente não impor-lhes outra religião senão aquela que todos os homens aceitam, o dar-lhes completa liberdade com referência às suas opiniões particulares. Esta religião consiste em ser homens bons e leais, quer dizer, homens honrados e probos, seja qual fora a diferença de nome ou de convicções. Deste modo a Maçonaria se converterá em um centro de unidade, e é o meio de estabelecer relações amistosas entre pessoas que, fora dela, teriam permanecido separadas". (Constituição de Anderson, GOB, s/d, Rio de Janeiro). O que já se escreveu no mundo todo sobre este pequeno parágrafo, principalmente no que concerne à exclusão dos "ateus estúpidos" e dos "libertinos sem religião" daria para redigir vários tratados de filosofia. Obviamente que existem ateus que não sejam estúpidos e libertinos com religião, mas para os redatores das Constituições, saídos do meio protestante da Inglaterra do Século XVIII, o ateísmo constituía, na verdade, uma estupidez. Os comentadores do GOF notam que a tradição bíblica afirma que o ateísmo advém de uma limitação voluntária das faculdades da inteligência do homem: "diz o insensato no seu coração: 'Deus não existe''' (Salmos 14,1) e o pensamento Inglês do Século XVIII considerava o ateísmo como contrário ao bom uso da razão. Quanto ao libertinos, Anderson não visava, como hoje se pensa, àqueles que são desregrados nos seus costumes, na sua moral, ou seja, àqueles que não seguem as leis da religião, seja pela crença seja pela prática, em suma, os livres-pensadores. Assim, para os redatores das Constituições, a adesão do maçom à uma religião era mais que um imperativo categórico, era, enfim, uma necessidade quase biológica. Aqui se coloca um problema. De que religião se trataria? Daquela sobre a qual todos os homens estão de acordo. E esta religião, sobre a qual todos os homens estão de acordo, não deveria ser definida tendo como referência a crença em um Deus pelo qual se atribuiria todas as suas características singulares, mas sim as virtudes às quais Ele sujeitaria seus adeptos, ou seja, a bondade, a sinceridade, a modéstia e a honra. As Constituições de Anderson são, para os maçons do final do século XX, o texto fundador da maçonaria moderna antes de tudo, porque elas consagram a superação das clivagens religiosas entre os homens. Quando, durante o século XVIII, a maçonaria se espraiou sobre o continente europeu, principalmente na França, esta superação das clivagens religiosas casou-se naturalmente com as idéias defendidas pelos filósofos das Luzes. A religião, sobre a qual todos os homens estariam de acordo, era, para a maioria dos maçons franceses, idêntica à religião natural, adogmática, na qual falava Voltaire no seu Dicionário Filosófico quarenta anos após a primeira redação das Constituições: o Deus dos filósofos das Luzes, que era o grande denominador comum da natureza e do cosmo, sem que lhe fosse necessário recorrer a manifestações sobrenaturais. Estava claro que esta interpretação estava em desacordo com aquela dos maçons ingleses, pelo menos daqueles que se sucederam aos redatores das Constituições. Sobre o continente europeu, e mais uma vez, principalmente na França, a filosofia das Luzes se confrontava com um cristianismo fortemente dogmático representado pela Igreja Católica. Pelo contrário, na Inglaterra, as tradições de livre interpretação da bíblia, apanágio do protestantismo, permitiam ao Iluminismo desabrochar num clima fortemente marcado pelos ensinamentos de Cristo. Assim, para os maçons ingleses, a abertura trazida pelas Constituições de Anderson apontava a vontade de ultrapassar as clivagens entre as diversas religiões cristãs e, até mesmo, em direção às outras religiões reveladas, como o judaísmo. O islã ainda estava muito distante para entrar neste caldeirão ecumênico "avant la lettre". Esta orientação deveria por outro lado, ser formalmente confirmada quando da revisão das Constituições, efetuada em 1738, ou seja, quinze anos após a primeira edição. Contudo, nesta versão revisada, o maçom é, naquele famoso item das obrigações para com Deus e a Religião, obrigado, de agora em diante, "a observar a lei moral como um verdadeiro Noaquita". Pronto, com esta guinada do deísmo para o teísmo, introduziu-se a referência à revelação de Deus a Noé, à aliança entre o Deus criador e o homem, que engloba todas as religiões monoteístas, ou seja, estabeleceu-se a reserva de mercado das religiões reveladas e não mais "a religião sobre a qual todos os homens estão de acordo". Aqui, é necessário fazer uma distinção entre edoísmo e teísmo. Segundo Alberton "teísmo é a doutrina de escola filosófica que admite a existência de Deus pessoal, primeiro princípio e fim último de tudo o que existe; deísmo é um sistema filosófico-religioso ou espécie de religião natural. Não nega a existência de Deus. Entretanto, Deus só pode ser alcançado por argumentos puramente racionais. Não há, pois, revelação e o Cristianismo se torna desnecessário. Intervenção de Deus no mundo também é, pois, desnecessária, negando, por conseguinte, sua providência. Por isto também repugna-lhe o milagre, bem como toda intervenção sobrenatural: a Revelação e a Graça ou auxílio de Deus" (O Conceito de Deus na Maçonaria, ed.Aurora, RJ, 1981, pg.79). Convém salientar que Anderson tenta amenizar a derrapagem teísta, pois, em maçonaria a primeira aliança com Deus é a de Noé, e não somente aquela de Abraão, que conviria mais aos Judeus e aos maometanos, ou ainda a de Moisés, que convém mais aos Judeus e aos Cristãos, ou aquela de Cristo que concerne obviamente aos cristãos. O Anderson de 1738 tenta demonstrar, assim, que os filhos de Noé também contrataram com Deus a mesma aliança que seu pai; estão na origem das religiões posteriores. Deste modo, o Noaquismo andersoniano tenta ser, não uma filosofia, mas acima de tudo um princípio. Ainda que a palavra seja imprópia, ela significa virtualmente, mas em definitivo, que todos os homens se reconhecem nesta primeira aliança, ainda que eles admitam ou não as alianças posteriores; todos, de maneira universal, poderiam ser maçons. Este, contudo, não é o ponto de vista da concepção da maçonaria liberal francesa, que se mantém fiel ao marco deísta das Constituições de 1723. Para ela, a Constituição teísta de 1738 conspurcou aquela original de 1723, e a ruptura entre a maçonaria anglo-saxã já estaria, senão virtualmente consumada, pelo menos programada neste momento. A criação do GOF e a cisão de 1877 quase 150 anos depois, seriam meras decorrências daquela traição de 1738. O Grande Oriente de França, criado a partir de 1773, sempre apresentou uma posição deísta e tolerante em relação a Deus e à Religião. A própria iniciação de Voltaire na Loja das Noves Irmãs em 1778 representou a adesão da elite da maçonaria francesa à uma concepção de uma religião natural de característica deísta, ou seja, a concepção original das Constituições de 1723. O exame dos rituais do rito francês da época, por exemplo aqueles de 1786, não faziam menção seja a Deus, seja ao G.:A.:D.:U.:, mas era diante do G.:A.:D.:U.: que o iniciando prestava seu juramento , terminando com a invocação: "Que o G.:A.:D.:U.: me ajude". Todas a pranchas e os diplomas, emitidos pelo GOF apresentavam no seu cabeçalho o seguinte título: A.:L.:G.:D.:A.:D.:L.:U.: (À La Gloire Du Architecte De L'Univers - À Glória do Arquiteto do Universo). Nos primeiros decênios de século XIX, o carácter majoritariamente deísta da maçonaria do GOF não foi colocado em causa, seja na época da saída dos eclesiásticos das lojas, quando da assinatura da Concordata Napoleônica de 1801, seja durante as condenações repetidas pela Igreja Católica em 1821, 1825, 1829, 1832 e 1846. Durante a Revolução de 1848, as idéias românticas e rousseaunianas triunfaram na sociedade civil, na política e nas lojas. Recebendo uma delegação do GOF, o Ir.: Adolphe Crémieux, membro do Governo e maçom do R.:E.:A.:A.: declarou: "O G.:A.:D.:U.: deu o sol ao mundo, a liberdade para o sustentar. O G.:A.:D.:U.: quer que todos os homens sejam livres, ele nos deu a terra para ser fertilizada, e é a liberdade que a fertiliza. A maçonaria não tem, é verdade, por objeto e política, mas a alta política; a política da humanidade sempre tem encontrado acolhida no seio das lojas maçônicas. Lá, em todos os tempos, em todas as circunstâncias, sob a opressão do pensamento como sob a tirania do poder, a maçonaria repetiu incessantemente as palavras sublimes: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. (...) Seja Dito! A República fará aquilo que faz a maçonaria. Ela se tornará um contrato radiante de união dos povos sobre todos os pontos do globo, sobre todos os lados de nosso triângulo, e o G.:A.:D.:U.:, do alto do céu, subscreverá este nobre pensamento da República, que se espalhando por todas as partes, reunirá num mesmo sentimento, todos os cidadãos da terra". É, também, neste contexto que, em 1848, uma comissão do GOF examina um relatório intitulado "Como restituir à Maçonaria o caráter religioso que lhe é próprio?" e o Convento de 1849 do GOF adota a primeira Constituição da Obediência que, até aquela época, possuía somente regulamentos gerais. O artigo primeiro desta Constituição rezava o seguinte: "A Maçonaria, instituição essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, tem por base a existência de Deus e a imortalidade da alma; ela tem por objeto o exercício da beneficência, o estudo da moral universal, das ciências e das artes, e a prática de todas as virtudes. Sua divisa tem a sido de todos os tempos: Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Esta profissão de fé estava indo bem além do deísmo, um pouco frouxo, que reinava na maioria das lojas, não sendo, entretanto, adotadas, sem dimensões internas, no seio do GOF. Em janeiro de 1847, Proudhon, que tinha sido iniciado numa loja de Besançon, ralatava: "Como todo neófito, antes de receber a luz, eu deveria responder às três perguntas de praxe: Qual o dever do homem em relação ao seu semelhante? Qual o seu dever em relação ao seu país? Qual o dever do homem em relação a Deus? Sobre as duas primeiras perguntas, a minha resposta foi tal qual se podia esperar. Sobre a terceira, contudo, eu respondi por esta palavra: a Guerra". Resposta, entretanto, que não o impediu de ser iniciado... As dissensões sobre a crença em Deus e a imortalidade da alma se acentuaram na medida que progrediam, às vezes, o anticlericalismo, alimentado pelas novas condenações papais de Pio IX à maçonaria, em 1864 e 1865, bem como também pelas idéias da filosofia positiva de Auguste Comte. Vamos ver agora como esta transição foi se processando progressivamente. No Convento de 1861, o conflito tinha sido muito forte entre o Grão-Mestre que saía - o príncipe Lucien Murat -, que desejava impor uma maçonaria do tipo anglo-saxão, e a maioria dos irmãos convertidos ao positivismo científico. Um compromisso foi, então, estabelecido no Convento de 1865, chegando-se a uma revisão do artigo primeiro da Constituição que, desde então ficou assim redigido: "A Maçonaria, instituição essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, tem por objeto a pesquisa da verdade, o estudo da moral universal, das ciências e das artes e o exercício da beneficência. Ela tem por princípios a existência de Deus, a imortalidade da alma e a solidariedade humana. Ela contempla a liberdade de consciência como um direito próprio a cada homem e não exclui ninguém pelas suas crenças. Ela tem por divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Este compromisso mostrava-se extremamente capenga. As disposições do artigo primeiro estavam contraditórias. A afirmação do princípio da existência de Deus e da imortalidade da alma não eram compatíveis, dentro da boa lógica, com aquele de liberdade de consciência. Nota-se que o compromisso estava se esgotando e não deveria, ipso facto, durar muito. Chega-se, finalmente ao ponto de ebulição: o Convento de 1877, que passou a ser o marco de rompimento da maçonaria francesa com a anglo-saxã. O Ir.: Fréderic Demons, um pastor protestante de Gard, que era, então, delegado da loja O Progresso ao Oriente de Saint-Geniès e que foi, posteriormente, Grão-Mestre do GOF, foi designado como relator do voto tendendo à supressão da referência, na Constituição, do princípio da existência de Deus e da imortalidade da alma. Segundo historiadores do GOF, ele pronunciou um dos mais belos discursos da história da maçonaria que deve ser citado para melhor se entender este ponto de ruptura. Após ter afirmado: "Quem não sabe (...) que ninguém entre nós, ao propor esta supressão, não se está fazendo profissão de ateísmo ou materialismo?" e prosseguia concluído: "Nós demandados a supressão desta fórmula porque ela é embaraçante para muitos profanos que, animados do sincero desejo de fazer de nossa grande e bela instituição que nós lhes incutimos, a bem dizer, como uma instituição lata e progressista, se vêem de repente detidos por esta barreira dogmática que sua consciência não lhes permite transpor. Nós demandamos a supressão desta fórmula por que ela nos parece, sobremaneira, inútil e estranha à finalidade da maçonaria (...) Seu campo não é bastante vasto, seu domínio tão extenso para que não seja necessário colocar o pé sobre um terreno que não é seu? Não. Deixemos aos teólogos o cuidado de discutir os dogmas. Deixemos às Igrejas autoritárias o cuidado de formar seus sílabos. Mas, que a maçonaria permaneça aquilo que ela deve ser, ou seja, uma instituição aberta a todo o progresso, a todas as idéias morais e elevadas, a todas as aspirações amplas e liberais. Que ela não desça jamais à arena ardente das discussões teológicas que só tem levado - creiam-me naquilo que vos falo - às discórdias e às perseguições. Que ela se resguarde de querer ser uma Igreja, um Concílio, um Sínodo, porque todas as Igrejas, todos os Concílios, todos os Sínodos tem sido violentos e perseguidores, e isto por ter sempre tomando por base o dogma que, pela sua natureza, é essencialmente inquisidor e intolerante. Que a maçonaria plane, então, majestaticamente sobre todas as questões de Igrejas ou de seitas, que ela domine, do alto da sua grandeza, todas aquelas discussões, que ela se torne o vasto abrigo sempre aberto a todos os pesquisadores conscienciosos e desinteressados da verdade, a todas as vítimas, enfim, do despotismo e da intolerância". Após discussões acaloradas, o Convento adotou, então, a seguinte redação para aquele famoso artigo primeiro da Constituição do GOF: "A maçonaria, instituição essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, tem por objeto a busca da verdade, o estudo da moral universal, das ciências e das partes e o exercício da beneficência. Ela tem por princípio a liberdade absoluta de consciência e a solidariedade humana. Ela não exclui ninguém por suas crenças. Ela tem por divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Esta redação perdurou, sem muitas modificações, até os dias atuais. Segundo os analistas do GOF, o que o Convento de 1877 proclamou foi uma volta à orientação dada pelas primeiras Constituições de Anderson de 1723. Voltou a consagrar a maçonaria como sendo um verdadeiro Centro de União, refundando assim, pelo prisma dos historiadores do GOF, a maçonaria liberal, ou seja a maçonaria da liberdade absoluta de consciência. O Convento, após a modificação do artigo primeiro, convocou o Conselho da Ordem a estudar a questão relativa à revisão dos rituais. As informações sobre a data desta revisão são um tanto quanto contraditórias. Algumas fontes mencionam a publicação dos novos rituais dois anos após a celebração do Convento; outras indicam que os novos rituais só entram em vigor em 1887, dez anos após o Convento. Salienta-se ainda que, nos rituais revisados do rito francês, praticados pela maioria das lojas do GOF, não se faz menção, desde então, ao G.:A.:D.:U.:; por outro lado, não se proibiu nenhuma invocação ao G.:A.:D.:U.: àquelas lojas que assim o desejassem. Pode-se entender, então, que a supressão nos rituais da menção do G.:A.:D.:U.:, ou pelo menos, tornar facultativa a sua menção, apresenta uma posição vital para os maçons do GOF, pois a liberdade de consciência se tornou absoluta para estes IIr.: chegando, mesmo, ao ponto de tornar não-obrigatório um Landmark da maçonaria universal regular. Para encerrar, citamos um trecho do discurso do Ir .: Karim-Jacques, que nos parece lapidar sobre a posição da maçonaria liberal francesa: (...) após ter afirmado bombasticamente o princípio da liberdade absoluta de consciência, houve, com efeito, a ocasião de dar à noção do G.:A.:D.:U.: um sentido renovador, que teria sido aquele de símbolo unificador da maçonaria. E é este sentido que, por minha parte eu dou, aqui e agora, a este G.:A.:D.:U.: que nós invocamos daqui por diante na abertura e fechamento de nossos trabalhos, como também durante os rituais de iniciação. Como diz um outro artigo de nossa constituição, "a maçonaria possui signos e emblemas, cuja alta significação simbólica não pode ser revelada a não ser na iniciação. Estes signos e estes emblemas presidem, sob formas determinadas, aos trabalhos dos maçons e permitem a estes, sobre toda superfície do globo, de se reconhecer e de se ajudar mutuamente". Para mim, o G.:A.:D.:U.: é um dos símbolos, e talvez o maior entre todos. A força dos símbolos, aquilo que faz seu caráter único e os diferencia totalmente dos dogmas, é que cada um pode dar-lhes a interpretação que lhe aprouver, contanto que seguramente esta interpretação em questão não seja contrária ao ensinamento global da maçonaria. O pavimento mosaico não é, não pode ser para um maçom, o símbolo do apartheid. O símbolo é, então, um fator de aproximação entre todos os irmãos, um cimento entre seus corações e sua razão. Neste sentido, o G.:A.:D.:U.: poderá ser, para meu irmão teísta que esta ao meu lado na loja, o símbolo do Deus pessoal revelado pela bíblia ou pelo Alcorão; para o meu irmão deísta, o símbolo de uma divindade adogmática e não revelada; para meu irmão ateu, o símbolo de uma sociedade melhor e do progresso às quais ele aspira; e para mim, que não sei bem qual etiqueta deveria me ser pespegada (talvez, na falta de algo melhor, de agnóstico espiritualista), o símbolo do conjunto das leis que regem o mundo, que constituem a "inteligência", inteligência que me é, muitas vezes inacessível, tendo em vista minhas capacidades limitadas, sejam elas científicas ou espirituais, de chegar a minha consciência. O Arquiteto edifica esta marcha de construção, ou seja de iniciação, e é isto que nos reúne todos sobre estas colunas, na fraternidade.

Maçonaria no Mundo

Situação Quantitativa Existem, no mundo, aproximadamente 5,5 milhões, de maçons. Destes 3,2 - (58%)- nos Estados Unidos - USA, 1,2 -(22%) - no Reino Unido e 1,0(20%) no resto do mundo. No Brasil somos aproximadamente 150 mil maçons regulares (2,7 %) e 4.700 Lojas sendo 27 Grandes Lojas (CMSB), 18 Grandes Orientes (COMAB) e um número não determinado federadas ao Grande Oriente do Brasil (GOB). Situação Litúrgica Duas Vertentes distintas, Inglaterra e França. 85% praticam o “Rito dos Maçons Antigos e Aceitos” que é utilizado em dezenas de “TRABALHOS” diferentes.15% praticam os demais ritos. Podemos observar diferenças entre Maçonaria Simbólica e Filosófica nos USA, Inglaterra e França. Encontramos diferenças, também na decoração dos Templos, no Brasil, Inglaterra, USA, França, tália, Espanha e Portugal. Vertente Inglesa A 1ª Grande Loja foi fundada, na Inglaterra em 1.717 Só em 1.776 inaugurou-se, em Londres, o primeiro local próprio para Reunião Maçônica “Free Mason’s Hall”. E data de 1.813 a criação da Grande Loja Unida da Inglaterra – (United Grand Lodge of London). Maçonaria Inglesa: Não há eleição em Loja – existe a carreira e Grão Mestre é cargo Vitalício, sempre ocupado por um nobre, (atual Duque de Kent); quem dirige a Grande Loja de fato é o “Pró Grão Mestre”; O sistema de Admissão de novos membros é feita da seguinte forma: O apoiador apresenta a intenção de convidar um determinado amigo e em reunião administrativa, sendo a proposiçção aprovada ele em seguida faz o convite, caso contrário o candidato não saberá jamais. Fundo de Beneficência (karitas) da Grande Loja Unida da Inglaterra - GLUI é muito forte, com atuação marcante, tanto no mundo profano quanto para os Maçons. Maçonaria Americana: Divisão em 3 ramos distintos. Não existe traje obrigatório a não ser o Avental; Não há obrigação de Presença, porém aos faltosos é cobrada uma multa de US$5.00 por ausência. Muito forte economicamente, mantém muitas entidades filantrópicas onde a prioridade é o maçom. O maçom Americano dá pouca importância à parte esotérica; Os altos graus para o maçom Americano. O Maçom americano após o 3º grau frequenta tanto os graus filosóficos do Real Arco como os graus filosóficos do Rito Escocês Antigo e Aceito - REAA Vertente Francesa Apesar de manter o sistema de Grande Loja, criou o sistema de Grande Oriente; A maçonaria Brasileira é toda inspirada na Francesa, por isso o padrão considerado é o de Grande Oriente, sendo que até nas Grandes Lojas existe tal influência; A maçonaria Brasileira atual, além da influência da Vertente Francesa acrescentou a sua própria cultura. A maçonaria Francesa, revolucionária como seu próprio povo, criou o Rito Moderno, onde não é necessário afirmar a crença em Deus, e criou também a maçonaria Feminina. Maçonaria Européia Ao contrário da Inglesa, a maçonaria do restante da europa foi várias vezes perseguida pela Igreja ou pelos governos. Na 2ª Guerra, na Alemanha e França, por exemplo, por Hitler, na Itália por Mussolini, na Espanha por Franco e em Portugal por Salasar. Portugal teve sua maçonaria recentemente reerguida, recuperou seu patrimônio e o rito que era uma mistura de cinco ritos. As Igrejas e a Maçonaria na Atualidade Enquanto na Igreja Católica o clima Antimaçônico se estabilizou, nas Igrejas Evangélicas este clima se propaga em alta velocidade pelo mundo todo. Quando um pastor prega contra a maçonaria recebe prestígio e grande audiência. Maçonaria Brasileira Finalmente, diante de tudo que explanado, a maçonaria brasileira não merece tantas críticas que tem recebido de alguns maçons. Se a compararmos com o resto do mundo, podemos constatar vantagens e desvantagens em ambas. Particularmente, considero a nossa maçonaria boa, porém os maçons brasileiros deveriam mudar o comportamento para com seu irmão, procurando entender que somos especiais e ter um tratamento condizente com o que representamos. Desse comportamento, resultaria um clima de confiança e fraternidade que certamente nos daria um ambiente maçônico melhor e consequentemente, influenciar positivamente os novos iniciados". Pennsylvania - EUA A Grande Loja da Perinsylvania é uma das maiores jurisdições Maçônicas dos Estados Unidos. Esta Grande Loja foi fundada em 25 de setembro de 1786, contando com 566 lojas e 200.397 Obreiros (média de 354 por loja). Existem oito Lojas com mais de 1000 membros, sendo que a maior delas tem 1.248 e a menor 71. Somente 16 das 566 lojas têm menos de 100 membros em seus Quadros. Em sua reunião anual de 1.984 compareceram 1.152 Mestres Maçons. Nessa reunião foi aprovado um orçamento de 3,7 milhões de dólares. Fazenda ? A Grande Loja possui ainda uma grande fazenda que produz e fornece víveres para os dois lares, que possuem um ativo líquido de 47 milhões de dólares e o orçamento para o período 1984/1985 foi fixado em 19,7 milhões de dólares. O edifício da Grande Loja é dos mais suntuosos em seu gênero, e seus Templos Maçônicos, objeto de admiração de tantos quantos os visitam. Os turistas procedem de todas as partes do mundo e têm o serviço de guias especializados. Virgínia - EUA A sua Grande Loja foi fundada em 1778, hoje com 357 Lojas na Jurisdição e com 64.988 membros, resultando em uma média de 182 Membros/loja. A maior delas contém 947 e a menor 22. Durante o ano em revista, houve uma perda de 1540 membros por falecimento; uma média de 4,2 por dia. Durante o ano de 1985, 159 Irmãos receberam a medalha comemorativa de 50 anos de vida maçônica; 182 receberam a de 60 anos, e 7 pelos 70 anos de atividade na Ordem! Plano assistencial - Virgínia mantém um bem aparelhado Abrigo para idosos que opera com um orçamento de dois milhões de dólares e que tinha, ao encerrar o exercício, 17 homens e 53 mulheres sob seus cuidados. Os homens tinham a idade média de 83 anos. China Minúscula, pois conta com apenas 6 Lojas em sua Jurisdição, a Grande loja da China mantém-se firme há 32 anos. Esta Grande loja conta com 814 membros, o que lhe confere uma média de 136 por Loja, A maior delas tem 208 membros e a menor 99. Na área social, existe ativa participação dos Irmãos em obras de caridade. RITO DE YORK O Rito de York é o rito mais antigo e o mais praticado em todo o mundo. Estima-se que cerca de 85% dos maçons o praticam. A Grande Loja de Londres juntamente com as Grandes Lojas da Escócia e Irlanda, fundadas em 1717, 1725 e 1736, respectivamente, constituem as três mais antigas do mundo. Na Inglaterra não havia denominação para rito tal como é hoje (Escocês, Francês, Adonhiramita etc). Poder-se-ia dizer que, para os ingleses, rito é um procedimento, uma prática e não uma denominação especifica. Até 1717 as lojas maçônicas eram livres, isto é, não havia uma obediência que as aglutinassem. Com a fundação da Grande Loja de Londres algumas lojas inglesas passam a se subordinar a uma obediência central. Na cidade de York as lojas maçônicas continuaram independentes até 1751, quando surge uma Grande Loja rival denominada Grande Loja da Inglaterra ou Grande Loja de York. Com a rivalidade entre as duas Grandes Lojas, a denominação Rito de York começa a tomar corpo. Na verdade, ainda não se trata de um rito, mas sim do procedimento adotado pelos maçons de York que divergiam em alguns poucos pontos dos procedimentos adotados pelos maçons de Londres. Com isso a denominação acaba se consagrando. Na prática, não havia diferenças ritualísticas acentuadas que pudessem ser caracterizadas nos procedimentos ritualísticos da Grande Loja de Londres e Grande Loja de York. Na realidade trata-se de um mesmo procedimento, praticado tanto pelos "Antigos" quanto pelos "Modernos". Rito de York ou Emulation é o rito mais próximo da maçonaria operativa, anterior a 1717. Em 1813 ocorre a união entre as duas Grandes Lojas rivais inglesas que deu origem a Grande Loja Unida da Inglaterra, cujo procedimento maçônico passa a denominar-se Emulation [Rito Emulação]. Portanto, por força do Act of Union firmado pelas duas Grandes Lojas rivais, a denominação Rito de York deixa de existir, pelo menos formalmente. A nova denominação foi adotada para que não ficasse caracterizado que a Grande Loja de Londres submeteu-se a Grande Loja de York cujo rito, até a época da união, denominava-se "Rito de York". Atualmente, há 157 Grandes Lojas no mundo, das quais a Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece 107. Isso não implica dizer que as 50 Grandes Lojas não reconhecidas, sejam consideradas espúrias ou irregulares - simplesmente, não são reconhecidas. É difícil precisar, exatamente, o número de lojas maçônicas no mundo. Sabe-se que há, aproximadamente, 50 mil lojas em jurisdições reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra. A Inglaterra com cerca de 48 milhões de habitantes e perto de 700 mil maçons, é a maior jurisdição, com 8.578 Lojas. Na Capital - LONDRES - , com 7 milhões de habitantes na área metropolitana, existem cerca de 1.648 lojas maçônicas, com 150 mil maçons, aproximadamente. Os EUA possuem 50 Grandes Lojas, com aproximadamente, 15 mil lojas maçônicas e 4 milhões de maçons. Com 50 jurisdições os Estados Unidos contam com cerca de metade de todas as Grandes Lojas reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra, Irlanda e Escócia. Dos 4 milhões de maçons dos Estados Unidos, 3 milhões são do Rito de York, ou seja 75%. Entretanto, é oportuno frisar que o Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do Emulation praticado na Inglaterra. O Emulation, na Inglaterra, não possui graus filosóficos. Nos EUA, o Rito de York é constituído pelos 3 graus simbólicos e 4 graus filosóficos. Estas não são as únicas diferenças. Existem outras de ordem ritualística. Comparações entre ambos os ritos: No Brasil, as lojas maçônicas federadas ao Grande Oriente do Brasil adotam a linha inglesa ou seja, o Emulation Rite apesar do uso da denominação "Rito de York" que acabou se consagrando. Entretanto, existem muitas lojas ligadas a outras obediências que praticam o "iorques" ou seja, uma mistura entre o Rito de York (linha americana) e o Escocês que acaba resultando numa verdadeira barbárie ritualística. O total de maçons no mundo, em números exatos, é difícil de ser calculado, porque as informações não são completas. Entretanto, pode-se compor os quadros a seguir: País Lojas Maçons Inglaterra 8.578 700.000 Escócia 5.700 400.00 Irlanda 1.100 60.000 Total - Grã-Bretanha 15.378 1.160.000 País G.L. Lojas Maçons Estados Unidos 50 15.000 4.000.000 Inglaterra 01 8.578 700.000 Escócia 01 5.700 400.000 Irlanda 01 1.100 60.000 Canadá 01 5.000 250.000 América do Sul 9.000 450.000 Australásia 7.500 375.000 Filipinas 210 10.500 Europa Cont. 1.300 65.000 Nova ZelândiaJapão, Índia, etc. 5.000 200.000 Total 6.510.00 Desse total, 5.500.000 praticam o RITO DE YORK, ou seja: 85%. Há, naturalmente, erros mas que não afetam o resultado final. ALGUMAS COMPARAÇÕES COM O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO Não tem no Rito de York: A Palavra Semestral; Cadeia de União. (não deve ser formada em hipótese alguma). Sessões Especiais (todas são regulares). Câmara de Reflexão. Espadas dentro da loja (o único que usa a espada é o GE). Bolsa de Propostas e Informações. Passos para entrada na loja. Cartão de visitante (quando o visitante exige, o ML solicita que o Irm. Sec. encaminhe uma carta diretamente à loja do visitante, informando a visita). Altar dos Juramentos (não há altares na loja, as mesas do ML, 1ºV e 2ºV, são retangulares e chamadas de Pedestais). Transmissão da Palavra Sagrada. Cálice da Amargura (na iniciação). Consagração pela Espada e o Malhete. Espada Flamejante. Prova dos Elementos. Tríplice abraço. Os três pontinhos; (deve ser abolido, das abreviaturas e também das assinaturas). Diferença de nível entre o Or. e Oc.. Separação física entre o Or. e Oc. (grade). Os cargos de: Orador, Chanceler, Experto, Porta Estandarte e Porta Espada. Corda de 81 nós. Candidatura para o cargo de Mestre da Loja (não há disputa pelo cargo, há uma linha de sucessão). Nenhum assunto administrativo pode ser discutido em loja aberta; Nenhum candidato é reprovado no escrutínio secreto em loja aberta. (os candidatos são avaliados e pré-aprovados em reunião administrativa). Maçonaria Brasileira A Maçonaria brasileira, enquanto Instituição, através de Maçons Ilustres e Patriotas participou ativamente da da Independência do Brasil, da libertação dos escravos, da Proclamação da República. E estiveram sempre presentes nos grandes eventos históricos no País. ARTE REAL Em 1640, Carlos I, rei da Inglaterra, protetor da Maçonaria, foi executado e a monarquia caiu. Os nobres descontentes se abrigaram na Maçonaria para trabalhar em prol da Monarquia. Em 1660, voltando novamente o regime monárquico, subiu ao trono inglês Carlos II e, por gratidão ao trabalho dos Maçons, pela volta à monarquia, foi chamada de Arte Real (Temas Maçônicos, de Clemildes Sant’Ana). A maçonaria no Brasil, de acordo com a pesquisa feita pelo irmão Marcelo Rezende esta assim constituída: Acre – (Pop. 483.593) Delegacia do Grande Oriente do Brasil no Acre - GOB - 7 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado do Acre - CMSB - 11 Lojas Alagoas – (Pop. 2.633.251) Grande Oriente do Estado do Alagoas - GOB - 26 Lojas Grande Loja do Estado de Alagoas - CMSB - 20 Lojas Amapá – (Pop. 379.459) Delegacia do Grande Oriente do Brasil no Amapá - GOB - 2 Lojas Grande Loja Maçônica do Amapá - CMSB - 6 Lojas Amazonas - (Pop. 2.389.279) Grande Oriente do Estado do Amazonas - GOB - 40 Lojas Grande Loja Maçônica do Amazonas - CMSB - 40 Lojas Grande Loja Feminina da Amazônia – Próprio Bahia - (Pop. 12.541.675) Grande Oriente Estadual da Bahia - GOB - 82 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - CMSB - 129 Lojas Grande Oriente da Bahia - COMAB - 7 Lojas Ceará - (Pop. 6.809.290) Grande Oriente do Estado do Ceará - GOB - 22 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará - CMSB - 112 Lojas Grande Oriente do Ceará - COMAB Distrito Federal - (Pop. 1.821.946) Grande Oriente do Distrito Federal - GOB - 45 Lojas Grande Loja Maçônica de Brasília - CMSB - 29 Lojas Grande Oriente Independente do Distrito Federal - COMAB Oriente de Brasília do "Direito Humano" - DH - 7 Lojas Grande Loja Arquitetos de Aquário - GLADA - 1 Loja Espírito Santo - (Pop. 2.802.707) Grande Oriente do Estado do Espírito Santo - GOB - 57 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado do espírito Santo - CMSB - 69 Lojas Grande Oriente do Espírito Santo - COMAB Grande Oriente da Maçonaria do Espirito Santo - Próprio Goiás - (Pop. 4.514.967) Grande Oriente do Estado de Goiás - GOB - 107 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás - CMSB - 111 Lojas Grande Oriente Nacional Glória do Ocidente de Goiás - 12 Lojas - Próprio Grande Loja Arquitetos de Aquário - GLADA - 1 Loja Maranhão - (Pop. 5.222.183) Grande Oriente do Estado do Maranhão - GOB - 22 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado do Maranhão - CMSB - 50 Lojas Grande Oriente Autônomo do Maranhão - COMAB Mato Grosso - (Pop. 2.235.832) Grande Oriente Estadual do Mato Grosso - GOB - 24 Lojas Grande Loja do Estado de Mato Grosso - CMSB - 29 Lojas Grande Oriente do Estado do Mato Grosso - COMAB - 29 Lojas Mato Grosso do Sul - (Pop. 1.927.834) Grande Oriente do Estado do Mato Grosso do Sul - GOB - 44 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso do Sul - CMSB - 57 Lojas Grande Oriente do Mato Grosso do Sul - COMAB Minas Gerais - (Pop. 16.672.613) Grande Oriente do Estado de Minas Gerais - GOB - 215 Lojas Grande Loja Maçônica de Minas Gerais - CMSB - 248 Lojas Grande Oriente de Minas Gerais - COMAB Grande Loja Unida de Minas Gerais - Próprio - 4 Lojas Grande Loja Unida da Inglaterra no Brasil – Próprio – 1 Lojas Oriente de Minas Gerais do "Direito Humano" - DH -10 Lojas Pará - (Pop. 5.510.849) Grande Oriente do Estado do Pará - GOB - 38 Lojas Grande Loja Maçônica do Pará - CMSB - 60 Lojas Paraíba - (Pop. 3.305.616) Grande Oriente do Estado da Paraíba - GOB - 20 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba - CMSB - 39 Lojas Grande Oriente da Paraíba - COMAB Paraná - (Pop. 9.003.804) Grande Oriente do Estado do Paraná - GOB - 58 Lojas Grande Loja do Paraná - CMSB - 91 Lojas Grande Oriente do Paraná – COMAB – 97 Lojas Grande Loja Unida do Paraná – Próprio – 7 Lojas Oriente do Paraná do "Direito Humano" - DH - 2 Lojas Grande Loja Arquitetos de Aquário - GLADA - 6 Lojas Pernambuco - (Pop. 7.399.071) Grande Oriente do Estado de Pernambuco - GOB - 33 Lojas Grande Loja de Pernambuco - CMSB - 39 Lojas Grande Oriente Independente de Pernambuco - COMAB Oriente de Pernambuco do "Direito Humano" - DH - 2 Lojas Piauí - (Pop. 2.673.085) Grande Oriente do Estado do Piauí - GOB - 28 Lojas Grande Loja Maçônica do Piauí - CMSB - 31 Lojas Grande Oriente Independente do Piauí - COMAB Grande Loja Maçônica Unida do Piauí - Próprio - 12 Lojas Rio de Janeiro - (Pop. 13.406.308) Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro - GOB - 201 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro - CMSB - 132 Lojas Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro - COMAB - 24 Lojas Grande Loja Unida de Maçons Antigos, Livres e Aceitos do Estado do Rio de Janeiro – Próprio – 5 Lojas Grande Loja Unida da Inglaterra no Brasil – Próprio – 2 Lojas Oriente do Rio de Janeiro do "Direito Humano" - DH - 16 Lojas Rio Grande do Norte - (Pop. 2.558.660) Grande Oriente do Rio Grande do Norte - GOB - 20 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Norte - CMSB - 17 Lojas Grande Oriente Independente do Rio Grande do Norte - COMAB Rio Grande do Sul - (Pop. 9.634.688) Grande Oriente Estadual Sul Riograndense - GOB - 24 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul - CMSB - 106 Lojas Grande Oriente Independ. do Est. do Rio Grande do Sul - COMAB - 143 Lojas Oriente do Rio Grande do Sul do "Direito Humano" - DH - 3 Lojas Grande Oriente da Franco Maçonaria Mista do Estado do Rio Grande do Sul - Próprio - 8 Lojas Grande Oriente Independente Misto do Rio Grande do Sul - Próprio Grande Oriente do Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misrain - Próprio Rondônia - (Pop. 1.229.306) Grande Oriente Estadual de Rondônia - GOB - 19 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia - CMSB - 21 Lojas Roraima - (Pop. 247.131) Delegacia do Grande Oriente do Brasil em Roraima - GOB - 7 Lojas Grande Loja Maçônica de Roraima - CMSB - 7 Lojas Santa Catarina - (Pop. 4.875.244) Grande Oriente do Estado de Santa Catarina - GOB - 32 Lojas Grande Loja de Santa Catarina - CMSB - 68 Lojas Grande Oriente de Santa Catarina - COMAB - 54 Lojas Oriente de Santa Catarina do "Direito Humano" - DH - 2 Lojas São Paulo - (Pop. 34.119.110) Grande Oriente de São Paulo - GOB - 460 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo - CMSB - 515 Lojas Grande Oriente Paulista - COMAB - 205 Lojas Grande Oriente do Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misrain - Próprio Grande Loja Unida da Inglaterra no Brasil – Próprio – 7 Lojas Grande Oriente Lusitano no Brasil - Próprio Oriente de São Paulo do "Direito Humano" - DH - 7 Lojas Grande Loja Arquitetos de Aquário - GLADA - 8 Lojas Grande Loja Maçônica Mista do Brasil - Próprio - 4 Lojas Sergipe - (Pop. 1.624.020) Grande Oriente do Estado de Sergipe - GOB - 10 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado de Sergipe - CMSB - 12 Lojas Tocantins - (Pop. 1.048.642) Delegacia do Grande Oriente do Brasil em Tocantins - GOB - 12 Lojas Grande Loja Maçônica do Estado de Tocantins - CMSB - 29 Lojas Siglas utilizadas: GOB - Grandes Orientes Estaduais federados ao GOB - Grande Oriente do Brasil CMSB - Grandes Lojas Estaduais confederadas à CMSB - Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil COMAB - Grandes Orientes Independentes e Autônomos confederados à COMAB - Confederação Maçônica do Brasil Próprio - Outros Grandes Orientes, Grandes Lojas, Federações, Confederações, Jurisdições, Delegacias, Ordens, Potências, Corpos, etc DH - Lojas Mistas federadas no Brasil à Ordre Maçonnique Mixte International "Le Droit Humain" GLADA - Lojas Mistas federadas à Grande Loja Arquitetos de Aquário POP. – População Residente na Contagem populacional do IBGE - 1996

A Importância dos Graus Simbólicos

Os três graus simbólicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre, comuns a todos os ritos maçônicos, representam a essência total de toda a doutrina moral da Maçonaria. Na primitiva Franco-maçonaria, formada pelas organizações de ofício, só existiam os Aprendizes; e os mestres-de-obras eram escolhidos entre os mais experientes Aprendizes. O grau de Companheiro seria criado já nosórdios da Maçonaria dos Aceitos --- também chamada, impropriamente, Especulativa --- no século XVII; e essa era a situação, quando da fundação, a 24 de junho de 1717, da Pemier Grand Lodge, de Londres, a primeira do sistema de obediências.grau de Mestre seria criado em 1725, mas só introduzido em 1738, pela Grande Loja londrina. A parti daí, iria se concretizar a totalidade da doutrina moral e da mística da instituição maçônica. Os três graus simbólicos, síntese do universo maçônico, mostram a evolução racional da espécie humana, ou seja: intuição (Aprendiz), análise (Companheiro) e síntese (Mestre). O Aprendiz, ainda inexperiente, embora guiado pelos Mestres, realiza o seu trabalho de forma praticamente empírica, através da intuição, apenas, representando o alvorecer das civilizações, dominadas pelo empirismo ; o Companheiro, já tendo um método de trabalho analítico e ordenado, simboliza uma mais avançada fase da evolução da mente humana, enquanto o Mestre, juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para a conclusão final da obra, representa o caminho derradeiro da mente, na busca da perfeição. Simbolicamente, nesses três graus, os maçons dedicam-se à construção do templo de Jerusalém, símbolo das obras perfeitas dedicadas a Deus, de acordo com a concepção da Ordem dos Templários, criada em 1118 e regida pelos estatutos idealizados por São Bernardo. A construção do templo, no caso, representa a construção moral e éticainiciado. Para a concretização desse simbolismo, a Maçonaria criou a lenda do terceiro grau, de forte cunho moral, segundo a qual havia um arquiteto, Hiram Abi ("Hiram, meu pai"), que fora enviado ao rei Salomão por Hiram, rei da cidade fenícia de Tiro, para ser o mestre das obras do templo ; isso, evidentemente, é pura lenda, pois, Hiram Abi era, simplesmente, um entalhador de metais. Diz, também, a lenda, que Hiram dividia os seus obreiros, de acordo com suas aptidões,em graus --- Aprendiz, Companheiro e Mestre --- dando-lhes a oportunidade de progredir, pelo seu trabalho. Embora isso também seja, lenda, pois não havia Maçonaria na época da construção do templo de Jerusalém e nem graus de Companheiro e Mestre (embora alguns ingênuos acreditem nisso), mostra duas lições morais: a cada um segundo as suas aptidões e a cada um segundo os seus méritos. Hiram, a personificação da Sabedoria, acabaria sendo morto pela personificação de vícios degradantes, a inveja, a cobiça e a ignorância, representadas em três Companheiros, que, sem os méritos, procuravam ser Mestres, a qualquer custo (o que também é apenas lenda e não realidade). Esses traços gerais da lenda --- já que o seu desenvolvimento e as suas minúcias são reservadas aos iniciados no terceiro grau ---mostram que o maçom, ao atingir o grau de Mestre, jádeve possuir a plenitude do conhecimento iniciático, moral, social e metafísico, necessário e pertinente aos objetivos da Ordem maçônica, restando-lhe, então, o trabalho, sempre constante, na busca da perfeição, nunca atingida, mas sempre perseguida, pois ela é o estímulo sempre presente na vida do ser humano. Terá, então, o Mestre, a humildade de se prostrar perante os grandes mistérios da vida e os insondáveis escaninhos da Natureza, despojando-se de todas as vaidades, incluindo-se, entre elas, a busca desvairada dos galardões, símbolos da fatuidade, e a busca da ascensão a qualquer custo, numa escala que quase nunca reflete um conhecimento apreciável e um desejável mérito pessoal. Deverá, então, o Mestre,sempre, de que a verdadeira beleza é a interior, mesmo que o exterior não seja coruscante e não brilhe em faíscas de ouro e prata, pois o maçom, o verdadeiro maço, o maçom integral é um Mestre pelas suas qualidades mentais e espirituais e não por sua posição na escala, ou por seus vistosos paramentos. O hábito não faz o monge, diz a velha sabedoria popular, e se pode atéacrescentar que um muar ajaezado de ouro nunca poderá ser confundido com um corcel de alta linhagem. Na Loja Simbólica, verdadeira e única essência da Maçonaria universal, o iniciado percorre um longo caminho, desde as trevas do Ocidente até à luz do Oriente, tendo o seu lugar de acordo com as suas aptidões e a sua ascensão de acordo com os seus méritos. Sua ascensão não deverá, nunca, ser devida a favores pessoais, a apadrinhamentos, a rapapés e bajulações, ou ao poder corruptor dos metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade, em geral, masídos dos templos da verdadeira Maçonaria, desde os seus primórdios, nos velhos tempos em que só existiam Aprendizes e Companheiros, que usavam um simples avental de couro, símbolo humilde do trabalho, sem as riquezas flamejantes de uma nababesca farrambamba. Acham, muitos maçons desavisados, que os graus simbólicos são secundários e representam um mero apêndice da maçonaria, uma etapa primária e elementar, um trampolim para grandes escaladas, quando, na realidade ébasilar e relevante a sua importância --- a ponto deles constituírem, segundo consenso, a "pura Maçonaria" --- pois, como alicerces de toda a estrutura maçônica universal, nada mais existiria de maçônico sem eles, restando apenas as honorificências, de que o mundo não maçônico é tão prenhe. Do livro "Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom"Editora A Gazeta Maçônica - 1987

domingo, 7 de abril de 2013

Os Maçons italianos e o ouro da Iugoslávia

Foi no dia 14 de janeiro de 1953, há exatamente 60 anos, que o marechal Tito se tornou presidente da Iugoslávia, mas ainda hoje muitos historiadores dizem que ele andou a construir o socialismo na Iugoslávia se apoiando no ouro da dinastia real dos Karageorgevich. O destacado dirigente da Internacional Comunista Maurice Thorez e o líder da URSS Josef Stalin entregaram ao marechal o enorme patrimônio da antiga Iugoslávia. Quando esse dinheiro acabou, a Iugoslávia se desmoronou. Os companheiros do “duce” enganaram o próprio Hitler A misteriosa história das reservas de ouro do Reino da Iugoslávia começa na primavera de 1941, quando os aviões da Luftwaffe largavam diariamente milhares de bombas sobre Belgrado. Já era evidente que faltava pouco para que Hitler ocupasse o país. O rei da Iugoslávia, Petar Karageorgevich de 18 anos, decide em conjunto com o seu governo retirar da capital todas as reservas de ouro estatais, primeiro para o Montenegro e depois para o Egito. As 60 toneladas de metal precioso foram embaladas em 1300 malas de madeira. Um trem especial de 57 vagões começou sua viagem cumprindo todas as medidas de segurança. O “trem do ouro” necessitou de precisamente um mês para chegar até ao porto de Kotor no mar Adriático. Juntamente com as reservas estatais, Petar Karageorgevich e a sua comitiva transportaram também muitos valores e divisas pessoais. Eles não conseguiram carregar o ouro no navio, os fascistas italianos já tinham ocupado o Montenegro. Nas montanhas, onde em tempos os hajduk (bandoleiros) escondiam o produto dos roubos, encontraram uma gruta, onde esconderam as 60 toneladas de ouro do Reino da Iugoslávia. O rei Petar levou consigo apenas uns trocados para despesas pessoais e fugiu para Londres. Os italianos estiveram convencidos até 1943 que o ouro tinha sido transportado para o Egito, até que alguém denunciou a caverna aos fascistas. Mussolini ordenou imediatamente que esse ouro fosse transportado para Roma sem, é claro, ter informado o seu aliado Adolf Hitler. A operação “Ouro” foi chefiada pelo jovem fascista Licio Gelli. Este viajou até Trieste, evitando o controle dos alemães, num trem sanitário especial que alegadamente transportava 73 soldados doentes com varíola. Ele entregou oficialmente 8 toneladas do metal precioso ao gerente do banco estatal italiano, escondendo as restantes 52 toneladas. Gelli se estava preparando para viver no novo regime. Como os comunistas e os maçons dividiram o ouro Nos finais de 1944, Licio Gelli se encontrou com o líder dos comunistas italianos, e amigo de Stalin, Palmiro Togliatti que nesse tempo era membro do governo de coalizão da Itália. O camarada Togliatti pediu a reabilitação do antigo fascista, pelo que Gelli entregou a Togliatti 27 toneladas de ouro, não tendo informado que tinha roubado na Iugoslávia 60 toneladas e ficando com as restantes 25 toneladas do tesouro. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, Palmiro Togliatti entregou a “prenda” de Licio Gelli ao novo dono da Iugoslávia, Josif Broz Tito. Assim, a base financeira para o arranque do país em direção ao amanhã comunista era bastante sólida. Stalin e Togliatti ajudaram Tito a consolidar o seu poder. Já depois de se ter zangado com Moscou em 1948, Tito recebeu igualmente dos EUA 30 bilhões de dólares a fundo perdido. Até ao fim dos seus dias, o marechal Tito idolatrou o ouro, adorando joias e luxos. O bonequeiro silencioso Licio Gelli sobreviveu a todos os seus patrões. Em abril deste ano, ele cumprirá os seus 94 anos. Depois da guerra ele se tornou proprietário de uma tipografia na sua cidade natal de Pistoia, depois entrou no negócio de mobílias. Em 1962, foi admitido na loja maçónica "Propaganda-2" (P2), em 1969 foi seu secretário-organizador e depois – seu grão-mestre (Maestro Venerabile). Depois do encerramento oficial da loja, em 1974, ele transformou-a de fato numa sociedade política secreta. Gelli criou 25 empresas testa-de-ferro no Liechtenstein, no Luxemburgo e no Panamá, teve contatos com a administração Reagan, manteve ligações ao presidente Duvalier do Haiti e com os círculos próximos do presidente Perón da Argentina. De seu património pessoal fizeram parte propriedades no Chile e no Paraguai, casas e apartamentos no México e no Brasil. Gelli colaborou ativamente com a CIA e viajou por todo o mundo, mais frequentemente para os EUA e América Latina. Ele não negociou em heroína e coca nem vendeu armas. Ele apenas tudo controlava. Mas depois vieram os tempos difíceis. Em 1981, ao abandonar a sua moradia Wanda antes da chegada da polícia, tendo sido previamente avisado da chegada dos carabineiros, Gelli não teve tempo de desenterrar no seu jardim o cofre que continha parte do ouro iugoslavo e a lista dos membros da loja maçónica. Esta incluía 3 ministros, 23 deputados do parlamento, 10 prefeitos, 10 generais do corpo de carabineiros, 7 generais da guarda financeira, 6 almirantes, 83 presidentes de empresas públicas, 12 diretores-gerais de bancos e um número incontável de juízes, procurados e altos funcionários públicos. A comissão parlamentar que divulgou as listas da loja P2 com os seus 972 nomes reconheceu-as como autênticas, mas “incompletas”. E a loja era chefiada por Licio Gelli. Mais tarde se seguiu o confisco de 120 milhões de dólares de um banco de Genebra, a detenção e a prisão, a fuga e, vários anos depois, uma nova detenção. No entanto, em vez dos 12 anos de prisão, Gelli apanhou apenas a obrigação de não sair do país. A moradia Wanda foi confiscada pelo Estado mas, depois de várias tentativas frustradas de sua venda em leilão, foi confiada a Licio Gelli como fiel depositário (custode giudiziario). Nos últimos anos, ele se retirou dos negócios e se dedica a escrever versos e contos líricos. Gelli é um dos personagens mais contraditórios da vida política italiana. A loja maçónica P2 era, em 1974-1981, o ponto de intercessão de interesses políticos, de negócios e dos círculos militares. Agora, a sociedade mudou e as pessoas na cúpula do poder são outras. Mas Gelli não gosta de recordar a sua vida antiga, é que os tagarelas vivem pouco tempo. O silêncio é de ouro e ainda falta muito para o fim do espetáculo. Fonte: Voz da Rússia.

sábado, 30 de março de 2013

Trono ou Sólio?

Saudações estimados Irmãos, o Venerável assenta-se no Trono ou no SÓLIO? Se você respondeu no Trono, acertou; no Sólio, também acertou. Mas se respondeu no Trono que está no Sólio cometeu uma enorme redundância; o mesmo que, subir para cima e descer para baixo. Certamente foi lhe instruído que, o Primeiro Diácono fica abaixo do Sólio, e o Sólio é onde fica a cadeira do Venerável, do ex-Venerável e da maior autoridade maçônica presente. Devo abrir um parêntese para explicar que esta informação é passada principalmente no Rito Escocês, mas há alguns ritos que não fazem menção do Sólio e às vezes, nem dos diáconos e da divisão entre ocidente e oriente. O uso da palavra SÓLIO, como mobiliário de uma Loja Maçônica é corretíssimo, pois quer dizer “assento do Rei”, “Trono” se levarmos em consideração que fazemos analogia entre a Loja Maçônica e o Templo de Salomão, nada mais plausível que chamemos a cadeira do Venerável Mestre de Trono de Salomão ou se quiserem Sólio de Salomão. Eu, particularmente, prefiro a palavra Sólio, Trono, dá-nos ideia de Realeza, Poder Temporal, Luxo, já, Sólio está mais ligado aos aspectos espirituais. Palavra de origem latina que designa assento elevado, por metonímia: poder ou autoridade real. O mais famoso dos Sólios é o Sólio estelífero que enfeita o teto de nossas Lojas e talvez o mais poderoso seja o Sólio Pontifício que é a Cadeira de São Pedro (não se usa o termo Trono de São Pedro). Tendo a oportunidade de ir ao Vaticano, visite a Igreja de São Pedro. Conte os degraus que elevam o Sólio Pontifício, de onde o Papa celebra as missas, irá encontrar sete degraus. Não são quatro mais três, são sete degraus diretos, mesmo assim lembram alguma coisa! Fico a pensar, em quanta Força é necessária para um homem alcançar o Sólio, não força bruta, mas, Força de Vontade, Determinação. É possível que use a Força do Bom Propósito. Dotado dessa força, cabe estão o Trabalho. Um trabalho social e moral, onde o enquadramento do indivíduo resultará num ganho para a sociedade, para o tanto ele deverá recorrer a Ciência para transpor um nível e favorecer a disposição da alma para a prática do Bem, que é realmente a Virtude. Virtuoso alcançará um grau de Pureza, pois somente os puros, podem ser um foco de Luz, e fazer prevalecer a Verdade em nossa Sublime Ordem. Apenas como curiosidade: O Trono de Salomão era grande, todo em marfim finamente trabalhado e coberto de ouro puríssimo, o espaldar do trono ao alto era redondo; de ambos os lados tinha braços junto ao assento, e dois leões junto aos braços. Também havia doze leões um em cada extremidade lateral dos degraus. Nunca houve um trono tão bonito em nenhum outro reino. O Trono ficava sobre um estrado de seis degraus (Liv. dos Reis). O objetivo deste pequeno artigo é aguçar a curiosidade dos Irmãos, aos estudos. Qual a sua resposta para essa pergunta: – Se o Sólio de Salomão ficava no alto de seis degraus, por que o do Venerável fica no alto de sete degraus? Faça uma pesquisa e quando ela estiver pronta, leve para sua Loja enriquecendo seu Quarto de Hora de Estudos. Lembre-se independente do Grau ou de Cargos somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.

O valor humano

Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal: Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos. Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome : Hotel Venetia. Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave. Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: “-Bem-vindo ao Venetia!” Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático. No quarto, uma grande e discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte. Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um.. Que noite agradável aquela! Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: “Sua marca predileta de café. Bom apetite!” Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe? De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café. Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. “Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?” Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista Havia perguntado qual jornal ele preferia. O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor. Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal. Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje. Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas. O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante! Lembrando que: Esta mensagem vale também para nossas relações pessoais (namoro, amizade, família, casamento,) enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Reflitam sobre estas linhas a cima, e tenham uma excelente semana. Achei muito interessante este testo, por isso estou repassando para vocês fazerem uma reflexão. Fiquem com o G.’.A.’.D.’.U.’. Tripl.’.Frat.’.Abra.’.