quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Relevância da União

O salmista ensina que o “bom e o agradável” acontecem quando “os Irmãos estão em união”. E prossegue com esses ensinamentos, fazendo comparações que muito enriquecem a didática sobre o assunto. Saca, nesse sentido, dois exemplos lindíssimos. Compara a UNIÃO “ao óleo precioso” que era utilizado na sagração dos sacerdotes e que marcava o pico daquela unção. Convém lembrar que o sacerdote era o top na liderança e na importância social da antiguidade a que o salmista se reportava.
No mesmo salmo faz alusão ainda ao progresso que a UNIÃO é capaz de fecundar, ao compara-lá com o “orvalho do Hermon”. No sopé do monte de Sião, o terreno era arenoso e sáfaro. Nada ali germinava e precária, portanto, era ali a vida vegetal. Mas o salmista falava do milagre do “orvalho do Hermon” que escorrendo pelas escarpas do Sião, ao se encontrar em seu sopé adquiria a condição de fazer nascerem plantas, crescerem e darem frutos. Pois assim também era “a bênção de Deus” para a UNIÃO.
Mais tarde, em narrações de João evangelista, encontra-se outra exaltação à união. Ele registra que era para todos sermos um só. Quer dizer, a vida é importante e geradora dos melhores frutos, ao vivermos em união. Era uma exaltação ao “novo mandamento” do amor ao próximo. “Ut omnes unum sint” – que todos sejam um só. Nisso confirmava o profeta Isaias, para quem o atrito, a desavença, a desunião são características próprias dos ímpios. E o Grande Arquiteto do Universo, segundo o apóstolo Paulo, se aborrece, e muito, com as pessoas que praticam essas atitudes.

O pastor James Anderson, ao ser incumbido de preparar as Constituições da Maçonaria Especulativa, e compilando-a incluiu e destacou que “a Maçonaria é UM CENTRO DE UNIÃO”. As Constituições vêm de 1723, intocáveis até hoje.
É de importância incomensurável o processo da união, do qual pula, de imediato, aos olhos de todos, o sentimento de paz. Foi assim que o Cardeal Montini, ao tempo de seu Papado como Paulo VI, via a “paz” como um consequente da “união” das pessoas. Para ele, sem a paz, no mundo em que vivia, era impossível o progresso. Nesse sentido, escreveu a carta encíclica “Populorum progressio”, com a qual sustenta que “o desenvolvimento é o novo nome da paz”.
Quero fechar essas considerações a respeito da UNIÃO com um trecho pinçado de uma das escrituras do padre Antônio Vieira. Este excerto foi colhido do jornal União Santista que se edita em Santos – SP, fundado e ora sob a competente direção do maçom Hélio Sant´Anna e Silva:
“Toda a vida (ainda das coisas que não têm vida) não é mais que uma união. Uma união de pedra é edifício; uma união de tábuas é navio; uma união de homens é exército. E sem esta união tudo perde o nome e mais o ser. O edifício sem união é ruína; o navio sem união é naufrágio; o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja vida consiste na união de corpo e alma) com a união é homem; sem união é cadáver.” (Padre Vieira).
Viva a Paz de Convivência, feliz relevância da união.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A verdadeira alquimia

Certa vez um andarilho apareceu numa aldeia da Idade Média. Dirigiu-se à praça central da cidade, anunciou-se como alquimista e disse que ensinaria como transformar qualquer tipo de metal em ouro. Algumas pessoas pararam para ouví-lo e começaram a proferir gracejos e ridicularizá-lo.

O estranho não se abalou com as chacotas, pediu um pedaço de metal e alguém entregou-lhe uma ferradura, um outro ofereceu-lhe um prego. O alquimista então pegou ambas as peças, e ainda sob as risadas dos incrédulos, colocou-as numa pequena vasilha e derramou sobre elas o conteúdo de um frasco que havia retirado de sua sacola. Permaneceu alguns segundos em silêncio e o fenômeno aconteceu: a ferradura e o prego tornaram-se dourados.
Uma sensação de espanto percorreu a multidão que se avolumava cada vez mais na praça. O alquimista levantou as peças de ouro para que todos pudessem admirar a transmutação.
Um ourives presente no local pediu para examinar os objetos e foi atendido. Em pouco tempo, revelou serem as peças de ouro puríssimo como nunca tinha visto. As pessoas agitaram-se e agora queriam ouvir. O alquimista então pegou um grosso livro de sua sacola e disse estar nele o segredo da transmutação dos metais em ouro. Em seguida, entregou o livro a uma criança próxima e partiu tranqüilo. Ninguém o viu ir embora, pois todos os olhos mantiveram-se fixos no objeto nas mãos da criança.
Poucos dias depois, a maioria das pessoas possuía uma cópia do valioso manuscrito, assim a receita para produzir ouro passou a ser conhecida por todos. Contudo, a fórmula era complexa. Exigia água destilada mil vezes no silêncio da madrugada e ingredientes que deveriam ser colhidos em noites especiais e em praias distantes.
No início todos puseram as mãos à obra, mas com o passar do tempo, as pessoas foram desistindo do trabalho. Era muito penoso ficar mil noites em silêncio esperando a água destilar. Além disso, procurar os outros ingredientes era muito cansativo.
As pessoas foram desistindo. E, à medida que desistiam, tentavam convencer os outros a fazerem o mesmo. Diziam que a forma era apenas uma galhofa deixada pelo alquimista para mostrar como eram tolos. Assim, muitos e muitos outros, influenciados pelos primeiros, também desistiram.
Mas, um pequeno grupo prosseguiu com o trabalho. Apesar de ridicularizados pelo resto da aldeia, continuaram destilando a água e fizeram várias viagens juntos à procura dos ingredientes da fórmula.
O tempo correu, e a quantidade de histórias divertidas, e de situações que eles passaram juntos, desde que começaram a seguir a fórmula, cresceu. E o grupo dos aprendizes de alquimia tornou-se cada vez mais unido. Converteram- se em grandes amigos. Até que em um mesmo dia, todos tinham começado juntos, e viraram a última página das instruções do livro, e lá estava escrito:
“Se todas as instruções foram seguidas, você tem agora o líquido que, derramado sobre qualquer metal, transforma-o em ouro. Entretanto , agora você já percebeu que a maior riqueza não está no produto final obtido, mas sim no caminho percorrido. O que nos torna infinitamente ricos não é a quantidade de ouro que conseguimos produzir, mas os momentos que compartilhamos com os verdadeiros amigos”.

O Templo de Salomão

A Maçonaria é uma instituição de mais de 300 anos cuja tradição filosófica se assenta sobre 3000 anos de história. Partindo dessa premissa podemos dividir sua origem em duas versões: a origem lendária (que iremos abordar neste artigo) e a origem histórica. Entendemos como origem histórica o período de 1717, amparado por farta documentação, acerca da fundação da Grande Loja de Londres. É nesse ponto que podemos afirmar categoricamente que a Maçonaria passa a existir como instituição. No entanto, essa irmandade, fruto da Idade Moderna, baseia-se em conceitos, tradições e rituais que antecedem sua existência.
Poderíamos retroceder até 3000 anos de história para recompor essa tradição. Boa parte dela é de natureza essencialmente religiosa. É com base no cristianismo que diversas lendas ou alegorias maçônicas são tecidas. Dentre estas talvez a mais importante seja a história da construção do templo que abrigou a Arca da Aliança cujos principais personagens foram: o construtor Hiram Abiff e o próprio rei Salomão.
O Templo de Salomão em particular ocupa uma posição de destaque dentro da simbologia maçônica, tratando–se de uma das maiores fontes de símbolos, alegorias, lendas e ensinamentos da Maçonaria. Por se tratar de uma construção com mais de 3000 anos de idade, é natural que diversas dúvidas surjam no decorrer da busca das origens maçônicas. Podemos nos perguntar: o Templo de Salomão realmente existiu? Se existiu, quais eram suas dimensões? Hiram Abiff foi um personagem real?
Antes de tudo, é preciso lembrar que não há qualquer registro extrabíblico a respeito da construção do Templo de Salomão. Dessa forma, contamos apenas com a Bíblia como documento. Partimos então de uma nova pergunta: “a Bíblia pode ser interpretada como fonte histórica?”

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar a dezembro de 1892 quando George Smith apresentou uma notável descoberta à sociedade de arqueologia bíblica de Londres. Ele entregou a tradução de uma tábua mesopotâmica contendo o relato de um dilúvio. Talvez, o mesmo dilúvio que levou Noé a construir sua arca. Esse fato criou uma febre entre arqueólogos e historiadores que passaram a pesquisar a arqueologia bíblica como uma ciência.
A Bíblia, em particular o antigo testamento, formam um conjunto de histórias contadas através da tradição oral. “Enquanto todas essas histórias circulavam, surgiam os primeiros sistemas de escrita do mundo. Por volta de 3.200 a.C. o povo da mesopotâmia desenvolveu a escrita cuneiforme, na qual símbolos eram prensados em placas de argila ou em entalhos na pedra”.BEITZEL, Barry J. Bíblica – o Atlas da Bíblia, p. 16.
Concomitantemente, o Egito desenvolveu o sistema de hieróglifos. Essas duas nações desempenharam papéis fundamentais na história bíblica e forneceram importantes ícones para a tradição maçônica.
Na época de Davi e Salomão, o sistema de escrita encontrava-se mais desenvolvido. Por volta de 1011 a.C. o jovem rei Davi iniciou um período de expansão literária. Atribui-se a ele muitos dos salmos da Bíblia. Durante seu reinado foram designados escribas para redigir e manter crônicas de seu reinado. Quando Salomão assumiu o trono, além de iniciar a construção do Templo encomendou diversos Salmos para serem celebrados ali.
Apesar das minuciosas descrições registradas na Bíblia, ainda não foi possível, contudo, ter certeza quanto ao primeiro templo de Jerusalém. A arqueologia bíblica ainda não apresentou nenhuma prova válida da existência de tal obra. Explica-se a ausência de vestígios arqueológicos à completa destruição que teria sido realizada por Nabucodonosor, ou à insuficiência de escavações no próprio sítio atribuído à localização do Templo. Esse lugar (sagrado para Judeus, Muçulmanos, Católicos e Protestantes) seria atualmente ocupado pela Mesquita de Omar, ou o Domo da Rocha, onde Abraão, obediente a Deus, quase sacrificou seu próprio filho, Isaac (Gen. 22.1-19) – onde, de modo significativo, a tradição islâmica localiza Maomé subindo ao Céu. por causa desses fatos torna-se quase impossível empreender uma busca arqueológica dos resquícios do templo de Salomão.
Alguns historiadores referem-se ao célebre “muro das lamentações” como tendo sido parte da grande alvenaria de arrimo na esplanada do Templo. Contudo as determinações científicas de datação conferem ao muro idade próxima à década anterior ao nascimento de Cristo. Dessa forma, essa obra seria mais adequada de ser atribuída ao terceiro templo destruído pelos romanos.
Por outro lado, não existem dúvidas quanto à existência do reinado de Salomão. Esse sábio rei foi um exímio administrador. Um de seus primeiros atos como rei foi dividir o reino em distritos administrativos enviando provisões e recursos para a corte. Através desse sistema Salomão pode empreender grandes obras arquitetônicas, entre as quais supostamente estaria incluído o Grande Templo.
Várias melhorias feitas por Salomão foram confirmadas por arqueólogos: “o israelense Yigael Yadin descreveu os imponentes muros e portões construídos durante o período salomônico, incluindo um portão com seis câmaras e um muro com casamatas.” BEITZEL, Barry J. Bíblica – o Atlas da Bíblia, p. 242.
Podemos ainda citar “Gezer localizada aos pés das colinas centrais, perto de Selefá, que ligava a via Maris (rodovia costeira internacional) a Jerusalém e foi parcialmente destruída pelo Faraó egípcio em torno de 950 a.C., foi dada a Salomão como dote por seu casamento com a filha do Faraó”. BEITZEL, Barry J. Bíblica – o Atlas da Bíblia, p. 243.
Além disso, a cidade de Jerusalém, escolhida como capital por Davi, cresceu em tamanho e importância política durante o reinado de Salomão. A eira da Araúna (também identificada como Monte Moriá), comprada por Davi e usada como local sagrado para oferecer sacrifícios tornou-se o local para a construção do Grande Templo.
O “livro de Reis” que integra a Bíblia e narra a trajetória do Rei Salomão e a construção do grande Templo encontra na arqueologia confirmação histórica. Diversos locais, nomes e acontecimentos são cientificamente comprovados. Dessa forma, podemos sim afirmar que o Templo de Salomão realmente existiu. Nada contraria o fato de que toda sua forma gloriosa tenha sim sido arquitetada pelo mestre de obras Hirão-Abi (2 Cr 2.13,14).

“Solomon Before the Ark of the Covenant” Blaise-Nicolas-Le-Sueur – 1747. Musée des Beaux-Arts.
A tradição bíblica ainda orienta importantes aspectos dos templos modernos. Devemos lembrar que segundo o livro de Reis as janelas do Templo de Salomão deviam estar acima do telhado das câmaras, eram de grades, não podendo ser abertas (1 Rs 6.4). Os objetos mais proeminentes no vestíbulo eram dois grandes pilares, Jaquim e Boaz, que Hirão formou por ordem de Salomão (1 Rs 7.15 a 22). Jaquim (‘ele sustenta’) e Boaz (‘nele há força’), apontavam para Deus, em Quem se devia firmar, como sendo a Força e o Apoio por excelência, não só o Santuário, mas também todos aqueles que ali realmente entravam.
Essa simbologia bíblica alimenta defesas como do pesquisador maçônico Manly Hall. Para ele, a construção do Templo de Salomão não tem uma importância direta para a Maçonaria. Segundo ele, sua essência: “não é histórica nem arqueológica, mas uma linguagem simbólica divina perpetuando sob certos símbolos concretos, os sagrados mistérios dos antigos.
Apenas aqueles que veem nela um estudo cósmico, um trabalho de vida, uma inspiração divina de pensar melhor, sentir melhor e viver melhor com a intenção espiritual de iluminação como fim, e com a vida diária do verdadeiro maçom como meio, conseguiram um vislumbre dos verdadeiros mistérios dos ritos ancestrais”. HALL, Manly P. As chaves perdidas da Maçonaria, p. 36.
É certo que, seja ela histórica ou filosófica, a origem lendária atribui à Maçonaria uma consistência incomparável frente as demais instituições modernas.

A Iniciação Maçônica

O ingresso do candidato na Instituição Maçônica constitui o princípio mais importante previsto em toda sua legislação, pois é o passo primeiro para sua vivência na Fraternidade até onde desejar ou, em alguns casos, tornar-se um anátema.
Mas mesmo assim será sempre um maçom! Uma vez iniciado, jamais deixará de ser maçom. Haja o que houver!

Reza o Artigo 28 da Constituição do Grande Oriente do Brasil que “Não poderá ser admitido na Ordem maçônica nenhum candidato que não se comprometa, formalmente e por escrito, a observar os princípios da Ordem”. Os postulados também devem ser cumpridos e todos esses preceitos estão contidos nos Artigos 10 e 20 da citada Carta Magna e foram elencados em trabalho denominado “Princípios e Postulados Maçônicos” publicado anteriormente.
Sendo a Maçonaria uma sociedade milenar e universal, possui suas próprias peculiaridades que são observadas desde seus primórdios e nenhum pretendente nela ingressa sem que seja convidado por um maçom regular que será seu “avalista moral” e ficará conhecido como “padrinho”, surgindo daí sua responsabilidade perante seus pares.
Nenhum Ser Humano Masculino integra a Sublime Ordem ex-officio, ou seja, sem que algum maçom regular o apresente e afiance seus predicados morais, além de outras exigências contidas no Artigo Terceiro do Código Landmarks de Mackey: crença do Ser Supremo do Universo, vida post-mortem, bons costumes, amante da liberdade com responsabilidade e cultivo da moral e ética.
São exigências que integram a substância maçônica figurando como Landmarks de Albert Galletin Mackey admitidos pela quase unanimidade da consciência maçônica.
Até mesmo o recrutamento de obreiros por meio de outros métodos mais abrangentes, como divulgação da doutrina exotérica da Ordem, conferências abertas ao público em geral ou publicidades em livros e revistas especializadas, o candidato que se apresentar estimulado por esses meios, será submetido a uma investigação que pode levar meses e a equipe investigatória afinal apresentará seu relatório ao colegiado da Loja que proferirá a decisão que julgar acertada. Sendo aprovado, será nomeado “um padrinho” que dará ciência ao postulante e a data da cerimônia de iniciação. O mesmo acontecerá em caso contrário.
Etimologicamente, a palavra iniciar, do latim initiare – in, para o interior e ire, ir, caminhar – exprime a ideia de caminhar para dentro de algo, ir em direção ao seu interior para começar uma nova atividade que, na Sublime Ordem é tornar-se um Filho da Luz, saindo das trevas que é a vida profana. Esse momento de ingresso faz surgir para o iniciado uma nova vida voltada para seu aperfeiçoamento espiritual, intelectual e material, mas também direcionado ao amor fraterno, ajuda aos necessitados na medida do possível (filantropia), tolerância, respeito ao próximo, especialmente quando se defrontar com situações nas quais suas ideias sejam rejeitadas. Na vida profana essas virtudes são também exigidas, mas na Maçonaria assumem o caráter de obrigações legais com o respeito “às convicções e dignidade de cada um;” – Art. 10., Parágrafo Único, Inc.III, Constituição do Grande Oriente do Brasil.
Essas exigências genéricas acima mencionadas são especificadas pela Lei Maçônica n0 0099 de 9 de dezembro de 2008, E.’. V.’., editada obviamente pelo Grão Mestrado Geral do Grande Oriente do Brasil que instituiu o Regulamento Geral da Federação que em seu 10 artigo estabelece os requisitos formais para a admissão do candidato na Ordem e o respectivo processo para essa eventual finalidade.
Realmente, o citado dispositivo legal exige a comprovação de requisitos abaixo enumerados para o pretendente alcançar o acesso à nossa Fraternidade: ser maior de 18 anos de idade e do sexo masculino; estar em pleno gozo da capacidade civil; ser de bons costumes e ter reputação ilibada; possuir, no mínimo, instrução de ensino fundamental completo ou equivalente e ser capaz de compreender, aplicar e difundir os ideais da instituição; ter profissão ou meio de vida lícito, devendo auferir renda que permita uma condição econômico- -financeira que lhe assegure subsistência própria e de sua família, sem prejuízos dos encargos maçônicos; não apresentar limitação ou moléstia que o impeça de cumprir os deveres maçônicos; residir, pelo menos, há um ano, no município onde funciona a Loja em que for proposto, ou dois anos em localidades próximas; aceitar a existência de Princípio Criador; contar com a concordância da esposa ou companheira; se solteiro, obter a concordância dos pais ou responsáveis, se deles depender e comprometer-se, por escrito, a observar os princípios da Ordem. E esses princípios são a própria iniciação, estudos filosóficos, filantropia, progresso e o processo evolucionista, como citados anteriormente – Princípios e Postulados Maçônicos.
Os Lowtons, os De Molay, os Apejotistas e os estudantes de curso superior de graduação serão admitidos como maçons na forma da Constituição.
Reza ainda o artigo segundo desse diploma legal que “A falta de qualquer dos requisitos do artigo anterior, ou sua insuficiência, impede a admissão”.
Vemos, assim, que a preocupação legislativa de um modo geral, desde os Landmarks, Constituições das diversas Potências, Regulamentos e outras normas legais esparsas, é proceder a um bom recrutamento de obreiros para o reforço das Colunas da Entidade Fraternal.
O princípio seguinte a esse de Iniciação é o filosófico, previsto no primeiro artigo da Constituição do Grande Oriente do Brasil e que poderá ser objeto de outras observações oportunamente.

Certidão de nascimento da Maçonaria


E depois demonstrar que até o ano 1000, o que servia de proteção, como Casa e Lar do homem – era a Madeira. E que a profissão que predominava e sobressaia, era a de Carpinteiro e Marceneiro. Tanto era verdade, que as primitivas Organizações – as Guildas – eram compostas de homens que praticavam essas duas Antigas Profissões.
Com o advento das Construções de Pedras e Alvenarias, começa a florescer e destacar-se outra profissão – a dos Canteiros, Entalhadores. Isso começou a acontecer a partir do século XII. Grandes quantidades de guerreiros, seguiram na Primeira Cruzada, rumo à Cidade Santa de Jerusalém, que estavam nas mãos dos Sarracenos, dos Infiéis. Nas Estradas precárias da Europa, grupos de Salteadores e Bandoleiros cresciam em número e em audácia. As Propriedades do começo do 1º século do 2º milênio, eram atacadas por hordas de famintos e estrangeiros. Daí a necessidade de se erguerem muralhas, fortalezas para proteger os Burgos e seus proprietários, famílias e servos.
O Cristianismo estava em pleno progresso. Povos e mais povos eram catequizados pelos Soldados de Cristo – isto é, Bispo de grandes capacidades de catequeses. E a Igreja ao receber Reis e a Nobreza, em suas fileiras, passou a contar, também, com uma ajuda financeira muito grande de seus novos Fiéis. E com dinheiro se faz muitas coisas. Então aqueles feios amontoados de madeira sujeito ao fogo e aos raios e outros fenômenos da natureza, começavam a dar lugar às Grandes Catedrais de Pedras, como mostramos logo no início deste trabalho. Entre os anos de 1100 e 1300,  milhares de Igrejas, Catedrais, Mosteiros, conventos, etc, foram erguidos na Europa.  E para dar conta de tanto Trabalho, uma leva de homens foi se especializando na arte de Construir. Uma Arte Antiga, mas pouco divulgada. E essa leva de Profissionais de Pedra, precisava se organizar. Precisavam de um Estatuto. Precisavam de um espaço só seu. Foi então que Doze Freemasons (Pedreiro especializados em trabalhar na Pedra Franca), liderados por Henry Yevele, é bom guardar bem esse nome – Henry Yevele, nasceu em 1320 e morreu no ano de 1400 – foram até à Prefeitura de Londres, levando um esboço de um Estatuto do Trabalhador da Pedra e, numa audiência com o Alderman (Prefeito) e os Edis, apresentaram seu esboço de Estatuto, onde previa, além da Obediência às autoridades locais, também previa uma fidelidade (quase canina), ao Rei e à Religião Vigente, e, ainda, um pedido para que suas reuniões fossem fechadas, sem a presença de pessoas que não estivessem ligadas a ela.
Esses 12 homens saíram daqui, do local onde está Igreja, Antiga Guilda – desta Guildhall, no dia 2 de fevereiro de 1356. É bom repetir – dois de fevereiro de 1356.
Aqui está o Berço, o Dia, o Mês e o Ano do Nascimento da Maçonaria Documentada. Enquanto não apresentarem outro Documento, confiável, mais antigo. Este Documento que se encontra ainda hoje, na Biblioteca da Prefeitura de Londres, levará a glória e terá o privilégio de ser o Documento Maçônico mais Antigo.
Mas para que não surja ou permaneça nenhuma dúvida, segundo o pesquisador da Quatuor Coronati, o Irmão G. H. T. French:
“O Primeiro Código ou Regulamento dos Maçons da Inglaterra, é datada de 2 de fevereiro de 1356, quando, como resultado da disputa entre Carvoeiros e Maçons, Pintores, Doze Mestres de uma Obra, representando aquele ramo da Arte de Construir, foram até ao Prefeito e Edis de Londres, na sede da Prefeitura e eles obtiveram uma Autorização Oficial, para que fizessem um Código e um Regulamento Interno, para a Instalação de uma Sociedade e, acabar, de vez, com a disputa e, também, para que de uma forma geral, ajudasse nos Trabalhos. O Preâmbulo do Código, confirma que aqueles homens, foram lá, realmente juntos; porque o seu Ofício, até então, não havia sido regulamentado, de nenhuma forma pelo Governo do Povo, como já acontecia com outras Profissões.”
Essa Sociedade dos Maçons (The Fellowship os Masons), durou, ou prevaleceu sozinha durante 20 anos – até 1376, quando foi fundada a Companhia dos Maçons de Londres.
Incidentemente, a primeira Regra desse Regulamento, regido naquela ocasião, como objetivo, do “Delimitação em Disputa”, quando estabelecida “que, muitos homens da profissão, podiam trabalhar em qualquer serviço relacionado com a sua profissão, desde que ele fosse perfeitamente hábil e conhecesse muito bem a profissão.”
Daí por diante, eles passaram a trabalhar segundo esse Código. E muitos outros foram surgindo, formando o que chamamos de Old Charges, ou Constituições Góticas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ciência estelar

Estamos próximos ao previsto 2012. A vida de muitas pessoas está sendo conduzida para um caminho mais objetivo e decisões cruciais estão sendo tomadas. A humanidade está recebendo informações às quais nunca antes teve acesso. As verdades cósmicas estão sendo reveladas. No princípio havia o “Um”, na manifestação Ele desdobrou-se na dualidade e na multiplicidade. Agora, terminou o tempo do conflito entre o par e o ímpar, entre o preto e o branco, entre o estoicismo e o hedonismo, entre o bem e o mal, entre a ciência e a fé. A Verdade está a cima das multiplicidades, transcende as partes; ela é holística, sistêmica, completa e complexa. Para se acender uma luz se precisa do positivo e do negativo; para se conceber um bebê é necessário o concurso do elemento masculino e do elemento feminino. Em sua origem, a humanidade, lá na antiga Mesopotâmia, recebeu de forma fragmentada a Ciência dos Deuses ou dos Anjos, a chamada Ciência Estelar, que veio do “Céu”. Essa ciência, tenha sido ela inspirada por seres angélicos, revelada por extraterrestres, intraterrestres ou mesmo ensinada por divindades, foi concebida de forma fragmentada ao longo dos tempos e culturas. Dependendo da cultura, época e local, seus fragmentos foram recebendo nomes distintos como Hermetismo, Astrologia, Cabala, Alquimia, Candomblé, Numerologia, Teurgia, Magia, etc. Mas, todo esse conhecimento é parte de um Todo único. A Mesopotâmia, aliás, é a mãe de toda a civilização, a mãe de todas as religiões, culturas e tradições. Ela abrigou Abraão, o judaísmo e o cristianismo, tanto o primitivo quanto o posterior romano. Nela, a civilização egípcia perdurou por milênios e abrigou os semitas, que por sua vez abrigaram os primeiros católicos. As leis humanas foram concebidas porque a humanidade se distanciou das Leis Cósmicas, perdeu sua referência. A Ciência Estelar é o estudo, a vivência e a aplicação prática das Leis Cósmicas que são imutáveis, eternas e transcendentes. Elas estão além do tempo e do espaço, que na verdade é a mesma coisa (a Teoria do Campo Unificado já provou isso). Essas Leis Cósmicas não podem ser escritas, codificadas, acondicionadas em conceitos humanos. Então, foram concebidas na forma infinita dos símbolos, a “palavra perdida”. Eles nos ensinam o caminho para a evolução, para a Perfeição, para a Felicidade, para a Harmonia, para a Paz, para a Jerusalém Celestial. Em um mundo que perdeu a confiança nas verdades científicas, políticas e religiosas, a solidez da perfeição e imutabilidade das Leis Cósmicas é um alívio, uma certeza e uma segurança, verdadeiros Landmarks que assinalam o caminho a ser seguido. A humanidade está sendo chamada para, mais do que entender, para viver sua vida de acordo com essa Ciência Estelar, seja na forma que for, sob o nome que tiver. Mas, que viva em harmonia com o Cosmos e com a Natureza; tanto interna quanto externamente; tanto próxima quanto distante; tanto no sentido horizontal como na vertical. Por isso, precisamos estar alertas para a Ciência dos Deuses (ou dos Anjos), porque, ao que tudo indica, os selos estão sendo quebrados (os segredos estão sendo revelados a todos) e as trombetas estão tocando (diversos são os sinais) para aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir.