sábado, 22 de dezembro de 2012

Os dez apelos do Aprendiz Maçôm

II. Ensina-me Mestre, a caminhar na marcha do meu grau, no grande Templo Maçônico, que é o mundo lá fora, caminhando Tu, à minha frente, como meu líder, nos caminhos do Bem, da Verdade e da Justiça.
III. Ensina-me Mestre, a ser livre de vaidades, ambições e servilismos que amesquinham o homem, vendo eu em Ti, o Mestre livre de tais sentimentos.
IV. Ensina-me Mestre, o dom que tens de perdoar, esquecer e compreender as fraquezas de todos os homens, enaltecendo suas virtudes, para que eu, como teu discípulo, possa também saber perdoar, esquecer e compreender as fraquezas de todos os homens, enaltecendo suas virtudes.
V. Ensina-me Mestre, a trabalhar como trabalhas, anonimamente, em favor de uma boa causa, fugindo como Tu foges, dos aplausos frívolos, fáceis e das honrarias vulgares.
VI. Ensina-me Mestre, os bons costumes pelos quais temos de saber ouvir e de saber calar nos momentos certos, mas principalmente o dom, que temos de lutar em favor dos que clamam por pão e justiça social.
VII. Ensina-me Mestre, a ser como Tu és, a todos os momentos, um simples, mas forte tijolo da Ponte de União entre os homens, e nunca um ponto de discórdia entre eles.
VIII. Ensina-me Mestre, a cultivar em meu coração, todo o respeito e amor que cultivas entre os homens, e principalmente com Tua família, para que possa, cada vez mais, espelhado em Ti, respeitar a todos os homens e amar em toda a extensão da palavra, minha família.
IX. Ensina-me Mestre, toda Tua bravura, destemor e honradez para defender a Liberdade e a Soberania da nossa Pátria, para que eu possa, a qualquer momento, ao Teu lado e contigo, lutar e morrer em sua defesa.
X. Ensina-me Mestre, tudo isso, enfim, sem vaidades, ostentações ou vãs palavras, que se perdem ao vento, mas simplesmente com Teus próprios exemplos, para que eu possa um dia, ser reconhecido como um verdadeiro Mestre-Maçom.

A Maçonaria do futuro

Vivemos hoje um momento de grandes transformações na humanidade, do fim das barreiras de comunicação, onde qualquer fato ocorrido em qualquer local do planeta é imediatamente compartilhado por milhões de pessoas.
Sem dúvida é uma nova era, com valores em constante reavaliação. São mudanças tão rápidas e dinâmicas que deixam a impressão de imprevisibilidade em vislumbrar o futuro. Contudo, isso pode trazer uma ampla perspectiva, onde pode-se contemplar valores e conhecimentos significativos, que possam servir para um futuro melhor.

Essas mudanças há muito se fazem necessárias; a sociedade atual, graças ao esgarçamento da estrutura familiar e ao avanço da amoralidade, é altamente antiética, o respeito às pessoas praticamente inexiste, a solidariedade está em declínio, o sentido de auferir vantagens e a deslealdade cresce dia a dia.
A história nos ensina que sempre se evolui numa curva ascendente, contínua e em longo prazo, as civilizações passam por períodos de desenvolvimento e decadência; cada geração herda conhecimentos das que a antecedem, e a decadência decorre, invariavelmente, do êxito de um estágio de bem estar e riqueza utilizados para o supérfluo, enfraquecendo os valores humanos conquistados.
Nesse mundo em constante e rápida evolução, qual é o papel da Maçonaria? Nossa Augusta Ordem, como qualquer instituição contemporânea, passa por um momento de transição. Talvez seja essa a melhor hora de encontrarmos nosso caminho, de darmos os contornos à nossa Ordem, de tal maneira que o seu ideário seja preservado, visto que ele é uma das razões de sua sobrevivência.
Desde que ingressamos nesta Ordem, aprendemos os grandes feitos da Maçonaria no passado, e sempre temos irmãos, em todas as épocas, que nos transmitem grandes exemplos. São grandes homens, figuras ímpares na evolução da humanidade.
Tivemos o privilégio de possuirmos antepassados que nos legaram a Ordem na qual estamos, e é no mínimo exigido de nós que, deixemos para as gerações futuras uma Maçonaria na qual elas também possam se espelhar e ver luz.
A Maçonaria, neste novo milênio convive com duas realidades. Uma é a irmandade influenciada pelo poder, e a outra é o lado de novos conhecimentos humanos, que são a base para o desenvolvimento de uma irmandade mais transparente, inteligente e fraterna. O grande desafio será a continuidade do desenvolvimento do conhecimento, da educação, da sabedoria, da própria evolução, enfim, com a ampliação do crescimento da intuição, que favorece a visão holística em detrimento do conhecimento específico, analítico e limitado, desatualizados e fragmentado.
A visão do futuro da maçonaria desperta o nosso imaginário na luta por um sonho possível, motivador, unificador, integrador e desafiador, uma visão que mobilize energias e as nossas melhores qualidades humanas.

O Maçom pode influir na vida diária de sua família, de seus amigos e de sua comunidade, utilizando o ideário maçônico em sua vida profana, levando os valores aprendidos em Loja para todo o seu convívio diário. Esse ideário, em seu aspecto mais factível e resumido, está expresso na trilogia, “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, pois os praticando seremos livres para progredirmos, para crescermos e contribuirmos para que os outros ao nosso redor também cresçam. Para avançarmos em nosso relacionamento interpessoal, gerando uma forma de atuação em todos os níveis, onde cada um de acordo com suas aptidões e capacidades possa contribuir na construção de um Homem melhor. Sendo assim, nossas decisões no mundo profano devem refletir o ideário maçônico, pois assim estaremos contribuindo para o engrandecimento da humanidade.
O papel do Maçom nessa sociedade moderna, certamente é equilibrar os valores tecnológicos com os valores morais, intelectuais e culturais que nos são tão caros. Cabe-nos buscar a ética das relações homem tecnologia, contribuindo com isso para o equilíbrio social através da fraternidade. As ferramentas básicas, nós as temos, pois somos uma instituição eclética e universalista, que abriga as mais variadas matizes do pensamento humano e trabalhamos diligentemente do meio dia à meia noite.
Todos os Maçons tem a responsabilidade de mostrar para a sociedade, através de suas atitudes e ações, que o futuro esta acima de tudo, coerente com a aspiração das pessoas por auto respeito e auto realização.

A Cruz Gamada ou Suástica

 
A origem da swastica perde-se na noite dos tempos, embora possa ser considerado um dos mais velhos símbolos utilizados pela humanidade. A sua mais antiga significação é a de símbolo Solar.
A tradição remonta à Índia védica, mas os ensinamentos bramânicos nos ensinam que sua origem é muito mais antiga. Certos tradicionalistas não hesitam por seu lado, de fazerem da cruz gamada um emblema conhecido pelos Atlantes, os habitantes do antigo e hipotético continente de Um, ou Lemúria. Façamos um apanhado dessas teorias.
Segundo o inglês, coronel James Churchward, o primeiro símbolo empregado pelo homem foi a cruz comum, representando as quatro direções do espaço. A sua evolução levou à cruz dentro de um círculo, símbolo do ovo do Sol, ou do mundo governado pela LUZ, que se transforma na swastica ou cruz gamada da roda da vida.

A cruz swastica é o símbolo das quatro forças sagradas que sob inumeráveis nomes e aspectos diferentes representaram um papel importante na concepção humana do Criador e da Criação, desde o alvorecer dos tempos, até hoje em dia (Fogo, Água, Ar e Terra).
Com essa conseqüência, eles governam os movimentos de todos os corpos no Universo. Isso demonstra que todos os corpos giram de oeste para leste e que todos os circuitos formados pelos corpos em movimento vão do ocidente para oriente, girando em torno de um centro. O símbolo demonstra que este centro é a força primária, isto é, o Grande Infinito, o Todo-Poderoso.
Assim, a cruz swastica não é somente considerada como um emblema do fogo, um sinal solar, mas como centro ou eixo do mundo, que os “teósofos” nazistas situaram em Tula, capital da Hiperbórea.
Se a cruz gamada é bem o emblema da raça hiperbórea, que não seria outra senão a dos “grandes arianos louros de olhos azuis”, compreende-se que Hitler, tenha feito dela o emblema do seu partido.
Quanto à orientação destrógira desse sinal na bandeira nazista, muito se discutiu sobre o assunto, sem, entretanto se chegar a uma resposta satisfatória. Afirmou-se assim que a direção da rotação da swastika nazista era uma inversão de sua orientação normal e correspondia às forças negras, sustentadoras de Hitler, em luta aberta contra o bem.
Em realidade a cruz suástica é comumente representada indiferentemente destrógira ou sinistrógira na Grande Fraternidade Branca da Índia e do Tibete, sem que os ocultistas vejam nela um símbolo “negro” ou “branco”.
O que se pode observar é que swastika (sinistrogira) simboliza a “marcha do tempo”. Aquele que inverte o sentido pretende, pois, “parar o tempo”. Isso corresponde bem à ética de Hitler “homem contra o tempo”, que imaginava entravar durante um milênio a “degenerescência” anunciada na última idade de nosso ciclo, chamada pelos hindus kali-yuga ou idade do ferro.
Nessa perspectiva, o sobressalto nazi-racista, reatando com a “tradição primordial”, deveria preparar os tempos futuros e forjar uma elite de “super-homens” que resistiriam à catástrofe final. As coisas não se passaram exatamente como Hitler pensava, pois ele mesmo foi triturado por sua obra que não mais controlava.
Voltando a cruz suástica, pode-se assinalar sua grande difusão na Antiguidade, tanto no Ocidente como no Oriente, embora hoje ela permaneça um emblema sagrado da única parte do mundo em que o Sol se levanta.

No que concerne aos países europeus, a utilização da swastika é atestada pelos druidas (celtas do norte), detentores de um profundo saber iniciatório. Esses homens sábios colocaram o símbolo nos altares e nos santuários gauleses, conforme se pode ver pelas estátuas gaulesas expostas no Museu Borely de Marselha.
No ombro de uma dessas divindades pode-se observar a presença de uma cruz swastika esculpida. Encontram-se numerosos traços da suástica na região dos Pirineus, e o emblema aparece também entre os bascos sob a forma de uma cruz com vírgulas, como no Brasão de Armas da cidade de Bayonne.
Se nos restringirmos só a dados históricos, a mais antiga presença da swastika foi encontrada na Índia bramânica. A swastika seria o instrumento original usado pelos Brâmanes para a produção do fogo sagrado.
Deste modo, a cruz gamada representa os fenômenos cósmicos do Fogo Celeste, o relâmpago e o raio. Com esta interpretação, estamos próximos da exegese nazista, que faz da swastika o Sol negro o princípio oculto da energia situado num mundo etéreo, além do visível, na linha da filosofia de Jâmblico e da Gnose.
Explicando melhor: a cruz gamada, símbolo do Sol visível, representa o lado esotérico da doutrina, enquanto que sua significação esotérica é a do Sol invisível.
No Tibete, o povo vê na swastika sobretudo um “talismã”, uma insígnia de algo muito importante, ligado ao caráter sagrado de cruz gamada nos templos budistas. A cruz gamada chama-se em tibetano gyung-drung e os lamas consideram-na como o sinal místico por excelência, em alusão ao “rei do mundo”, soberano invisível da Terra. A lenda, retomada por “Saint-Yves d´Alveydre” no seu livro Missão à Índia, afirma que o “mestre da Agarta” possui um selo com a cruz gamada. É certo que Gengis Khan usava um anel com a cruz gamada, ainda conservado no museu de Oulan-Bator (Mongólia). Esse anel, segundo a tradição, pertencera ao “rei do mundo”, que o presenteara ao fundador do Império mongol.
Na Idade Média os cátaros bogomilos dos Bálcãs, secretamente afiliados ao culto solar – uma dissidência do catolicismo, que foram todos mortos pelos soldados da quarta cruzada, na cidade Montségur – adotaram a swastika, como se vê nos castelos de Montségur e de Quéribus, que eram verdadeiros templos. Ali, a cruz gamada era o sinal de sua filiação maniqueísta dedicada à luz.

Esta tradição seria confirmada pelos antecessores gnósticos dos cátaros, os Templários. Os cavaleiros do Templo empregavam várias cruzes diferentes ao lado da cruz, propriamente dita “templária” que bem conhecemos. Entre estas é preciso assinalar a cruz celtica, que nada mais era do que a swastika.
Em Portugal, aquele jardim por Deus à beira mar plantada, pátria de santos e heróis, os Templários deixaram a swastika gravada em diversos lugares, como por exemplo, numa pedra que está no museu da aldeia de Vilar Maior, a alguns quilômetros da cidade da Guarda e que mostra uma swastica dupla. Esta swastika engloba as duas suásticas (suástica em sânscrito significa exatamente cruz). A de Vishnu (movimento de construção – roda para a direita, como a circulação em Loja. Mostra também a suástica de Shiva) movimento de destruição que roda para a esquerda.
A suástica pode também ser vista na cidade romana de Conimbriga, perto da cidade de Coimbra e no belo poço gótico que se encontra no museu de Alporão, na cidade de Santarém.

Homem Livre

Sobre essa expressão, geralmente os IIr.·. dizem que é um resquício da antiguidade, um apêndice não removido, que refere-se à escravidão de outrora. Outras fontes maçônicas apontam à independência decorrente da não submissão a trabalho servil. Mas aqui gostaria de levantar outro enfoque de “liberdade”. Seríamos todos realmente “livres”?
Ouso afirmar que 95% da população não o é completamente.
Senão vejamos o que é ser livre?
Simplificadamente é poder “optar” entre isso ou aquilo, livremente e sem coação (ou indução?). Se já não há constrangimento para que ajamos dessa ou daquela forma (senão em virtude de lei), qual seria outra forma de interferência capaz de influenciar nossos juízos e ações?
Poder-se-ia perquirir da manipulação da mídia, das mensagens subliminares, da publicidade que induz às massas ao que gostar e consumir, mas mesmo que grande parcela da população realmente seja vulnerável a esse tipo de influência, quero crer que os livres-pensadores estejam mais imunes a essa virulência moderna. Descartamos aqui, então, as influências externas (não sem antes atentarmos a elas), e aqui já começa o leitor atento a ter indícios do enfoque pretendido.
Toda pessoa tem “tendências”, ou seja, em situações semelhantes, tende a agir ou reagir de tal ou qual forma. Os espiritualistas explicariam essas “tendências” como resquícios de personalidades de outras vidas. Os psicanalistas talvez as explicassem em termos de influências subconscientes. Outros poderiam ainda arguir a teoria do “atavismo” (comportamentos ancestrais latentes). Pouco importa a justificativa, fato é que essas tendências existem, e é delas que queremos aqui tratar.
Se há algum móvel interno, oculto, dissimulado, para as ações de um indivíduo, seria ele plenamente “livre”? Tenho a íntima convicção de que, dependendo do grau de autoconsciência do sujeito, ele pode ser mesmo joguete dessas “forças” internas, bastando para tanto “agir por impulso”.
“Conhece-te a ti mesmo”, já dizia o antigo adágio, mas quantos podem, inequivocamente, afirmar que realmente se conhecem?
O conhecer-se a si mesmo implica numa “sinceridade interna” que poucos suportam, porque dolorida. Reconhecer a si mesmo os próprios erros e vícios, as inclinações pouco louváveis, obrigatoriamente perpassa um necessário exercício de “confissão interna”, franqueza ou auto-honestidade absoluta. O mais comum é o indivíduo procurar justificar a si mesmo as suas faltas em termos de “projeção”, ou seja, “- se assim agi é porque fui levado a isso pelos erros dos outros”.
Mas somos humanos. Reconheçamos a nossa humanidade também nas fraquezas inerentes ao ser humano. Não somos “seres ascencionados” para estarmos imunes a sentimentos vis, por mais sutis e aculturados que esses se possam mostrar. Alguns afirmam que por baixo da pele do homem dormita um lobo, pronto a ser despertado. Não cheguemos a tanto, pois que acreditamos na bondade do ser, contudo inicialmente admitamos que algo sempre há de incorrigido dentro de nós. Esse é o primeiro passo.
O segundo passo seria nunca agir por impulso, pois que o instinto assim atua, quando não se deixa atuar a racionalidade. Respirar ao menos uma vez antes de responder a algo que nos contraria continua sendo um excelente exercício.
Outro exercício seria o “destrinchar” dos sentimentos. Se algo lhe magoou ou entristeceu, procure no seu interior, com honestidade, as raízes desse sentimento. Averigue se ele não provém na realidade de motivo menos nobre, como orgulho, inveja, vaidade... SEJA SINCERO! É um diálogo interno, de você consigo mesmo, ninguém precisa ficar sabendo. E depois aja, ou abandone o sentimento, ou o substitua por outro, ou seja, EXERÇA VOCÊ MESMO VIGILÂNCIA SOBRE OS SEUS PENSAMENTOS E EMOÇÕES, PROCURE CONHECER E SUPERAR AS SUAS TENDÊNCIAS INCONSCIENTES. Seja livre!
E não pense que o autor desta já obteve êxito nesse ínterim. Esse é um exercício diário, quando as arestas vão sendo paulatinamente removidas. Pode ser que essa pedra demore a vida inteira para ser lapidada (e geralmente assim é), mas isso não impede que apresentemos ao “mestre de obras” no dia de hoje uma pedra melhor do que a que apresentamos no dia de ontem.
Ir.'. Fábio Henrique Hardt - MI 
REAA - GLMERGS.
ARLS Baden-Powell 185

 

sábado, 15 de dezembro de 2012

O Homem de Vitrúvio

Vitrúvio, o homem e a arquitetura
No Renascimento, os ensinamentos de Vitrúvio passam novamente a ganhar grande importância. É nessa época que os seus livros são traduzidos para a língua italiana. Os dados antropométricos apresentados por ele, são desenhados por Leonardo Da Vinci (± em 1490) no seu célebre trabalho L’Uomo di Vitruvio (O Homem de Vitrúvio).
O homem de VitruvioNessa referida ilustração são apresentadas as teorias de Vitrúvio. Um dos exemplos é colocar um homem com os braços e mãos bem estendidos. A medida obtida entre uma mão até a outra é equivalente à medida da sua altura. Coisa simples! Mas é com isto que Vitrúvio demonstra a proporcionalidade entre as partes do corpo do homem e chama a atenção para o entendimento do projetar as edificações a partir do mesmo princípio. As diferentes partes do corpo do homem formam um interessante conjunto de proporções que cabem em um círculo, bem como em um quadrado.
Para Vitrúvio a arquitetura deveria seguir o mesmo entendimento de ter a proporcionalidade das partes para completar o todo harmoniosamente, pois as partes formam o todo. Para ele a composição dos “recintos dos deuses imortais”, ou seja: os templos, depende da proporção. Para ele “nenhum templo pode ser bem composto sem que se considere alguma proporção ou semelhança, a não ser que tenha exatas proporções, como as dos membros segundo uma figura humana bem constituída”.

 
 


 











O Orador da Loja

Um dos mais belos e importantes cargos de uma Loja Maçônica é o cargo de Orador, ou, como agora também é denominado, o cargo de Membro do Ministério Público Maçônico na Loja.
A importância do Orador é fundamental na performance de toda e qualquer Oficina e os requisitos essenciais para o seu bom desempenho são múltiplos, devendo a escolha dos Irmãos recair, sempre que possível, em um Mestre Instalado que, pela sua vivência e experiência maçônicas, já enfrentou e solucionou praticamente todos os problemas que as Lojas costumam apresentar.

Também é desejável, embora não seja obrigatório, que o Irmão escolhido para esse cargo eletivo seja versado em ciências jurídicas, que tenha familiaridade com leitura e interpretação de textos legais, leis, regulamentos e regimentos, e que saiba diferenciar, por exemplo, o que vem a ser uma lei, um ato ou um decreto.
O Orador, nos Ritos que dispõem desse cargo, é a quarta Dignidade na hierarquia da Loja, toma assento no Oriente, à direita ou à esquerda do V.’.M.’., conforme o Rito e pede a palavra diretamente a ele.
Apenas para fins didáticos, vamos dividir as funções do Orador em 3 grandes grupos:
Primeiro: como membro do M.’.P.’. Maçônico.
Segundo: como Orador propriamente dito, isso é, como aquele Irmão encarregado de discursar, ou, como se diz no linguajar maçônico, de apresentar peças de arquitetura nas solenidades da Loja, sessões magnas, festivas e públicas.
Terceiro: como partícipe das atividades ritualísticas nas sessões litúrgicas, na abertura e fechamento do L.’.L.’., na conferência do saco de PP.’. e Inf.’. e na Cadeia de União. Esses procedimentos ritualísticos, diga-se de passagem, variam de acordo com o Rito adotado pela Oficina.
Vamos examinar, agora, essas funções separadamente:
Primeira:
O Orador, como membro do M.’.P.’., tem suas atribuições definidas no art. 122 do RGF.
São elas:
I – Observar, promover e fiscalizar o rigoroso cumprimento das leis maçônicas e dos rituais, lembrando que, tal como no mundo profano, não há crime sem lei anterior que o defina.
II – Cumprir e fazer cumprir os deveres e obrigações a que se comprometeram os membros da Loja, à qual comunicará qualquer infração e promoverá a denúncia do infrator. Percebam aqui que o Orador não pode coibir o erro eventualmente cometido, mas apenas advertir e, em último caso, denunciar.
III – Ler os textos de leis e decretos, permanecendo todos sentados, inclusive o Orador.
IV – Verificar a regularidade dos documentos maçônicos que lhe forem apresentados, inclusive conferir a assinatura, ou ne varietur, dos visitantes, apostas no livro de presença, com os documentos profanos que esses deverão lhe apresentar.
V – Apresentar suas conclusões no encerramento das discussões, sob o ponto de vista legal, qualquer que seja a matéria.
VI – Opor-se, de ofício, a qualquer deliberação contrária à lei e, em caso de insistência na matéria, formalizar denúncia ao poder competente. Cabe aqui lembrar que, ao constatar um erro, ou uma decisão equivocada da Loja, ele deverá se opor, não de um modo brutal ou prepotente, mas de uma maneira esclarecedora e fraternal, dizendo um não tão delicadamente como se dissesse um sim.
VII – Manter arquivo atualizado de toda a legislação maçônica. Lembrando aqui da importância de estar sempre atualizado o seu arquivo com as emendas constitucionais e alterações do RGF publicadas nos boletins oficiais.
VII – Assinar as atas da Loja, tão logo sejam aprovadas.
IX – Acatar ou rejeitar denúncias formuladas à Loja, representando aos poderes constituídos. Em caso de rejeição, recorrer de oficio ao tribunal competente.
Para o bom desempenho dessas atribuições específicas, é sim necessário que aquele que a exerça tenha amplo conhecimento de todo o arcabouço legal da Maçonaria, ou seja:
  • Constituição do GOB
  • RGF
  • Código Eleitoral Maçônico
  • Código Penal Maçônico
  • Lei Penal Maçônica
  • Constituição Estadual do G.’.O.’. Estadual à que pertença sua Loja
  • Regimento Interno de sua própria Loja
No desempenho dessas atribuições, o Irmão que ocupa esse cargo deverá ser ponderado, sereno, conciliador e justo.
Para isso, é importante e necessário que conheça alguns princípios jurídicos básicos, tais como a hierarquia das leis, isto é, quando conflitantes, leis federais prevalecem sobre as estaduais, e ambas prevalecem sobre o Regimento Interno da Loja.
Como Membro do M.’.P.’.M.’. o Orador pode e deve falar sentado, por analogia com o Secretário da Loja, pois sua fala é quase sempre acompanhada de consultas ou citações das leis ou dos rituais.
É oportuno esclarecer também que o Membro do Ministério Público pertence ao Poder Executivo e não ao Judiciário, como equivocadamente alguns imaginam.
Finalizando essa primeira parte, é bom lembrar que o Guardião da Lei deve ser um dos espelhos da Loja, esforçando-se por apresentar uma conduta impecável e um compromisso inarredável com a verdade e a lei.
Examinemos, agora, a segunda função do Orador de Loja, ou seja, como Orador propriamente dito:
Segundo os dicionários, orador é aquele que ora ou discursa em público e aqui cabe uma primeira observação: quando discursa, o Orador deve permanecer em pé, como sempre o fizeram os grandes oradores.
Falando em pé, o Orador pode utilizar melhor seus braços e suas mãos para dar ênfase e dramatização à sua fala, além de melhor aproveitar a sua aparelhagem respiratória e vocal.

O bom Orador saberá ser eloquente em seus discursos e conciso em suas conclusões como guardião da lei. Para isso, a nobre arte da oratória exige, daqueles que a ela se dedicam, o domínio de 3 grandes ciências e artes: a lógica, a gramática e a retórica, o trivium. (os Irmãos ainda se lembram das 7 ciências e artes liberais da antiguidade, ministradas no grau de companheiro?)
Vamos recordar?
A lógica, que nos ensina a pensar corretamente.
A gramática, que nos ensina a escrever corretamente.
E a retórica, que nos ensina a falar corretamente.
Somente quem pensa e escreve corretamente conseguirá se expressar corretamente, desenvolvendo um raciocínio e uma sequência lógica na exposição de suas ideias, fazendo com que elas tenham clareza e se organizem linearmente, tendo princípio, meio e fim.
A terceira atribuição do Orador é participar de atividades ritualísticas, como já foi mencionado. Nessas atividades, ele deverá ser um verdadeiro exemplo e espelho para a Loja, obedecendo rigorosamente ao que prescreve o Ritual, nada lhe acrescentando ou suprimindo. Nas Lojas que adotam o R.’.E.’.A.’. A.’. o Orador tem, ainda, uma outra atribuição, quase esquecida, mas que consta nos rituais:
O Tempo de Estudos será preenchido pelo V.’.M.’. ou pelo Orador, ou ainda por um Irmão previamente designado.Mas dificilmente vemos na prática isso acontecer. O V.’.M.’. ou o Orador preenchendo o Tempo de Estudos.
E muito difícil ser Orador de Loja?
É difícil!
Vale a pena?
Vale.
Como disse Fernando Pessoa: “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.”
 

Maçonaria e os Mórmons

Em 6 de abril de 1830, Joseph Smith Jr., Oliver Cowdery, Hyrum Smith, Peter Whitmer Jr., Samuel H. Smith e David Whitmer estabeleceram de forma oficial, conforme registrado em ata, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Seus seguidores posteriormente vieram a ser reconhecidos simplesmente como mórmons, isto aconteceu em função do Livro de Mórmon, um livro que relata a existência de povos que habitaram nas Américas por voltar de 600 a.C.
Já antes mesmo da organização da Igreja como uma instituição, os mórmons eram vitimas do preconceito descabido, motivado pela intolerância em aceitar a individualidade e direito a religião tão preservada pela maçonaria. As novas doutrinas ensinadas pelo mormonismo eram completamente estranhas ao contexto religioso histórico da época. Ensinamentos como casamento plural (poligamia), crença em um Deus com forma humana tangível e (que evoluiu até atingir a perfeição), possibilidade de evolução até chegar à perfeição divina, entre outras, estas crenças eram vistas com certa reprovação por parte dos seguidores do protestantismo e catolicismo contemporâneo dos precursores do mormonismo. No principio, estas reprovações não passavam de simples discordâncias, mais com o rápido crescimento da Igreja estas opiniões acentuaram-se e passaram a ser ponto de origens de conflitos físicos e armados, entre as partes divergentes. Esta intolerância acentuou-se com a iniciação maçônica de Joseph Smith Junior em 15 de março de 1842 na Loja de Nauvoo, Illinois (EUA). Antes de Joseph vários líderes da Igreja já haviam sido iniciados maçons, mas foi o ingresso de Joseph que desencadeou de forma mais acirrada a desconfiança, e conseqüentemente os ataques contra os mórmons.

Esta associação do mormonismo com a maçonaria proveu munição para os inimigos de ambos. Já que neste momento histórico a Maçonaria também era vitima de uma das maiores perseguições já acontecida nas Américas. Velhos inimigos da maçonaria viram nesta associação, mormonismo e maçonaria, uma oportunidade de livrarem-se dos seus maiores desafetos. Os ânimos dos contrários a Maçonaria encontrava-se bastante inflamado em função do “misterioso” desaparecimento de William Morgan. Este, um sujeito que de forma maquiavélica se infiltrou entre os maçons da Batávia (NY) reivindicando certos direitos que não lhe pertencia, após criar grande disputa dentro da ordem, Morgan foi expulso da Loja onde se infiltrara, em represália Morgan decidiu publicar um livro onde exporia aquilo que ele chamava de “segredos” da Maçonaria, e assim o fez.Em seqüência a estes acontecimentos, William Morgan desapareceu de forma misteriosa até mesmo para nossos dias. Já neste período era grande a quantidade de Mórmons iniciados na Maçonaria, nomes de extrema relevância para o mormonismo tais como: Joseph Smith, Brigham Young, John Taylor, Wellford Woodruff e Lorenzo Snow abraçaram a milenar fraternidade, todos nesta mesma seqüência sucessória lideraram os mórmons por aproximadamente 71 anos e jamais negaram ou omitiram sua condição de iniciados. A crescente associação dos mórmons com a fraternidade maçônica levou a opinião publica declarar guerra ao mormonismo e maçonaria, pois na visão dos leigos as duas organizações eram como se fosse uma só, e por isso eram ambas satânicas. O resultado de tanta campanha negativa foi trágico para ambas. Em 27 de julho de 1844 Joseph Smith Junior e seu irmão Hyrum Smith (que era o Venerável Mestre da Loja de Nauvoo) foram chacinados. É bom esclarecer que as acusações das quais Joseph e Hyrum Smith foram vitimas, eram falsas, já que nunca foi provada nenhuma das culpas que lhes foram imputadas. Neste momento aqueles que combatiam a fraternidade maçônica criam um partido político anti maçônico, que como o nome sugere, seu principal objetivo era o fim da maçonaria no território americano, nesta empreitada o partido lançou um candidato a presidente dos Estados Unidos da América, não obtendo sucesso o partido foi perdendo força à medida que os ânimos esfriavam, e posteriormente veio a deixar de existir. Em função da crescente e aparente incontrolável perseguição muitos maçons adormeceram, em seqüências a isto várias Lojas bateram suas colunas por todos os estados americanos, inclusive um capitulo do Arco Real que deveria ser estabelecido em Illinois, não se concretizou por falta de homens livres e de bons costumes.
A suspeita do envolvimento de alguns maçons na morte dos Smiths e desavenças posteriores a estes acontecimentos levaram os mórmons a se afastarem da Maçonaria americana, embora os iniciados nunca tenham feito qualquer acusação formal à ordem. Após migrarem para o Oeste liderados por Brigham Young os mórmons fundaram Salt Lat City e posteriormente fizeram três tentativas de estabelecer Lojas Mórmons em sua nova cidade, enviaram cartas solicitando filiação a Grande Loja do México, do Canadá e da Inglaterra não obtendo autorização de nenhuma das potencias que temiam agravar o conflito já existente entre maçons não mórmons e os maçons seguidores do mormonismo, todas as tentativas foram rechaçadas, e finalmente os mórmons abriram mãos de sua herança maçônica, afastando-se silenciosamente da sublime ordem. Um longo silencio onde os mórmons não mais se manifestavam de forma oficial sobre a maçonaria durou até 1984 quando Spencer W. Kimball, líder da Igreja na época, em uma reunião com o Mestre Principal da Grande Loja do Lago Salgado (Utah) em um hotel de propriedade da Igreja afirmou: “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nada tem contra qualquer organização que pratique atos louváveis”. Em contra partida o Mestre Principal disse: “A Maçonaria de Salt Lat City nada tem contra A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Este deveria ter sido o ponto final da discórdia entre as duas fraternidades, mais ao longo dos tempos, os mórmons cada vez mais se afastaram da Maçonaria. Embora exista hoje uma quantidade expressiva de Mórmons Maçons (e eu sou um) espalhados pelo mundo, alguns tem se penitenciado ao ostracismo, escondendo dos irmãos de fé nossa condição de iniciados, talvez temam o mesmo preconceito do qual o mormonismo é vitima por parte dos outros seguimentos do cristianismo. Quimericamente espero pelo dia em que meus irmãos mórmons compreendam que o grande objetivo da maçonaria é a reconstrução do eu interior do ser humano, e que este objetivo se encaixa perfeitamente dentro daquilo que foi ensinado por nosso primeiro Profeta nesta nova dispensação, (Joseph Smith). Pois é dele o ensinamento que diz: “… Se houver qualquer coisa virtuosa, amável ou louvável, nós a procuraremos.” (13º Regra de Fé).
 

Quem é meu Irmão?

“Senhor, se meu Irmão pecar contra mim, quantas vezes eu deverei perdoar-lhe? Até sete vezes? – Disse-lhe Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mat. l8:21-22)
É sabido que só os Irmãos de sangue possuem características comuns que conduzem ao afeto sólido e desinteressado, cultivando o amor familiar.
A Maçonaria resolveu sugerir aos seus iniciados o tratamento cordial e afetuoso de “irmão”, que o receberam com todo o agrado, sem nenhuma restrição, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos da Instituição.

Já no Poema Regius, também chamado de “Manuscrito de Halliwell’ do ano de 1390, o mais antigo que se conhece, recomenda o tratamento de “caro irmão” entre os maçons. Por isso o tratamento de Irmão dado por um Maçom a outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente à mesma família. De fato, traduz uma maneira de proceder muito afetiva e agradável a todos os corações dos que militam em seus augustos Templos. Assim passaram os iniciados ao uso desse tratamento em todas as horas, quer no mundo profano, quer no maçônico. Há um certo grau de satisfação quando nas Lojas maçônicas, partilhamos de momentos gratificantes de bem estar espiritual para o convívio em união. É na verdade uma extensão da nossa própria família e os laços de amizade e fraternidade ali estabelecidos, só poderão ser comparados aos do mesmo sangue.
A essência da Fraternidade é o amor; os maçons dedicam muito amor uns para com os outros; é essa prática que funde o sangue para que haja no grupo uma só criatura.
O bem-querer, a tolerância e a Fraternidade dentro da Loja transformam o homem em criatura dócil, espontânea e fiel, apta a desempenhar a cidadania no mundo profano.
A rigor, o amor fraternal deveria estender-se a toda a humanidade; no entanto, ainda não estamos preparados para isso.
Fisiologicamente, os Irmãos provindos dos mesmos pais são denominados de “germanos”, que em latim significa “do mesmo germe”. Na Maçonaria não há esse aspecto; porém, a Fraternidade harmoniza os seres por meio da parte espiritual; diz-se que os maçons são Irmãos porque provêm da mesma Iniciação, os mesmos modos de reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade; morrem na Câmara da Reflexão para renascerem produzidos ou procriados por meio do germe filosófico que transforma integralmente a criatura, refletindo-se no comportamento posterior.
Os Maçons, qualquer que seja o seu grau, dão-se o tratamento de Irmão. Este tratamento existe em todas as sociedades iniciáticas e nas confrarias, onde o seu significado é a condição adquirida com a participação de um mesmo ideal baseado na amizade. É o tratamento que se davam entre si os Maçons operativos.
Além da amizade fraternal que deve uni-los, os Maçons consideram-se irmãos por serem, simbolicamente, filhos da mesma mãe, a Mãe-Terra, simbolizada pela deusa egípcia Ísis, viúva de Osíris, o Sol, e a mãe de Hórus. Assim os Maçons são, também, simbolicamente, irmãos de Horus e se autodenominam Filhos da Viúva.
Os membros de nossa Ordem são estimulados a praticarem um modo de vida que produza um nível elevado em suas relações com seus Irmãos, assim como, com toda a humanidade. Em outras palavras, é preciso não perder o significado e emprestar dignidade à expressão IRMÃO, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo; que cada um de nós se torne útil segundo as capacidades e os meios que o Grande Arquiteto do Universo nos colocou nas mãos para nos provar; que o forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, pois aquele que abusa de sua força e de seu poder para oprimir seu semelhante faz desaparecer o sentimento da personalidade.
Quando os homens tiverem se libertado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, não se fazendo nenhum mal, ajudando-se mutuamente pelo sentimento natural da solidariedade; então o forte será o apoio e não opressor do fraco, e não se verão mais homens desprovidos do indispensável para viver, porque todos praticarão a lei da justiça.
Para melhor descrevermos a importância do tratamento “Irmão”, é preciso mencionar a egrégora, atuação da força-pensamento coletiva de pessoas reunidas num local, emitindo vibrações fortes e idênticas, pensamentos da mesma natureza, animado de força boa ou má, conforme o gênero dos pensamentos emitidos. Cada Loja possui a sua egrégora. Em muitas Lojas se forma uma antiegrégora. É quando os Irmãos lá vão para aparecer, disputar primazia, brigar, discutir cargos, assumir a postura divina de donos da verdade, etc.
Membro ativo é o maçom que frequenta assiduamente a Loja e cumpre com as obrigações estatutárias. A Loja conta com a presença assídua de seus associados. É dever do maçom dar assistência à sua associação, sob pena de enfraquecê-la e até adormecê-la.
Membro adormecido é o maçom que deixa de frequentar a Loja, licenciado ou eliminado, com a chance de sempre poder retornar à frequência.
Outro elemento de vida e valor que deve ser observado e ocorre com muitos Maçons em Lojas e Potências podemos chamá-lo “chorão”. É o que vê a vida como um terremoto: o chão ameaçando a abrir, o mundo caindo sobre ele. Corre desesperado para lugar algum ao encontro do nada. Não devemos receber esses estados depressivos, com a idéia de que estaremos ajudando o Irmão a
carregar seu fardo.
A rigor, o amor fraternal deveria estender-se a toda a humanidade; no entanto, ainda não estamos preparados para isso.
Há, também, o “desagregador”, criador da discórdia e do sofrimento. Sua atmosfera mental fica carregada de uma força destruidora. Vai à Loja dominado por sentimento de angústia, de obrigação institucional, com ódio, melindres e ressentimentos para gerar culpa ou acusações ou tentar criar tensões nos demais e jamais se entender com os que divergem de suas opiniões. Planta a semente da desintegração nos que são suscetíveis às suas influências. Sua mente se torna como que uma nuvem escura que encobre a luz e o poder da verdade. Ele abafa sua alma com pensamentos maus. Regozija-se com o mal de seus irmãos, pois, no seu orgulho, imagina que o não afetará. Aqueles que se deixam fascinar pelas suas falsidades, não podem ver a verdade e são levados a crer que o falso é justo, que só a vontade egoísta triunfa. Suportar este tipo de Irmão em Loja não é aconselhável, pois ele está tirando o valor da vida dos Irmãos e impondo a sua. Não os condenem, esses por si se destroem.
Outro problema na Loja maçônica são Irmãos “Cometas” com aparições inesperadas, trocam a festa, a TV, o passeio, a viagem, pela tarefa que assumiram livremente. Quando o Venerável lhes cobra comportamento responsável, zangam-se. O argumento usado é que eles dão a sua colaboração à Loja e têm o direito de comparecer quando lhes convier. Afinal, trabalham de graça e têm seus compromissos particulares para atender. Se o dirigente for rigoroso, é comum que se afastem da Oficina, procurando abrigo no pedido de licença ou até do quite placet. É da máxima importância que todos aprendamos a conhecer o poder dos que podem causar males, assim como para fazer o bem.
Estamos todos sujeitos a cometer erros. Ninguém alcançou a alta posição em que se ache tão livre do erro, que possa julgar com retidão todas as causas que levaram seu Irmão ao erro, e quando alguém chega a esse estado, não condena; compadece-se das condições limitadas de seu Irmão e procura fazer-lhe mais fácil a vida pela alegria e a bondade. Perdoemos nossos erros, pois até o direito de errar é sagrado, desde que corresponda ao intransferível dever de assumir a consequência do que se praticou.
Saibamos reconhecer os nossos defeitos para vencê-los. É ao estudarmos o que nos desagrada em nossos Irmãos que chegaremos a eliminar os nossos defeitos, que são muitas vezes semelhantes. Isto nos incitará à benevolência. Sejamos tolerantes para com as opiniões e os atos dos nossos semelhantes. Aprendamos a perdoar as ofensas que nos são feitas. Não tenhamos senão sentimentos, atos e pensamentos positivos.
Esqueçamos nossas desavenças, nossas dificuldades, passemos ao entendimento mútuo, e nos irmanemos em torno do bem e da tolerância.
Autor: Ir∴ Valdemar Sansão • M∴ M∴

 

Mistérios da Maçonaria

O título deste artigo encerra em si uma dualidade proposital. Por um lado, pode ser tomado como irônico, pois faz uma alusão à forma sensacionalista como a maçonaria repetidamente é tratada por grande parte dos meios de comunicação de massa – como ‘misteriosa’, cheia de segredos e símbolos estranhos. Entretanto, a maçonaria de fato encerra em sua filosofia antigos mistérios, revelados apenas aos seus membros.

Por incrível que pareça, em pleno ano de 2010 muita gente ainda não faz idéia do que é a maçonaria, a despeito das toneladas de informação sobre essa instituição que circulam nas livrarias e, em maior volume ainda, na internet. Muitos acham que ela é uma sociedade secreta, embora funcione em prédios nas principais avenidas das cidades e tenha personalidade jurídica constituída normalmente, como qualquer outra organização. Outros acreditam em toda aquela bobagem de satanismo, gerada por uma combinação perigosa de falta de informação e intolerância. A maçonaria segue então com seu estereótipo misterioso para a maioria da população, atmosfera reforçada notadamente pelo caráter privativo de suas reuniões, que acontecem literalmente a portas fechadas.
Mas que mistérios serão esses que a maçonaria supostamente esconde das massas? Para entendermos melhor, faz-se mister uma compreensão mais profunda da palavra ‘mistérios’. O dicionário Michaelis lista vários significados para este vocábulo. A maioria é relacionada com ’segredo’ ou ‘algo de difícil compreensão’. Outras conotações surgem dentro do escopo religioso, especialmente o cristão. Mas a mera significação não é suficiente para entender a magnitude do conceito maçônico deste termo. Para isto, vamos pedir ajuda à filosofia, em particular, à filosofia do mundo antigo, que é a origem de muitos dos conceitos usados e estudados na maçonaria até hoje.
No antigo Egito e Grécia, sábios criavam centros de instrução onde candidatos que quisessem participar deveriam provar seu merecimento antes de serem admitidos. Este processo para o acesso chamava-se iniciação, e os centros chamavam-se escolas de mistérios. O faraó Akhenaton, que iniciou seu reinado no Egito por volta do ano 1.364 a.C., e Pitágoras, filósofo e matemático grego nascido em 570 a.C., foram exemplos de pensadores que fundaram tais escolas. Os ensinamentos eram repassados em um ambiente privativo, longe dos olhos e ouvidos das massas, e versavam sobre ciências (matemática, astronomia, etc), artes, música e ainda religião e espiritualidade. O próprio Cristo mantinha um círculo interno de discípulos – os doze apóstolos – a quem ensinava sua doutrina com maior profundidade. Quando falava para as massas, Jesus usava uma linguagem mais simples, em forma de parábolas, para facilitar o entendimento. Disse Ele: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas” (Mateus 7:6), em uma clara referência de que nem tudo é para todos.
Hoje em dia, muitos dos conhecimentos destes antigos grupos continuam sendo ensinados, mas os locais não são mais ocultos. A antiga sabedoria dos iniciados deu origem a muitas das disciplinas comumente ministradas nos colégios e universidades. Graças às escolas de mistérios, a ciência se desenvolveu, mesmo nos períodos mais negros da história, e chegou em um nível de complexidade que, certamente, para os antigos seria visto como, no mínimo, surpreendente – talvez até inimaginável.
Portanto, concluímos que os mistérios mencionados no simbolismo maçônico são um corpo de ensinamentos, repassados aos seus membros de forma tradicionalmente inspirada nos antigos métodos das escolas de mistérios. É certo que há uma corrente dentro da maçonaria que defende que essas escolas eram, na verdade, a própria maçonaria em sua forma primitiva; entretanto, estas suposições carecem de comprovações históricas e a maioria dos autores modernos tende a concordar que a maçonaria, na verdade, herdou o método antigo, tornando-se depositária de sua sabedoria.
Mas se a explicação da origem desses mistérios é simples assim, por que a maçonaria não permite então que qualquer pessoa adentre seus templos e compartilhe desse conhecimento? Qual o sentido das portas fechadas, dos rituais e dos símbolos desenhados nas fachadas de seus prédios e vestes de seus membros? A resposta é, novamente, a tradição. Os maçons formam um grupo muito antigo, cuja origem histórica deu-se em uma época tumultuada e confusa da humanidade – a idade média. Nessa época, as monarquias, geralmente aliadas ao clero, não estavam dispostas a dividir seu poder de influência com mais ninguém. Assim, a perseguição a grupos considerados subversivos tornou-se uma obsessão, resultando no assassinato de centenas de milhares de pessoas. A chamada ‘caça às bruxas’ era um mecanismo de controle pelo medo, e a religião, através da manipulação dos conceitos das Sagradas Escrituras, exercia um domínio da sociedade extremamente eficaz. Some-se isso ao fato da maioria do povo não saber ler nem escrever, e pronto: estava formado o panorama perfeito para a instalação de uma tirania. Os maçons e outros grupos de pensadores, como os rosacruzes, tiveram que ocultar seus conhecimentos e manter suas opiniões em segredo – nessa época, as ordens iniciáticas eram mesmo sociedades secretas, cuja sobrevivência dependia do grau de invisibilidade que eram capazes de manter na sociedade dominada pelo poder virtualmente ilimitado dos déspotas políticos e religiosos.
Hoje a maçonaria não tem mais a necessidade de ocultar suas atividades. Aliás, na grande maioria dos países que substituíram os regimes absolutistas pela democracia, os maçons estavam entre as fileiras dos responsáveis por tais mudanças. Acontece que, sendo a ordem maçônica uma instituição que preza muito por sua própria história, mantém ainda sua tradição herdada das escolas de mistérios, onde o candidato a tornar-se maçom e ser recebido em uma loja deve provar ser merecedor de tal aceitação. Mas iniciação hoje adquiriu um caráter simbólico e já não repete os penosos sacrifícios da antiguidade. Para se ter uma idéia, na já mencionada Escola Pitagórica, o recém-admitido não poderia proferir uma só palavra por cinco anos. Cinco anos no mais absoluto silêncio! Práticas como essa ficaram para trás, e a ordem nunca esteve tão aberta como atualmente. Praticamente toda loja maçônica conta com uma página na internet, onde divulga textos e fotos de suas atividades. Muitos maçons fazem questão de salientar sua condição, ostentando anéis, pingentes ou broches com emblemas. E aquele que demonstrar interesse em entrar, tem toda a liberdade de conversar com um maçom conhecido e declarar seu propósito de fazer parte da ordem. É válido ressaltar que, apesar de práticas mais radicais terem sido deixadas de lado, o processo de admissão ainda é bastante rigoroso, pelo simples fato de que, para a maçonaria, o importante não é a quantidade de membros e sim a qualidade destes. Depois de uma conversa explicativa inicial, sindicâncias e entrevistas são conduzidas por maçons experientes, no intuito de avaliar o grau de interesse verdadeiro, bem como as qualidades de um ‘homem livre e de bons costumes’, além da crença em um Ser Supremo – prerrogativa obrigatória para a concretização da afiliação.
Tendo desenvolvido uma filosofia e método próprios de instrução ao longo dos anos, a maçonaria tem mantido seu caráter simbólico e iniciático através dos séculos. A beleza de ensinar e aprender através de alegorias é algo que, atualmente, só pode ser vivenciado no interior de uma loja maçônica. A história da ordem e sua sabedoria está encerrada em seus rituais e suas lendas, que são passadas de maçom para maçom, da maneira antiga – por via oral. No interior de templos ornados com símbolos arcanos, homens que se tratam uns aos outros como irmãos buscam lapidar seus espíritos. Os pedreiros de hoje erguem edifícios simbólicos, cujos tijolos são as virtudes humanas, solidificadas em nossas atitudes diárias com a argamassa do estudo diligente e da perseverança no trabalho.
Muita coisa já foi desvelada, em livros e revistas abertos ao público, até mesmo propositalmente, para permitir que o preconceito dê lugar à compreensão nas mentes das pessoas. Mesmo o interior dos templos pode ser visitado com certa frequencia por não-membros nas sessões públicas. Mas ainda há verdades ocultas para serem vislumbradas. Porém, ao contrário do que o senso comum imagina, elas não estão escondidas por códigos, escritas em livros ou desenhadas em símbolos; a descoberta do verdadeiro segredo da maçonaria acontece mesmo é no silêncio do coração de cada maçom, de acordo com sua própria evolução mental e espiritual, com desdobramentos que influenciam sua vida e as vidas das pessoas que o cercam – e isso é, verdadeiramente, o grande mistério da ordem.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O poder do entusiasmo

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Existem duas coisas básicas que mais contaminam o ser humano: uma é o entusiamo e a outra é a falta dele...

Existem duas coisas básicas que mais contaminam o ser humano: uma é o entusiamo e a outra é a falta dele. Estamos sempre correndo atrás do sucesso, mas nem sempre o conseguimos. Valorizamos demais os nossos problemas e assim conseguimos as desculpas que precisamos para justificar nossa falta de ânimo jogando a culpa nos outros, na crise, na inflação, na família, etc. Encaramos tudo como problema e não como desafios.
Na verdade, o que não sabemos é usar a automotivação, e aí ficamos na dependência dos outros para valorizarem nossas ações, ficamos naquela de "ninguém me ajuda"...Simplesmente desconhecemos que "não é o sucesso que traz o entusiamo e sim o entusiamo é que traz o sucesso".
Ao analisarmos as pessoas vitoriosas chegaremos à conclusão de que a razão do sucesso está muito mais no entusiamo do que nos recursos para realizá-lo, pois o entusiamo tem a força de transformar as coisas e criar os recursos necessários.
Em qualquer profissão as pessoas entusiasmadas são as mais bem sucedidas. São elas que melhor enxergam as oportunidades e contagiam favoravelmente as pessoas e o ambiente. Entretanto, é necessário saber separar o entusiamo inteligente, justo e perfeito, de um otimismo infantil e teimoso que afasta o profissional da realidade. Aquele que é só otimista, torce para dar certo e fica esperando as coisas melhorarem, e o que é entusiamado faz as cosias acontecerem.
Nossa vida é uma grande caminhada, onde a estação futura é determinada pelo passo presente, e os obstáculos são apenas desafios que colaboram na nossa evolução. Fugir deles é o mesmo que querer retardar esse processo.
A palavra entusiasmo vem do grego que significa "Deus interior" ou "sopro divino". Acreditavam os gregos que quando houvesse uma boa colheita, as pessoas estavam tomadas pelo deus da agricultura e esse raciocínio era aplicado nas artes, na caça, na música e em todas as atividades do homem.
Os gregos tinham razão. O entusiasmo é a mais nobre manifestação divina sobre o ser humano, os olhos brilham e os desafios ficam excitantes, mas nóes, pobre mortais, nem sempre entendemos isso e preferimos ficar deprimidos aguardando que alguém nos alerte de nossa mesmice como seu deu com Pedro quando o Cristo lhe advertiu:
"Vai, Pedro, avança para as águas mais profundas e lança tuas redes...", ao que ele respondeu: "Mestre, pescamos a noite toda e nada conseguimos, mas confiante na Tua palavra, tentaremos de novo...", e, assim, pegaram tantos peixes que quase afundaram duas canoas...(Lucas 5:4 a 6).


  

Aprenda a ler em público

Aprenda a ler em público



A maioria não se dá conta de como deverá se dedicar para ter o domínio total da técnica da leitura. A não ser que você já tenha alguma experiência, precisará de pelo menos cinco horas de exercícios para desenvolver uma leitura de boa qualidade...
Muitas pessoas acham que ler em público é simples, já que basta transmitir o texto que está pronto no papel. Posso garantir, entretanto, que a leitura se constitui na técnica mais difícil e complexa para o orador comunicar uma mensagem.
Ao longo dos últimos 30 anos, tenho treinado pessoas das mais diferentes atividades para falar com desembaraço e confiança diante da platéia. Essa experiência me permitiu constatar que é muito raro encontrar alguém que saiba ler em público de maneira correta e eficiente.
A maioria não se dá conta de como deverá se dedicar para ter o domínio total da técnica da leitura. A não ser que você já tenha alguma experiência, precisará de pelo menos cinco horas de exercícios para desenvolver uma leitura de boa qualidade.
Ao pesquisar os motivos que levam as pessoas a ter tanta dificuldade com essa técnica de comunicação, entre as causas mais relevantes pude observar duas que se destacam:
A primeira é que a maioria teve poucas chances de ler em público. Se você pensar bem, vai concluir que falamos de improviso desde o primeiro ano de vida. Entretanto, as chances de ler em voz alta diante de um grupo de ouvintes são bem mais reduzidas. Alguns passam a vida toda sem nenhuma oportunidade de ler em público
A outra causa é que além de, normalmente, as pessoas não terem experiência suficiente para ler em público, quando precisam recorrer a esse recurso de comunicação se apresentam sem critérios técnicos adequados.
Embora a técnica seja complexa e exija treinamento, as orientações que você deve seguir para aprender a ler bem em público são bastante simples.
Cuidado - comece agora mesmo a se aprimorar na leitura em público. Se você esperar o momento em que tenha necessidade de ler, talvez a circunstância impeça que se prepare de forma conveniente.
Observe quais os pontos mais importantes para tornar a leitura em público eficiente:
Mantenha contato visual com os ouvintes
Tenha em mente que a mensagem deve ser transmitida para os ouvintes. Por isso, não fique olhando para o texto o tempo todo, como se estivesse conversando com o papel. Durante as pausas prolongadas e nos finais de frases, olhe para os ouvintes e demonstre com essa atitude que as informações estão sendo transmitidas para eles.
Cuidado também para não olhar sempre para as mesmas pessoas. Distribua a comunicação visual olhando ora para um lado, ora para outro. Assim, todos se sentirão incluídos no ambiente.
Uma boa dica para você não se perder, enquanto olha para os ouvintes, é marcar a linha de leitura com o dedo polegar, pois ao voltar para o texto saberá exatamente onde parou.
Outro defeito que aparece com freqüência é o de tirar os olhos do texto, mas em vez de olhar para os ouvintes o orador olha para o teto, revirando os olhos como se estivesse em transe.
Mantenha o papel na altura correta
Se você deixar o papel muito baixo, terá dificuldade para enxergar o texto. Se, entretanto, deixar muito alto, esconderá seu rosto da platéia. Por isso, procure deixar a folha na parte superior do peito, para ler com mais facilidade e não se esconder do público.
Considere também que, se o papel estiver muito baixo, você terá que abaixar muito a cabeça para ler e levará muito tempo para retornar, olhar e ver as pessoas. Deixando a folha na parte superior do peito, bastará levantar um pouco a cabeça para tirar os olhos do texto e já estará mantendo a comunicação visual com os ouvintes.
Falando em não abaixar a cabeça, ao digitar o texto procure usar apenas os dois terços superiores da página, deixando o terço inferior em branco. Esse cuidado permitirá um contato visual mais tranqüilo e suave, já que para ver as pessoas bastará apenas levantar os olhos, sem movimentar muito a cabeça.
Faça poucos gestos
Se a gesticulação na fala de improviso, sem papel nas mãos, deve ser moderada, na leitura, essa moderação dos gestos deve ser ainda maior.
Exceto nos casos em que a mensagem exigir expressão corporal mais ativa, como nas circunstâncias de grande emoção, ao ler uma página, de maneira geral, você poderá se limitar a meia dúzia de gestos.
É melhor que você faça poucos gestos, que destaquem as informações mais relevantes com convicção e firmeza, do que demonstrar hesitação e insegurança soltando repetidamente a mão do papel e retornando depressa, como se estivesse arrependido de ter feito aquele gesto.
Como a falta dos gestos não trará tanto prejuízo ao resultado da apresentação, se você for muito inexperiente e encontrar dificuldade para gesticular, será melhor que não gesticule. Fique o tempo todo segurando a folha com as duas mãos.
Aqui você poderia perguntar: mas, Polito, se a falta do gesto não prejudica tanto o resultado da leitura, por que gesticular? A falta do gesto não prejudica a apresentação a ponto de comprometer o objetivo da mensagem, mas é evidente que gestos harmoniosos, coerentes e expressivos serão importantes para tornar a leitura ainda mais eficiente.
Em outras palavras. A gesticulação na leitura é boa. Mas, enquanto você não souber gesticular, é melhor não correr riscos.
Faça marcações
Pequenas marcações no texto podem facilitar a interpretação da mensagem. Use, por exemplo, traços verticais antes das palavras para indicar o momento de fazer pausas mais expressivas, e traços horizontais embaixo das palavras que mereçam maior destaque.
Observe que essas marcações não coincidirão necessariamente com a pontuação gramatical. Por exemplo, nessa frase que você acabou de ler, se você fizesse uma pausa depois da palavra 'marcações', poderia dar mais expressividade à leitura.
E se você tremer?
Até oradores muito experientes chegam a temer quando precisam ler diante do público. Se você também costuma sentir tremores nas mãos, uma boa saída é usar folhas de gramatura mais encorpada. Somente pelo fato de saber que, com as folhas mais grossas os pequenos tremores não serão percebidos, você irá se comportar com mais tranqüilidade e, provavelmente, não tremerá.
Não se canse de treinar
Você não pode ter preguiça para treinar. Para exercitar, selecione textos de jornais ou de revistas, faça marcações para ajudar na interpretação e treine com auxílio de uma câmera de vídeo - na falta desse equipamento, faça os exercícios na frente de um espelho. Dê atenção especial às pausas expressivas, à comunicação visual e aos gestos.
Um texto para ser bem lido e interpretado necessita de pelo menos quinze ensaios, pois somente aí é que conseguirá soltar-se do papel com tranqüilidade e se comunicar de forma eficiente com os ouvintes. Não se esqueça, entretanto, de que para você ter domínio total da técnica precisará daquelas cinco horas que comentei no início.
Cuidado também para não ensaiar muito a ponto de decorar a mensagem e se esquecer de olhar para o papel. Se este fato ocorrer, diante da platéia, pelo menos finja que está lendo.
Situações em que a leitura é recomendável
A leitura deve ser reservada para circunstâncias especiais como:

Pronunciamentos oficiais
Textos muito técnicos que não possam conter erros
Discursos de posse de presidentes de entidades, pois esse é o momento em que apresentam as bases da sua administração e não devem, portanto, improvisar
Discursos de despedida de presidentes de entidades, pois ao deixar o cargo, de maneira geral, fazem um levantamento das suas realizações
Agradecimentos de homenagens feitas a grupos, especialmente quando a mensagem representar a filosofia das pessoas, ou o discurso tiver de ser distribuído para a imprensa
Discursos de oradores de turma, pois nesse momento estão representando a vontade de todos os colegas formandos


Autoconhecimento

"Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses."

A mensagem acima foi escrita há muito tempo em um Templo consagrado ao deus Apolo, em Delfos, na Grécia. É atribuído ao sábio filósofo Sócrates. Encerra uma grande verdade conhecida pelos mestres hermetistas. A verdade de que somos uma expressão individualizada e limitada do Universal, encerrando em nosso íntimo uma parcela da natureza de Deus. Como um microcosmo, refletimos em proporção limitada aos nossos pensamentos e sentimentos, o poder Criador Dele.
Esse é o princípio em que se baseia a maioria dos pesquisadores dos segredos da alma humana.

Podemos traduzir a mensagem acima a uma linguagem mais atual nos seguintes termos:

Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os segredos do universo e a maneira de agir de Deus.

Quem alcançar um determinado grau de evolução espiritual, correspondente ao domínio e conhecimento de si mesmo entenderá o sentido profundo e maravilhoso destas palavras.
"Buscai e encontrareis".
A busca por sabedoria, evolução e conhecimento acabam sempre levando o homem em um determinado momento ao centro de tudo: seu próprio eu.
Conseqüentemente, inicia-se uma busca por um tipo de conhecimento cujo domínio e Compreensão, podem trazer luz e direção à nossa vida. Trata-se do autoconhecimento; ou seja: o conhecimento de si mesmo. A partir do momento em que o homem desperta para a necessidade dessa busca interior, inicia-se uma verdadeira jornada em sentido vertical rumo à evolução do seu ser. A conseqüência disso se traduz em uma melhoria consistente em sua vida como um todo. Melhora-se a auto-estima e tende-se valorizar a vida. Isso, no entanto, pode ser prejudicado se o caminho escolhido é limitado por algum tipo de sectarismo místico-religioso radical que tira a liberdade de escolha do iniciante. Por isso, frisamos que o primeiro passo para a aquisição de uma consciência de si mesmo mais evoluída e livre de incisões ideológicas impostas por terceiros, consiste em uma busca assídua por conhecimento, através do estudo da experiência humana em todos os tempos sem se deixar levar pelos preconceitos de natureza filosófica, mística ou religiosa.
A busca por autoconhecimento, assim como todas as coisas em nosso caminho, jamais será em vão. Pode começar de muitas formas, mas ao final nos encontraremos em um local onde a verdade se manifesta em plenitude.
Acreditamos que todo ser humano é um eterno aprendiz mergulhado nos infindáveis mistérios da criação. Ninguém é dono da verdade. Por isso; a prática do autoconhecimento não pode jamais estar vinculada, unilateralmente a uma determinada corrente de pensamento; seja esta de fundo místico, ideológico ou religioso.
O aprendiz deve ser crítico e estar disposto a separar com sabedoria o joio do trigo, com muito cuidado. Somente através da busca constante da sabedoria, somos capazes de penetrar no mais secreto e oculto de todos os mundos - nosso eu interior –e descobrir o maior de todos os tesouros escondidos debaixo dos céus. Trata-se da centelha divina que trazemos dentro de nós que nos torna capazes de refletir aqui na terra, uma pequena fração do poder e da glória do Grande Criador do Universo e transformar nossa personalidade para melhor mediante o desenvolvimento da espiritualidade. E aprender que, mudando a nossa personalidade para melhor, tudo à nossa volta se torna também melhor, exatamente como os velhos sábios ensinaram em escritos antigos de alquimia. Diziam ter descoberto a pedra filosofal com a qual se pode transformar qualquer metal em ouro.
Porque quando se lapida a alma com todo labor e persistência, eliminam-se as escórias de nossa personalidade, representadas simbolicamente pelos metais inferiores e surge polido e purificado o ouro espiritual ou a pedra filosofal dos antigos alquimistas; ou ainda a pedra angular descrita na Bíblia, já que ambos significam a mesma coisa.
O conhecimento da Arte Real pode ser estudado, mas não pode ser assimilado sem que seja devidamente incorporado à personalidade através de uma prática metódica e constante.
A partir de então, conscientizei-me de que a fé é um poder tremendo que qualquer pessoa pode utilizar para a realização dos seus propósitos, independente da sua religião ou crença.
Pode ser utilizado tanto para edificar a espiritualidade, objetivo maior da vida humana, como para atingir objetivos puramente materiais.
Entretanto, aqui está a diferença entre o profano e o iniciado: Quem utilizar esse imenso poder original de Deus para coisas mesquinhas ou negativas pode descer aos abismos infernais de acordo com a lei universal de ação e reação porque não a usou com sabedoria. Quem usar o Poder Divino com cuidado e sabedoria, pode ascender aos céus inefáveis da consciência espiritual.
Utilizar os segredos da 'Ciência Incomunicável' com sabedoria consiste simplesmente em utilizar o nosso poder criador para desenvolver os nossos dons inatos e para a realização de nossos ideais sublimes na vida.
Todos têm um nobre ideal na vida. Cada um possui dons que lhe são inerentes. Estes são os modos pelos quais se manifesta a grandeza e a vontade de Deus entre os homens.
O poder criador é a centelha divina que trazemos dentro de nós que nos torna capazes de refletir aqui na terra uma pequena fração da força e da glória do Grande Arquiteto do Universo.

Ingresso na Maçonaria

Imagino tua perplexidade ao convite que te fiz. Afinal, não dispor de nenhuma informação sobre o grupo a que estás convidado a ingressar deve causar um desconforto e muita curiosidade...
Caro Amigo:
Imagino tua perplexidade ao convite que te fiz. Afinal, não dispor de nenhuma informação sobre o grupo a que estás convidado a ingressar deve causar um desconforto e muita curiosidade.
Pensando nisto é que me animo a te escrever algumas linhas. Elas não irão desvendar mistérios que existam ou que imaginas, até porque em aceitando o convite é que irá, pelo teu esforço, trabalho e estudo, pessoalmente desvendá-los.
Para facilitar teu entendimento, abordarei em tópicos o que pretendo, e posso te anunciar.
PERFIL DO GRUPO
Historicamente a sociedade humana tem se organizado por grupos de interesse: religiosos, políticos, econômicos, etc… Ao mesmo tempo em que um ou mais de um determinado interesse caracteriza um grupo, origina também antagonismo entre um grupo e outro.
A História é densa em exemplos de conflitos deste tipo. O próprio caráter religioso protagonizou embates e incoerências cruéis “em nome de Deus”.
Ora, que pensas de poder reunir homens que professam as mais variadas religiões, mas que aceitam “por acordo” denominar o Ente Supremo como sendo o Grande Arquiteto do Universo e que aceitem a partir deste ponto comum praticar a tolerância e nunca tentar impor a outrem sua religião e seus ritos? Já teremos aí dirimido um fator histórico de divisão entre os homens! Concordas?
Outro aspecto que te apresento para análise é a própria composição de um grupo. Normalmente eles são compostos por uma característica de afinidade entre seus componentes. Este de que te falo tem a proposta de multidisciplinaridade.
Sem que haja predominância de um matiz sobre outros se busca médicos, dentistas, engenheiros, professores, advogados, empresários, comerciários, operários. Enfim a tônica é que a possibilidade de troca entre seus componentes sejam propulsoras do aprimoramento individual e coletivo. No entanto, cuidado não imagine que haja uma forma ou receita para este aprimoramento. Já no início desta te alertei de que dependerá de cada um estar atento às situações de aprendizado e crescimento delas maximizar seus resultados.
Este aprendizado deverá chegar aos limites do Livre Arbítrio, portanto de uma maturidade instalada e instrumentalizada para estar permanentemente “à disposição” de atuar em prol de avanços, de progresso, de combate ao obscurantismo, de combate ao autoritarismo, em prol de direitos universais individuais e coletivos, em busca incessante de justiça. Deves estar pensando quão difícil é compor um grupo de homens que busquem estes princípios e que não estejam diferenciados e divididos na forma de buscá-los.
Pois bem, é necessário aí novo acordo! Já ouviste alguma citação do tipo “… sou totalmente contrário ao que pensas, mas defenderei com minha própria vida o direito que tens de pensar assim”? Pois este é o acordo! Independente da concepção política, econômica ou filosófica de um membro do grupo este respeita o direito do outro pensar diferente.
Este respeito é originado pela convicção do outro. Posso imaginar que meu irmão esteja enganado, mas parto sempre do pressuposto de que ele está convicto e ao defender o que pensa o faz honestamente. Portanto só posso pretender uma mudança pelo convencimento e para tanto deverei buscar a forma e os argumentos adequados.
Vês, assim é possível funcionar com harmonia um grupo formado de homens que pertençam: a partidos políticos diferentes, a times de futebol diferentes, a igrejas diferentes, a escolas de samba diferentes, etc…
Outra característica que deves conhecer é a de que estes homens se tratam com fraternidade e buscam apoiarem-se mutuamente para atingirem seus objetivos. Nada mais natural já que a luta de um é a luta de todos e em prol da sociedade.
Cuidado novamente é preciso deixar claro que este auxílio mútuo não se aplica a outros objetivos que não sejam comuns. Está aí uma diferenciação transparente e definitiva de grupos escusos e corporativos.
Através de caracteres próprios estes homens identificam-se em qualquer parte do mundo, reconhecem-se como irmãos e se tratam como tal.
IMAGEM EXTERNA DO GRUPO
Pelo que já conversamos até aqui podes imaginar quanto de superstição, de incorreções, de invencionices e de distorções são propagadas a respeito deste grupo.
Imagina quantos interesses foram desestabilizados pela ação de homens livres. Libertação de nações, lutas libertárias, movimentos abolicionistas, campanhas, etc…
A ação de homens livres carreou a ira e a reação de monarcas, governantes, igrejas e outros…
Portanto, a partir da ótica dos ameaçados de perder o poder discricionário era preciso combater, difamar e expor ao ridículo com informações que, incorretas, mas assustadoras, pudessem convencer a opinião pública mantendo-a atrelada ao discurso dos difamadores.
Convenhamos aos que dominam por crendice e engodo um grupo de homens livres, corajosos, libertários e coesos representava, realmente, um sério risco.
CARÁTER SECRETO DO GRUPO
Penso que quase seria desnecessário comentar que por tudo o que já conversamos é evidente que este grupo de homens não poderia andar circulando com crachá no peito em meio a tantos obstáculos que hoje ainda perduram e que em outros tempos foram muito mais perigosos.
Portanto, o grupo é fechado e não secreto. Suas ações e a identificação pública de alguns de seus componentes acontecem, quando acontece, vários anos ou décadas após os fatos. Até porque o anonimato é cultuado mais como uma virtude que uma omissão ou fuga.
Assim a entrada de um novo membro é por decisão dos demais que observando alguém e suas ações na sociedade convidam-no. Nunca alguém bate a porta e pede entrada. Isto funciona como um mecanismo de manutenção da qualidade de recrutamento e, portanto manutenção da homogeneidade do grupo.
FATOS ATRIBUÍDOS AO GRUPO E PERSONAGENS PÚBLICOS
Para que analises as parcerias a que estarás submetido e conheças algumas ações que nos são atribuídos posso citar: Revolução Francesa, Inconfidência, Independência do Brasil, República, Movimento Abolicionista no Brasil e no Mundo.
Entre personagens públicos posso citar:
SIMON BOLÍVAR, BENJAMIN FRANKLIN, GARIBALDI, GOETHE, THOMAS JEFFERSON, ABRAHAM LINCOLN, FRANZ LISZT, MOZART, SAN MARTIM, MARK TWAIN, GEORGE WASHINGTON, SALVADOR ALLENDE, NEILL ARMSTRONG, LORD BADEN POWELL, WISTON CHURCHILL, ALEXANDRE FLEMING, FRANKLIN D. ROOSEVELT, JOSÉPHINE BAKER, PROUDHON, JEAN MOULIN, FREDZELLER, MARIA DERAISMES, ESQUIROL, MARAT, MONTESQUIEU, VOLTAIRE, JOSÉ BONIFÁCIO, JOAQUIM GONÇALVES LEDO, TIRADENTES, BENTO GONÇALVES, RUY BARBOSA,…
Estes são apenas alguns, dos quais me recordo sem lançar mão de bibliografia.
AÇÃO PÚBLICA DO GRUPO
Diferentemente do que pensam muitos os grupos não age institucionalmente na sociedade. Com exceção de ações filantrópicas e educativas, sempre anônimas, todas as demais ações são individuais e reflexos da postura consciente e cidadã de cada membro, mesmo que outros membros do grupo estejam a apoiá-lo.
Lê-se que a independência do Brasil foi anunciada entre o grupo antes mesmo de D. Pedro I, dar o grito. Isto não significa, no entanto, que fosse uma ação institucional do grupo. Significa apenas que muitos de seus membros defendiam esta causa, tinham muitos outros a apoiá-los e estavam em posições estratégicas para levar adiante sua consecução.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bem, após toda caracterização, possível, é preciso que tenhas claro uma condição definitiva e importante. Este grupo é uma sociedade de HOMENS, especiais, mas HOMENS. Não é uma sociedade de SEMIDEUSES como muitos se imaginam e outros acreditam.
A condição humana, por mais que haja seleção, carrega contradições, imperfeições e isto se refletem nas ações individuais dentro do grupo. A humildade está em reconhecer estas deficiências e buscar um constante aprimoramento capaz de superá-las e atingir os objetivos a que o grupo se propõe.
Então? Estás mais seguro para tomar tua decisão? Espero que sim, pois até onde me é possível te explicitei minha visão a respeito e minhas convicções.
Deves ter entendido porque te faço o convite e o quanto espero ter-te como parceiro nesta proposta.

domingo, 18 de novembro de 2012

A Ordem Rosa Cruz e a Maçonaria

A Ordem Rosacruz e a MaçonariaPara saber-se as ligações entre a Maçonaria e a Ordem Rosacruz ou antiga e Mística ordem Rosae Crucis (AMORC) como preferem os seus adeptos, vamos fazer algumas considerações sobre essa Ordem. Rosacruz é denominação da fraternidade filosófica, que, de acordo com a tradição mais em voga, teria sido fundada por Christian Rosenkreuz e representa uma síntese do ocultismo imperante na Idade Média.

Harvey Spencer Lewis pretende, todavia, que rosenkreuz tenha sido, simplesmente, um renovador, já que a instituição remontaria ao antigo Egito, à época do faraó Amenophis IV. O rosacucianos, tem aceitado essa hipótese falseando, lamentavelmente a verdade histórica, pois, na realidade, essa fraternidade nasceu no período medieval, embora apresentando, em sua ritualística, muito do misticismo das antigas civilizações, como acontece com a maçonaria (muitos maçons também querem fazer crer que a Ordem Maçônica é antiguíssima e já existia no Antigo Egito e na Pérsia, o que é, verdadeiramente, uma heresia histórica). O rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosóficasreligiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão, alquimia etc. A primeira menção histórica da ordem daata de 1614, quando surgiu o famoso documento intitulado “Fama Fraternitatis”, onde são contadas as viagens do alemão Rosenkreuz pela Arábia, Egito e Marrocos, locais onde teria adquirido sua sabedoria secreta, que só seria revelada aos iniciados.

A Ordem nas Américas

Harvey Spencer Lewis, foi à pessoa que reaativou a AMORC na América do Norte, no início do século XX, já que ela havia existido anteriormente, onde algumas pessoas que se destacaram como Benjamim Frnklin teriam pertencido à mesma. Na ocasião a Ordem era ativa em alguns países da Europa, como Françã e Alemanha, mas com rituais diferenciados. Harvey Spencer Lewis ao trazer a AMORC para a América, não o fez sem antes estudar por mais de 10 anos suas raízes, o que permitiu mais tarde unificar todas as ordens no mundo, cuja essência fosse a mesma. A introdução do estudo à distância permitiu a rápida proliferação da AMORC e em 1915 ele tornou-se o 1º IMPERADOR, (se supremo da Organização), para a América do Norte. A unificação com a as demais ordens ocorreu no início dos anos 30, tornando-se Lewis o primeiro imperador mundial. No Brasil, os estudos foram introduzidos na década de 50, e o cargo supremo é ocupado por um grande mestre. O nome AMORC – Antiga e mística Ordem Rosa Cruz foi dado para diferenciar-se de outras ordens filosóficas de mesmo nome, mas com diferente essência.
O teólogo Johann Valentin Andréa, neto do também teólogo luterano Jacob Andréa, foi o homem que divulgou o rosacurcianismo. Andréa, que nasceu em Herremberg, no Werttemberg, em 1581, depois de viajar pelo mundo, retornou à Alemanha, onde se tornou pregador da corte e, posteriormente, abade. A sua principal importância, todavia, originou-se do papel que ele teve naquela sociedade alemã, que no princípio do século XVII, lutava por uma renovação da vida, com uma nova insuflação espiritual.
A popularidade alcançada por Andréa, entretanto, com a Societas Solis (Sociedade do Sol), a que ele procurou dar vida e a Ordem das Palmeiras, em que ele foi admitido aos 60 anos de idade, não se comparou à que ele conseguiu ao publicar o seu romance satírico “O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz”, que criticava, jocosamente, os alquimistas e as ligas secretas,numa época que, de maneira geral, era de desorientação, onde o ar andava cheio de rumores e a velha ordem religiosa desagregava-se. A partir de 1597, já aconteciam reuniões de uma liga secreta de alquimistas, que haviam ficado sem irradiações e sem significado espiritual. Foi então que a palavra Rosa-Cruz adquiriu, rapidamente, uma grande força atrativa, a ponto de, num escrito anônimo de 1614, chamado “Transfiguração Geral do Mundo”, ser incluído o conceito de “Fama Fraternitatis R.C.”,sem necessidades de ser escrito por extenso, pois ele já era bem entendido. Uma outra pequena obra, surgida um ano depois e chamada “Confessio”, publicava a constituição e a exposição dos fins que a Ordem era destinada.

O Herói Viveu 150 Anos, Extinguindo-se Voluntariamente

De acordo com o “Confessio”, a ordem Rosacruz representaria uma alquimia de alto quilate, na qual em vez das pesquisas sobre a Pedra Filosofal, era buscada uma finalidade superior,ou seja, a abertura dos olhos do espírito, através dos quais pudesse, o homem, ficar apto a ver o mundo e os seus segredos com mais profundidade.
As correntes dos alquimistas medievais, então, diante da necessidade espiritual da época,incrementada pela disposição de renovação e organização secreta, tomaram enorme vulto com o aparecimento do romance satírico de Andréa. O herói do romance é o Christian Rosenkreuz já descoberto pela “Fama Fraternitatis” e que já tinha, no século XIV, viajado pelo Oriente e, ali, aprendido a “Sublime Ciência”; teria ele segundo a lenda que lhe cercou o nome, voltado para a Alemanha, onde sua idéia foi seguida por muitas pessoas, até chegar aos 150 anos de idade, quando, cansado na vida, extingui-se voluntariamente. Andréa, no romance, aproveitou-se do nome que havia sido encontrado para ser a figura fundadora, mas o seu Rosenkreuz era velho e impotente, motivo pelo qual o seu casamento só poderia ser químico. Todavia, ele tem cultura e conhece muitos segredos, além de estar sempre ávido por conhecer outros, por esse motivo é que, em cera ocasião, como hóspede da família real, ele entra num quarto em que dorme Vênus; depois quando, como outros convidados, ao ser proclamado cavaleiro da
ordem da Pedra Dourada deve, de acordo com os estatutos da Ordem, repudiar toda a lascívia, torna-se público o seu erro. Assim, enquanto os outros vão embora, como cavaleiros da nova Ordem, ele tem que ali permanecer, na qualidade de porteiro, como castigo por ter descoberto Vênus.

A Mística Idéia da Rosa Provocou Grande Sedução

Com essa sátira, dirigida às sociedades secretas e à alquimia, Andréa havia desvendado tanto de positivo sobre a nova Ordem, que restou a impressão de que ela já existia, ainda que só como imagem literária. Pode-se notar, facilmente, que a Pedra Filosofal dos alquimistas (que transformaria os metais inferiores em ouro); além disso, o encontro dos convidados ao casamento, vindos de todas as partes do mundo, e a sua ligação dentro da nova ordem ilustram o desejo de dar corpo aos esforços no sentido de uma renovação espiritual da vida, valendo-se do sugestivo símbolo Rosacruz.
Esse símbolo, além de sugestivo, corresponde à ansiedade daquela época. Alguns procuraram relaciona-lo com as armas de Lutero, coisa que não pode ser facilmente aceita,pois ele poderia ser, nesse caso, relacionado, também, com as armas de Paracelso, convindo esclarecer que Andréa representou o seu Rosenkreuz com quatro rosas no chapéu, rosas essas que, desde a época de seu avô Jacob Andréa, adornavam as armas de sua família. Robert Fludd, considerado como o primeiro rosacruz da Inglaterra, diz que o nome da ordem está ligado a uma alusão ao sangue de Cristo, na cruz do Gol-gota; a mística idéia da rosa, associada à lembrança da cor do sangue e aos espinhos que provocam o seu derramamento, contribuiu, certamente, para dar à palavra, uma grande força de sedução. Além disso, muitos rosacruzes vêem, no emblema, um símbolo alquimista, concretizando uma ambigüidade muito comum aos símbolos. Os rosacruzes atuais tem uma interpretação bem mais mística a respeito da cruz e a rosa. A cruz representaria o ser humano, a parte material, enquanto a rosa representaria o ser imaterial, a alma, espírito ou corpo astral.

A Junção dos Sexos Leva Segredo da Imortalidade

Como a preocupação máxima dos alquimistas que se ligaram à Ordem Rosacruz era o segredo da imortalidade e a regeneração universal, o símbolo rosacruciano está relacionado com essa preocupação. Em botânica oculta, a rosa era uma flor iniciática, para diversas ordens religiosas, sendo, que, atualmente, a arte sacra continua a considera-la como símbolo da paciência, do martírio, da Virgem (Rosa Mística); no quarto domingo da Quaresma, em todos os anos, o para benza a Rosa de Ouro, que é considerada como um dos muitos sacramentais oferecidos pela Igreja, em sua liturgia. Em última análise, a rosa representa a mulher, enquanto que a cruz simboliza o sexo masculino, pois para os hermetistas, ela é o símbolo da junçaão da eclíptica com o equador terrestre (eclíptica é a órbita aparente do Sol, ou a trajetória aparente que o Sol descreve, anualmente, no céu); ambos cruzam-se no equinócio da primavera e no equinócio de outono.
Assim, a Rosa simboliza a Terra, como ser feminino, e a Cruz simboliza a virilidade do Sol, com toda a sua força criadora que fecunda a Terra. A junção dos sexos leva à perpetuação da vida e ao segredo da imortalidade, resultando, também, dela, a regeneração universal, que é o ponto mais alto da doutrina rosacruciana.

A Alquimia Evidencia uma Ligação Entre as Duas Ordens

Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assesemlhava-se à dos franco-maçons. Como a Ordem Rosacruz estava impregnada pelos alquimistas, como já vimos, Dara daí a ligação do rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e co-regente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve um grande incremento da Ordem Rosacruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo, apenas, exceção aos maçons o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas.
Ambas as Ordens são medievais,se for considerado o maior incremento da Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em Maçonaria dos Aceitos (também chamada, indevidamente, de “Especulativa”).Se, todavia, considerarmos o início das corporações operativas, em Roma, no século VI antes de Cristo, a maçonaria é mais antiga. Isso, é claro, levando em consideração apenas, as evidências históricas autênticos e não as “lendas”, que fazem remontar a origem de ambas as instituições ao antigo Egito. A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Já a Antiga e Mística Ordem Rosacruz dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosacruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como a maçonaria, é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como grau do ARTESÃO. O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da organização, o que também ocorre na maçonaria.

Da Regeneração e Imortalidade a Reformador Social

A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e roscrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosacruzes: ao 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º grau do Rito Moderno, ao 12º grau do Rito Adoniramita etc. O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a Segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao Grau 18 é perceptível no símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o sacrifício e a Rosa op segredo da imortalidade, que nada mais é do que o escoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a tipificação da transcendência da Grande Obra. A Maçonaria também incorporou, em larga escala, o simbolismo dos rosacruzes, herdeiros dos alquimistas, modificando, um pouco, o seu significado e reduzindo-o a termos mais reais.
Assim, o segredo da imortalidade da alma e do espírito humano, enquanto é aceito o princípio da regeneração só pode ocorrer através do aperfeiçoamento contínuo do homem e através da constante investigação da Verdade. O misticismo dos símbolos rosacruzes, todavia, foi mantido, pois embora a Maçonaria não seja uma ordem mística, ela, para divulgar, a sua mensagem de reformadora social, utiliza-se do misticismo de diversas civilizações e de várias correntes filosóficas, ocultistas e metafísicas.

O Simbolismo

Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente. Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do venerável mestre na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosacruz, na figura de um mestre instalado, que ocupa seu lugar no leste. A linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada somente no sentido horário, também é similar.

Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente. O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3 velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor. Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual. O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo. Algumas das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem caráter místicofilosófico. Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal, enquanto os aprendizes maçons recebem sua instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanos, enquanto que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.