sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Carta da CMSB

CARTA DE BELO HORIZONTE DA CMSB Imprimir E-mail
Escrito por Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil   
Qui, 31 de Julho de 2014 17:00
Após três dias de reuniões durante Assembleia Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, os 27 Grão-Mestres das Grandes Lojas brasileiras aprovaram, nesta quarta-feira, 30 de julho, a Carta de Belo Horizonte.
Carta-Belo-Horizonte
CARTA DE BELO HORIZONTE
A Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, instituição que congrega as Grandes Lojas Maçônicas de todos os Estados Brasileiros e do Distrito Federal, reunida na XLIII Assembleia Geral Ordinária, no período de 26 a 30 de julho de 2014, em Belo Horizonte-MG, manifesta-se, contundentemente, no sentido de:
CONCLAMAR
1. Os brasileiros, em especial os eleitores, para que, com vistas ao fortalecimento da democracia e para restituir a credibilidade na legítima representação política decorrente do exercício do voto:
- não vendam o seu voto;
- não votem em branco nem anulem seu voto;
- não votem em quem quer comprar seu voto;
- não elejam políticos antiéticos e de comportamento descomprometido com a moral;
- não apoiem candidatos oportunistas, interessados em enriquecer ilicitamente, no exercício de mandatos eletivos;
- acompanhem e participem, ativamente, das ações que têm sido empreendidas em favor da decência nas relações sociais.
2. Que os futuros mandatários atuem de acordo com os princípios constitucionais da legalidade, probidade e moralidade administrativa e, principalmente, mostrem comprometimento com a solução dos problemas do povo brasileiro;
REITERAR
Sua firme disposição de seguir participando das iniciativas destinadas a coibir a impunidade e erradicar a corrupção;
CIENTIFICAR
Às autoridades constituídas que as Grandes Lojas Maçônicas Confederadas continuarão adotando posturas junto à sociedade a fim de esclarecer o verdadeiro significado da cidadania, assumindo o compromisso de exercê-la em sua plenitude, utilizando-se, inclusive, dos meios de comunicação;
ALERTAR
À sociedade brasileira e aos entes estatais constituídos que patrocinará projeto de lei de iniciativa popular com o objetivo primordial de neutralizar a corrupção e erradicar a impunidade;
CONVIDAR
A população a aderir aos movimentos em curso, e aos que virão, visando o aperfeiçoamento das regras institucionais que legitimam e consolidam o Estado Democrático de Direito.
Belo Horizonte, Minas Gerais, em 30 de julho de 2014.
LEONEL RICARDO DE ANDRADE
Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais
e Presidente da XLIII Assembleia Geral Ordinária da CMSB
ETEVALDO BARCELOS FONTENELE – PGM
Secretário-Geral da XLIII Assembleia Geral Ordinária da CMSB
Pedro Luis Longo – PGM
Acre
Ivanildo Marinho Guedes
Alagoas
José Odair da Fonseca Benjamin
Amapá
Élzio Duarte de Andrade
Amazonas
Jair Tércio Cunha Costa
Bahia
Juvenal Batista Amaral
Distrito Federal
Sílvio de Paiva Ribeiro
Ceará
Aídes Bertoldo da Silva
Espírito Santo
Adolfo Ribeiro Valadares
Goiás
Bolivá Marques Vieira
Maranhão
Geraldo de Souza Macedo
Mato Grosso
Jordão Abreu da Silva Júnior
Mato Grosso do Sul
Geraldo Eustáquio C. de Freitas
Minas Gerais
José Nazareno Nogueira Lima
Pará
José Reinaldo Camilo de Sousa
Paraíba
Euclides Felipe
Paraná
Dimas José de Carvalho
Pernambuco
Pedro Alexandre de Carvalho Mota
Piauí
Luiz Zveiter
Rio de Janeiro
Roberto Di Sena
Rio Grande do Norte
João Otávio Cezar Lessa
Rio Grande do Sul
Juscelino Moraes do Amaral
Rondônia
Lindberg Melo da Silva
Roraima
João Eduardo Noal Berbigier
Santa Catarina
Ronaldo Fernandes
São Paulo
José Valter Rodrigues dos Santos
Sergipe
Izelmon de Sousa Barbosa
Tocantins
Fonte: JB News
 

domingo, 20 de abril de 2014

A Grande Caixa de Ferramentas


Após seu renascimento simbólico para a vida, todo maçom recebe do Grande Arquiteto do Universo uma bela caixa de ferramentas

Em princípio, essa caixa encontra-se vazia e, como é de se esperar, o Aprendiz ávido por conhecimento logo quer encher esta caixa, pensando erroneamente que isso lhe trará a sabedoria e o transformará em um ser humano melhor. Do que adianta o Aprendiz ter em suas mãos ferramentas formidáveis se seu coração e suas mãos não estão preparados para usá-las?
As três primeiras ferramentas que serão guardadas dentro desta caixa são a régua de 24 polegadas, o maço e o cinzel. Ouso dizer que a régua de 24 polegadas representa para nós, maçons, homens livres, pensantes e formadores de opinião, a retidão que devemos ter em nossas vidas durante as 24 horas do dia, medindo milimetricamente nossas ações, reações e decisões para sermos o mais justos possível com nossos semelhantes, profanos ou iniciados, mas acima de tudo filhos do Grande Arquiteto do Universo.
O maço e o cinzel são as melhores ferramentas que o Aprendiz Maçom recebe, pois, junto com elas vem um grande desafio, que é simbolicamente desbastar a pedra bruta de nosso coração, que consiste em livrar-nos de tudo aquilo que é prejudicial a humanidade: vícios, inveja, preguiça, indiferença, ignorância (em todos os sentidos), acomodação e intolerância. Ficaríamos a noite toda aqui listando estas asperezas e não as terminaríamos. Daí, minha conclusão da importância destas ferramentas.
Ainda sobre o maço e o cinzel, estas ferramentas nos acompanharão pela vida toda, a cada degrau que subirmos na Escada de Jacó, a cada grau, a cada cargo, insígnia ou decisão, só seremos justos e perfeitos se tivermos usado o maço e o cinzel desde o dia que eles nos foram apresentados pelo Irmão Primeiro Vigilante.
Sendo seres humanos, herdamos a dualidade, a opção entre o bem e o mal, o certo e o errado, qualidades formidáveis e defeitos terríveis, e somos colocados à prova disso toda hora, mas aquele que realmente trabalhou com o maço e o cinzel a vida toda, saberá adoçar suas palavras, colocar suas opiniões de maneira que não firam a honra de seus semelhantes, mesmo quando as opiniões tomam rumos e caminhos diferentes.
É totalmente salutar ao maçom expor seus pontos de vista, inclusive é uma de nossas obrigações maçônicas, não devemos nos acovardar em nossas opiniões, mas, repito, mais importante que nosso ego e nossas opiniões é realmente a harmonia, a paz e a busca por conhecimento que nos motiva a deixar nossa família, o aconchego de nosso lar, para encontrarmos a família que escolhemos em nossas oficinas.
Junto com esta formidável caixa de ferramentas, o Grande Arquiteto do Universo nos dá um cadeado inquebrável feito do material mais resistente que existe, dificílimo de ser encontrado: o caráter. Este cadeado trancará a caixa de ferramentas, quando as mesmas não estejam sendo usadas.
Para este cadeado, uma chave nos é confiada e com ela o maçom, dentro da oficina, o abrirá, utilizará as ferramentas da caixa, aprenderá a pensar, agir e falar de forma maçônica, medindo palavras, colocando o ego em último lugar, procurando sempre ser democrático, agindo de maneira que a loja não perca a harmonia e seja preferencialmente unânime em suas decisões.
É importante lembrar que a quebra da harmonia, da justiça e da perfeição da Loja não deve ser medida com base em debates, decisões, opiniões, discussões e votações, pois maçons verdadeiros sabem que isso pode ser feito de maneira elegante, cortez e salutar. Nossos belos rituais simbólicos não devem ser quebrados baseados em atos e palavras proferidas sem antes serem medidas.
Voltando à chave, o maçom deverá guardá-la em segredo, num lugar de difícil acesso, lugar íntimo e puro, situado no lado esquerdo do peito, o coração. É ali que o verdadeiro maçom guarda sua chave e só revela àqueles que pertencem à Ordem.
Somente os resultados dos ensinamentos adquiridos com a Arte Real, de utilizar os instrumentos e ferramentas, deverão ser repassados ao mundo profano, na forma de bons exemplos, atos e decisões justas no dia-a-dia.
Desta forma, trabalharemos para que num futuro próximo possamos ser pessoas melhores e nosso mundo ser melhor do que o dia em que nele chegamos, pois essa é a obrigação de todo aquele que ousou ser reconhecido maçom.

A Inconfidência Mineira e a Maçonaria, uma tradição inventada


Este artigo faz parte do esforço científico da revista Universo Maçônico em combater o obscurantismo e mitos que, infelizmente, contaminam a história da Maçonaria Brasileira. Vamos tratar aqui de um antigo debate travado em torno da relação entre a Maçonaria a Inconfidência Mineira. Realmente existiram maçons dentro do movimento inconfidente? Joaquim José da Silva Xavier, o famoso Tiradentes era maçom? Estas serão as perguntas basilares deste artigo.
A instituição maçônica foi fundada no Brasil apenas em 1801, doze anos após a conjuração. Desta premissa partimos para a primeira pergunta: a Inconfidência poderia caracterizar-se como um movimento maçônico se ainda não havia lojas no Brasil? De acordo com alguns autores, haveria, sim, centenas de maçons organizados em lojas, mas estas funcionavam clandestinamente, já que a ordem se encontrava proibida pela legislação portuguesa. Este fato explicaria a falta de documentos acerca da atividade maçônica durante o século XVIII.

Dentro da historiografia o relato que inaugurou o mito de que a Inconfidência possuía caráter maçônico partiu de Joaquim Felício dos Santos em sua obra Memórias do distrito diamantino da comarca do Serro Frio de 1924. Neste livro o autor afirma que a “Inconfidência de Minas tinha sido dirigida pela maçonaria, Tiradentes e quase todos os conjurados eram pedreiros-livres”. Surgiu a suspeita de que Tiradentes, que percorria o caminho dos currais rumo à Bahia, acabou, numa de suas viagens, tornando-se maçom.
Tiradentes se tornou ao longo do século XX o personagem mais popular do panteão brasileiro, adquirindo contornos heróicos hipertrofiados e status de mito político. É natural que a Maçonaria aproprie-se dele como elemento fundador. No entanto, não há qualquer prova documental que corrobore esse fato. Desta forma, em virtude da ausência de fontes podemos afirmar que Tiradentes não tem respaldo histórico para ser caracterizado como maçom. As suspeitas sobre tal característica do Alferes podem ser classificadas como invenções infundadas.
Muitos maçons, no entanto propuseram-se a escrever sobre este fato para desvendar sua “verdadeira” história e demonstrar o papel crucial da maçonaria na definição dos acontecimentos de 1789. Em geral, tais narrativas baseiam-se no fato de que a Inconfidência não foi um episódio regional. Tal movimento teria feito parte de um projeto internacional elaborado para tornar livres todos os povos oprimidos. A Inconfidência, a Revolução Francesa e a Independência Americana seriam expressões de um mesmo fenômeno: o do anseio revolucionário por independência, democracia e liberdade que sacudiu a Europa e a América por meio das atividades maçônicas.
De certa forma, estes três eventos podem sim ser correlacionados. O historiador Tarquínio José Barbosa ressalta que muitos estudantes brasileiros em Coimbra (Portugal) e Montpellier (França) iniciaram-se na maçonaria européia e trouxeram seus valores e idéias para o Brasil. Talvez, o registro mais concreto da participação da Maçonaria na Inconfidência Mineira seja exatamente o encontro do estudante carioca e inconfidente José Joaquim Maia com o Maçom norte-americano Thomas Jefferson, que, nesta época, era embaixador dos Estados Unidos na França. O encontro tinha por objetivo obter o apoio dos americanos à revolta que se articulava nas Minas Gerais.
O professor da UFMG Luiz Carlos Villalta ainda ressalta que as fontes intelectuais dos inconfidentes foram bastante ecléticas. Nisso eles se assemelharam aos maçons norte-americanos que fizeram a Independência dos EUA em 1776. Da Antiguidade Clássica, apropriaram-se de Virgílio: “Libertas quae sera tamen”, lema da bandeira imaginada. Beberam também das Luzes, representadas por Montesquieu, mas sobretudo por Raynal. Baseados neste autor os inconfidentes acreditavam que o Brasil poderia ser a colônia mais feliz do mundo se ficasse livre do monopólio comercial e se o fisco não fosse tão pesado.
Os americanos apelaram para o direito consuetudinário inglês e para as teorias políticas e sociais do puritanismo da Nova Inglaterra. Os inconfidentes operaram de modo análogo com as tradições culturais ibero-americanas, buscando socorro nas idéias da Segunda Escolástica que admitiam que era legítimo voltar-se contra um governo tirânico.
Desta forma, inconfidentes mineiros e os revolucionários maçônicos americanos possuíam uma aproximação intelectual. No entanto, enquanto a maçonaria talvez tenha sido o elo central da independência americana: Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e George Washington eram comprovadamente maçons, o mesmo não podemos afirmar de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga
e Tiradentes.
Assim, a narrativa da Inconfidência como um movimento maçônico propriamente dito pode ser denominada de “‘tradição inventada”, expressão cunhada por Eric Hobsbawm que indica a criação de um passado com o qual se busca estabelecer uma continuidade ininterrupta. Quando muito, através de documentos, podemos afirmar apenas que os inconfidentes procuraram o apoio e respaldo dos norte-americanos (maçons em sua maioria) para a sublevação mineira.

A História dos Ritos de Menphis - Miraim


A história dos Ritos de Misraim, Memphis, Memphis-Misraim é extraordinariamente confusa. Desde obscuras origens legendárias até as modernas correntes do Século XXI, quem tentar fazer uma história verídica corre o risco de ser extremamente parcial em função das fontes de dados, tão escassa.

A principais fontes de abastecimento de dados são os que oferecem as mesmas Obediências em suas páginas de Internet, mais o que aparece em alguns livros (escassos e difíceis de conseguir) sobre o Rito.
Por outra parte, os poucos historiadores que escreveram sobre estes temas tiveram que recorrer por sua vez as fontes de dados não validadas, que levantam fortes interrogações sobre os antecedentes deste Rito. Os livros proporcionam poucas imagens de documentos e o leitor que quer ser imparcial, observa que nada traz o conhecimento completo. Cada um posse uma parte do “Corpo de Osíris”. Talvez este seja o mistério da Maçonaria de Misraim e Memphis: o Iniciado deve reunir como um quebra-cabeça esotérico, os fragmentos de sabedoria espalhados por todo o mundo.

Então Podemos Dizer Que Assim Começa a História:

O Rito Primitivo

Em 1780, o Marquês de Chefdebien fundou o “Rito Primitivo” (em Narbonne, França).

Gad Bédarride

Em 1782, um misterioso “iniciador egípcio”, de nome místico “Ananiah” (“O Sábio”), de visita a Cavaillon (França), inicia Gad Bédarride. Este, por sua vez, inicia os seus filhos, que vêm a tornar-se nos principais difusores do Rito Egípcio naquele país.

O Rito dos Perfeitos Iniciados no Egipto

Em 1788, em Veneza, foi criado o “Rito dos Perfeitos Iniciados do Egipto, ou Rito de Misraïm”. Este Rito deu continuidade aos trabalhos iniciados por Cagliostro e funcionava com uma Carta Constitutiva que ele passara a um grupo protestante (os Socisienos) por ele iniciados no Rito Egípcio. Estes trabalhos foram difundidos em França por alguns Maçons que tinham participado na campanha de Napoleão no Egipto.

A Autêntica Tradição

1801 marca a data em que surgem numerosos ritos reclamando a autentica tradição egípcia e são constituídas muitas Lojas com esta finalidade.

A Grande Loja Francesa de Misraïm

Foi em 1810 que os três irmãos, Michel, Marc e Joseph Bedarride fundaram a Grande Loja Francesa de Misraïm, com poderes outorgados pelo Grande Comendador Italiano De Lassalle. Fiéis à tradição, enfatizaram na sua ritualística a história do primeiro rei do Egipto (detentor dos segredos da Ordem): Misraïm.

Samuel Honis e Marconis de Négre

Em 1815, também em França (Montauban), Samuel Honis e Marconis de Négre, cavaleiros templários iniciados pelo egípcio Ormuz, sacerdote de Memphis (convertido ao Cristianismo por São Marcos), fundaram uma outra obediência do Rito de Memphis.

O Rito de Misraïm

A primeira menção ao Rito foi feita em Veneza em 1788. Ele se difundiu rapidamente em Milão, Gênova e Nápoles e apareceu na França com Michel Bedarride, que recebeu o Grão-Mestrado em 1810, em Nápoles, do Irmão De Lasalle. De 1810 a 1813 os três Irmãos Bedarride desenvolveram o Rito na França, de certa forma sob a proteção do Rito Escocês. Ilustres Maçons pertenceram a ele, como o Conde Muraire, Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Duque Decazes, o Duque de Saxe-Weimar, o Duque de Leicester e o Tenente Coronel de Teste, entre outros.

O Rito de Memphis

A maioria dos membros que acompanharam Bonaparte na Missão do Egito eram Maçons pertencentes a antigos Ritos iniciáticos: Philalètes, Irmãos Africanos, Rito Primitivo e Grande Oriente de França. No Cairo eles descobriram uma sobrevivência gnóstico-hermética e no Líbano entraram em contato com a Maçonaria drusa, a mesma encontrada por Gérard de Nerval, remontando assim à Maçonaria “operativa” que acompanhava os seus protetores, os Templários. Conseqüentemente, os Irmãos da Missão do Egito decidiram renunciar à filiação maçônica vinda da Grande Loja da Inglaterra. E assim nascia em 1815 o Rito de Memphis , em Montauban, sob a direção de Samuel Honis e Marconis de Negre, com numerosas Lojas no exterior e personalidades ilustres em suas fileiras, como Louis Blanc e Giuseppe Garibaldi, ele que em breve se tornaria o unificador de Memphis e de Misraim.

História do Rito de Memphis-Misraïm

Essa Obediência Maçônica, que celebrou seu bicentenário em 1988, surgiu quando os dois Ritos, de Memphis e de Misraim, foram reunidos em 1881, por Giuseppe Garibaldi, que se tornou seu primeiro Grão-Mestre.
O Rito de Misraim foi fundado em Veneza em 1788. Sua filiação veio através de Cagliostro, que o erigiu com os Graus Menores da Grande Loja da Inglaterra e os Altos Graus da Maçonaria Templária Alemã.
O Rito de Memphis foi constituído em Montauban em 1815, por Franco-Maçons que em 1799 haviam participado com Napoleão Bonaparte da Missão do Egito. A esses dois Ritos foram adicionados os Graus Iniciáticos que vieram de Obediências Esotéricas do século XVIII: do Rito Primitivo e do Rito dos Philadelphos, entre outros.

O Rito de Memphis-Misraïm

Até 1881 os Ritos de Memphis e Misraim seguiam rotas paralelas e concordes, no mesmo clima particular. Os Ritos começaram então a agrupar Maçons interessados no estudo do simbolismo esotérico da Maçonaria, gnose, cabala e até mesmo no hermetismo e no ocultismo.
O Rito de Memphis-Misraim perpetua sua Tradição na fidelidade aos princípios de liberdade democrática e das ciências iniciáticas.

O Rito Oriental Antigo e Primitivo de Memphis

Em 1947, alguns maçons assumiram uma postura revivalista e insistiram em fazer ressurgir O Rito de Memphis (independentemente de continuar a existir o rito unificado de Memphis e Misraïm), com a designação de “Rito Oriental Antigo e Primitivo de Memphis”. Apresentaram-no como tratando-se de uma síntese de todos os ritos filosóficos, herméticos e alquimistas, e disseram ser uma continuação do Rito Primitivo de Philalethes.

Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraïm

Em 1959 foi criado o “Supremo Conselho Mundial das Ordens Maçónicas de Memphis e Misraïm”, agremiando todos os Ritos Egípcios antigos.
Em 1963, passou a existir somente a designação de «Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misraïm». A partir desta data surgiram Potencias (Soberanos Santuários) Nacionais, Continentais, Internacionais, e outros com Jurisdições definidas por idiomas (também com carácter internacional).
Memphis: Cidade do antigo Egito, situada no delta do Nilo. Ali foi criado o Rito por iniciados que estavam em contato com essa antiga civilização.
Misraim: Essa palavra é a forma plural de “egípcio”. O Rito aparece em Veneza, num grupo de socinianos. A patente constitucional foi dada por Cagliostro.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Fenômenos Estranhos


"Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem", dixit Cicero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II"Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem", dixit Cícero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II. Essa passou a ser a divisa do Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina do Porto que se tornou, ao tempo de J. A. Pires de Lima, um centro de estudos de teratologia descritiva. Que fazer dos nado-mortos, senão autópsias? Que fazer do conceito biométrico de anomalia, ou do conceito estatístico de normalidade?

É verdade. Para ver basta ter olhos. Olhar exige muito mais: é necessário discernir o visível de si próprio, distinguindo nele planos em profundidade e em largura, delimitar formas, observar mudanças e seguir movimentos. Olhar acaba por ser impôr objectivos ao visível e, pouco a pouco, a fazer dele objectos.
A ciência tal qual é. A ciência pura. Puros fantasmas ao serviço de. Agamben, ao fazer a genealogia do conceito de vida, conclui que em toda a medicina grega não há um conceito médico-científico, como se pensa, mas um conceito filosófico-político. "O homem é o ser vivo que não tem nenhuma vocação biológica, histórica, etc.. É um ser de potência que não se identifica com nenhuma figura determinada" (Guerreiro).
O fantasma da inquisição é a pureza da fé. Que destino tiveram os judeus e os ciganos, mas também os atrasados mentais e outras criaturas consideradas como desvios à "raça pura"? Onde nos levará o horroroso culto da uniformização em que todos temos de corresponder a um formato? A que fantasma serve a ciência? De que "vida" se ocupa? Que formas de eugenismo dissimula desde Francis Galton (1890/1962) que defende o apuramento da raça humana através de cruzamentos selectivos? (Agamben). Não teremos entrado há muito na projecção aterrorizadora de uma forma de eugenismo, não ideológico - aquele que designaria categorias de pessoas que não merecem viver - mas técnico? Não se terá a técnica separado da ciência que servia a Vida, que, essa, fala em verdade? Não estará o próprio discurso ético a alinhar-se com o discurso técnico, sob pretexto de caridade: fazer as coisas o melhor possível? Barbosa Sueiro fala, a propósito da anatomia, de "finalidade utilitária - mas de virtuoso utilitarismo".
"O monstro reflecte sempre uma determinada ordenação do mundo, seja este natural ou cultural. Eles são a ruptura da ordem em que cristalizam valores sociais e formas de conhecimento. Produz sentimentos e reacções contraditórias: medo, temor, asco, mas também prazer e lubricidade. Parte às vezes de uma cultura demonológica, outras vezes representação do exótico, do desconhecido, do estranho. Ou se manifesta de forma lúdica (lusus naturae), carnavalesca, ou transporta consigo o estigma da admonição (Deus Irae). O monstro não é só o negativo de formas variadas, mas também de graus diferentes de civilidade. Ambíguo, portanto (Mourão). O recurso à Antiguidade tem aqui alguma pertinência. A definição aristotélica de monstro (teras): "Aliás aquele que não se parece com os pais é já, de certa maneira, um monstro porque, neste caso, a natureza se afastou do tipo genérico" (Aristóteles). Um andrógino é um prodígio que publicamente deve ser exposto como sinal maléfico que o Estado deve fazer desaparecer. Levou tempo para que se passasse a uma outra atitude: interpretar o fenómeno como um erro da natureza, uma má-formação anatómica rara, mas explicável. Os seres dotados dos dois sexos serão vistos como um jogo da natureza, é o que Plínio o Velho explicitamente diz. A bixexualidade foi recebida primeiro como monstruosidade, ameaça, depois como fenómeno explicável e finalmente tolerado, recuperado como um "bem" de consumo (Bisson).
A norma anatómica (Sueiro, 1950) faz lei. "Monstra vero per excessum sunt", escreve Vandelli (1776). Porém, o normal foi sempre a crux da ciência. As normas são essenciais aos discursos que animam a vida social. A sua constituição esquemática explica o impacto afectivo que acompanha a sua aparição discursiva. A norma parece exigir uma boa distância, da parte das ocorrências que ela avalia, e que não devem tomar o seu lugar. As normas manifestam uma sensibilidade dupla, correspondendo a uma topologia com duas entradas (pouco/assaz/demasiado), que regula os comportamentos aproximativos, nomeadamente a imprecisão exigida, de todos os fenómenos normativos, do domínio da gramática ao da jurisdição. Mas, em último caso, na norma trata-se da estabilização do imaginário através da referência ao semelhante, mecanismo que caracteriza a identificação categorial e analógica, diz P. A. Brandt.
Não obstante, mesmo entre cientistas o conceito de norma está sujeito a discussão. Carlos May Figueira (1864) considera impossível aceitar a ideia de Pareo, segundo a qual haveria hermafroditas com dupla aptidão geradora. Geoffroy Saint-Hilaire (fundador da teratologia em bases científicas) tem a melhor classificação: "hermafroditas com excesso e sem excesso). Para Luís Guerreiro (1921) o corpus da anatomia é o corps - cadáver. E, no entanto, tudo isto é considerado Biologia.
É fácil identificar um monstro. É fácil idealizar a forma humana, as suas variações musculares. Para o naturalista a vida não tem mistérios, tão bem ele vê, tão bem educou o senso crítico. Não será então necessário bem ver para melhor compreender? Se não podemos negar ao corpo medical uma existência histórica, científica ou ideológica, é pelo menos necessário reconhecer que esse corpo não é todo o corpo (quer dizer o todo duma imaginação do seu real) e trabalhar pelo menos com o mínimo de imaginário com que Valéry tentava descobrir nele funções figurativas, ordens fantasmáticas.
Todo o discurso médico contemporâneo, higienista e moral, de que as bonecas de Pierre Spitzner são uma espécie de caricatura, apoia-se num catálogo desordenado das aberrações de imagens do corpo (Schefer). Para lá das aberrações iconológicas, é necessário notar que a "escrita" médica não tende a fazer significar algo ao corpo. E não se esqueça o seguinte: "From the point of view of the subject, the representation of the body, even when narrowly biological, is always an image of the self: identity, genealogical resemblance, cultural norm and configuration, etc.” (Abel)”. E todavia, haverá, no discurso dos saberes, discurso mais marcado por uma espécie de regularidade do fantasma (o do corpo como objecto, como labirinto, etc.) do que o discurso da medicina?

O Patrono da Ordem Demolay







O nome da ordem tem origem em um homônimo, Jacques Demolay, nascido na França em 1244, que aos 21 anos uniu-se à Ordem dos Cavaleiros Templários, também conhecida como Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.

Os Cavaleiros Templários foram uma organização sancionada pela Igreja Católica Romana em 1128, para proteger os caminhos que ligavam Jerusalém a Acre (atualmente corresponde à cidade de Akko, porto de Israel situado a Norte da Baía de Haifa, no Mediterrâneo). A Ordem dos Templários participou das cruzadas e ganhou renome por seu valor e heroísmo.

Com muitos nobres e governantes enviando seus filhos para unirem-se aos Templários, a Ordem também se tornara muito rica e popular por toda a Europa.

Em 1298, Jacques DeMolay, foi nomeado o Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários, posição esta de grande prestigio e poder. Como Grão-Mestre, no entanto, também estava em uma posição difícil. As Cruzadas não haviam alcançado seus objetivos. Os Sarracenos, não cristãos, haviam derrotado os Cruzados em uma batalha e capturado várias cidades e pontos geográficos vitais. Os Cavaleiros Templários e os Hospitaleiros (uma outra Ordem de Cavaleiros) foram os únicos grupos remanescentes do confronto com os Sarracenos.

Os Templários decidiram por se reorganizar e recuperar suas forças. Eles viajaram para a ilha de Chipre, esperando o suporte popular para uma nova Cruzada.

Todavia, ao invés do suporte popular esperado, os Templários atraíram a atenção de poderosos governantes, interessados na riqueza e no poder da Ordem. Em 1305, Felipe, o Rei da França, passou a dedicar-se a obter o controle sobre os Cavaleiros Templários. Até então, eles haviam sido controlados somente pela Igreja. Para prevenir um aumento do poder clerical, Felipe decidiu assumir o controle sobre a Ordem.

O ano de 1307 assistiu o início da perseguição aos Templários. Jacques DeMolay, juntamente com centenas de outros Cavaleiros, foi preso e atirado às masmorras. Por sete anos, eles sofreram torturas em padeceram nas condições desumanas do cárcere. Como os Templários não se acabavam, o Rei conseguiu forçar o Papa Clemente a condenar os Cavaleiros. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e foram dadas aos partidários de Felipe.

Durante anos de tortura, Jacques DeMolay continuou leal aos amigos e aos Cavaleiros. Ele recusou-se a revelar a localização dos tesouros da Ordem e a denunciar seus companheiros. Em 18 de março de 1314, DeMolay foi julgado por um tribunal especial. Como evidência, a corte baseou-se em uma confissão forjada, supostamente assinada por DeMolay.

Jacques DeMolay repudiou a confissão forjada. Pelas leis daquela época, o repudio de uma confissão era punível por morte. Outro Cavaleiro, Guy de Auvergne, assim mesmo, repudiou sua própria confissão e ficando ao lado de DeMolay. O Rei Felipe ordenou que ambos fossem queimados vivos naquele mesmo dia.

Apesar de tudo o que sofreu, DeMolay nunca renegou sua fé nem traiu seus companheiros, sendo, até hoje, considerado um exemplo de honra, lealdade e amizade.

domingo, 12 de janeiro de 2014

O Anjo Rebelde


No Período de Saturno, a Terra em formação era escura; Calor, que é a primeira manifestação do sempre invisível fogo, era o único elemento então manifestado; a humanidade embrionária era como mineral, o único reino inferior da vida evoluinte. Unidade era observada por toda a parte a os Senhores da Mente, que eram humanos, formavam uma unidade entre si.

Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental falamos do mais alto Iniciado do Período de Saturno, como O Pai.

No Período Solar, o princípio de um novo elemento, Ar, foi desenvolvido a unido ao verdadeiro fogo, o qual, note novamente, é sempre invisível a manifestou-se como calor no Período de Saturno. Então, o fogo explodiu em chamas, e o mundo escuro tornou-se uma resplandecente bola de névoa ígnea luminosa em virtude da palavra de poder: "Que se faça luz ".

Convém que o estudante pondere bem a relação entre fogo a chama; o primeiro está adormecido, invisível em todas as coisas e, por várias maneiras, é convertido em luz: pelo golpe de um martelo na pedra, pela fricção da madeira contra a madeira, por combinação química, etc. Isto nos dá um indício da identidade a estado do O PAI, "a quem nenhum homem jamais viu" mas que é revelado na "A Luz do Mundo", o Filho, que é o mais alto Iniciado do Período Solar. Como o fogo invisível é revelado na chama, assim também a plenitude do Pai habita no Filho a Eles são Um, como o fogo é Um com a chama na qual se manifesta. Esta é a origem de toda verdadeira adoração ao Sol ou ao Fogo. Todos vêem além do símbolo físico a adoram "Nosso Pai que está no céu". Os Maçons Místicos de hoje conservam essa fé no fogo tão firmemente como sempre.

Por conseguinte, vemos que a Unidade que prevaleceu no Período de Saturno prosseguiu no Período Solar. A humanidade comum daquele tempo havia já evoluído até a glória dos Arcanjos; alguns eram mais avançados que outros, mas não havia antagonismo entre eles. A humanidade atual tinha avançado para um estágio análogo ao do vegetal a encontrava-se um pouco acima da nova Onda de Vida começada no Período Solar, e a unidade também aqui prevalecia.

No Período Lunar, o contato da esfera aquecida com o Espaço frio gerou umidade e a batalha dos elementos começou com todo seu ímpeto. A ardente bola de fogo procurava evaporar a umidade, forçá-la para fora e criar um vácuo no qual pudesse manter sua integridade e arder tranqüilamente. Mas não há e nem pode haver vazio na natureza, assim, a corrente expelida condensou-se a certa distancia da bola ardente, e foi de novo impelida para dentro pelo frio do Espaço, para ser novamente evaporada e expelida para fora, em um incessante giro que se manteve por eras e eras, como um jogo de peteca entre diversas Hierarquias de Espíritos que compunham os vários Reinos de Vida, representados na Esfera-Fogo e no Espaço Cósmico, que são uma expressão do Homogêneo Espírito Absoluto. Os Espíritos de Fogo estão trabalhando ativamente para obter um aumento de consciência. Mas o Absoluto repousa sempre revestido pelo invisível traje do Espaço Cósmico. N'Ele todos os poderes e possibilidades estão latentes, e Ele procura desencorajar e reprimir qualquer tentativa de gastar a força latente que, como energia dinâmica, é necessária na evolução de um sistema solar. Água é o agente que Ele usou para apagar o fogo dos espíritos ativos. A zona entre o centro ardente do separado Espírito Esfera e o Ponto onde sua atmosfera individual encontra o Espaço Cósmico, é o campo de batalha dos espíritos evoluintes, nas diversas etapas de evolução.

Os Anjos atuais eram humanos no Período Lunar, e o mais alto Iniciado é o Espírito Santo (Jeová).

Da mesma forma que a nossa humanidade e os outros Reinos de Vida na Terra são diversamente afetados pelos elementos presentes, porque alguns gostam de calor, outros preferem o frio, alguns desenvolvem-se na umidade e outros necessitam de aridez, assim também entre os Anjos do Período Lunar, uns tinham afinidade com a água, outros a detestavam e amavam o fogo.

Os contínuos ciclos de condensação e evaporação da umidade que circundava o centro ígneo causaram, conseqüentemente, a incrustação, e o propósito de Jeová foi moldar esta "terra vermelha", traduzido Adam, em formas que pudessem encarcerar e extinguir os espíritos no fogo. Para este fim, Ele pronunciou o fiat criador, e os protótipos do peixe, da ave e de todo o ser vivente apareceram, incluindo mesmo a primitiva forma humana, e estas formas foram todas criadas por Seus Anjos. Assim, Ele desejou fazer, subservientes à Sua vontade, tudo o que vive e se movimenta. Contra este plano, uma minoria de Anjos rebelou-se. Eles tinham grande afinidade com o fogo para suportar o contato com a água, e recusaram-se a criar as formas como lhes foi ordenado. Por isso, privaram-se de uma oportunidade de evoluir através das linhas convencionais, e tornaram-se também uma anomalia na natureza. Além disso, tendo repudiado a autoridade de Jeová, tiveram que conseguir sua própria salvação, à sua maneira. Como isto foi conseguido por Lúcifer, seu Grande Líder, será esclarecido nos capítulos seguintes. Por enquanto, é suficiente dizer que no Período Terrestre, quando vários planetas foram diferenciados para proporcionar ambiente adequado à evolução para cada classe de espíritos, os Anjos, sob Jeová, foram enviados para trabalhar com os habitantes de todos os planetas que possuem Luas, enquanto os espíritos de Lúcifer fizeram sua morada sobre o planeta Marte. O Anjo Gabriel é o representante na Terra da Hierarquia Lunar, presidida por Jeová; o Anjo Samael é o embaixador das forças Marcianas de Lúcifer. Gabriel (que anunciou a Maria o próximo nascimento de Jesus) e seus anjos lunares são, portanto, os dadores da vida física, enquanto Samael e as hostes de Marte são os Anjos da Morte.

Deste modo, originou-se a discórdia na obscura aurora deste Dia Cósmico, e o que vemos hoje como Franco-Maçonaria é uma tentativa das Hierarquias de Fogo, os espíritos de Lúcifer, para trazerem a nós o encarcerado espírito "Luz", a fim de que, através dele, possamos ver e conhecer. O Catolicismo é uma atividade das Hierarquias de água, por isso coloca na porta de seu Templo a "Água Benta", para extinguir os espíritos que procuram a luz e o conhecimento, e para incutir fé em Jeová.

O equinócio da primavera se dá no primeiro ponto de Áries, não importa em que constelações o Sol se encontre por precessão. Assim também o ponto onde o átomo-semente humano vem do mundo invisível e é conduzido pelo Deus Lunar da Geração, Jeová, por intermédio de Seu embaixador, o Anjo Gabriel, é esotericamente o primeiro ponto de Câncer. Este é o signo Cardeal da Triplicidade aquosa, e é regido pela Lua. Aí, a Concepção acontece; mas, se a forma fosse construída de água e somente de suas concreções, ela nunca poderia chegar a nascer. Portanto, quatro meses depois, quando o feto alcança o estágio de desenvolvimento correspondente ao segundo signo da triplicidade aquosa, Scorpius, o oitavo signo, que corresponde à casa da morte, Samael, o intrépido embaixador dos Espíritos de Lúcifer, invade o domínio aquoso da Hierarquia Lunar e introduz a centelha ígnea do espírito na forma inerte para fermentá-la, vivificá-la e moldá-la em uma expressão de si mesma.

Lá, o Cordão Prateado que cresceu do átomo-semente do corpo denso (localizado no coração) desde a concepção, é unido à parte brotada do vórtice central do corpo de desejos (localizado no fígado), e quando o Cordão Prateado é ligado pelo átomo-semente do corpo vital (localizado no plexo solar), o espírito morre para a vida no mundo supra-sensível e vivifica o corpo que vai usar na próxima vida terrena. Esta vida terrena dura até que o curso dos acontecimentos simbolizados na roda da vida, o horóscopo, tenha decorrido; e, quando o espírito alcança novamente o reino de Samael, o Anjo da Morte, a mística 8a Casa, o cordão prateado é desatado e o espírito, que foi dado por Deus, retorna a Ele, até que a aurora de um outro dia de Vida na Escola da Terra lhe indique um novo nascimento, aonde possa ganhar mais proficiência nas artes e ofícios da construção do templo.

Cerca de cinco meses após o ato vivificante, quando o último dos signos aquosos, Pisces, já passou, o representante dos espíritos de Lúcifer, Samael, focaliza as forças do signo ígneo, Áries, no qual Marte é polarizado positivamente. de maneira que, sob o impulso de sua energia dinâmica, as águas do útero são expelidas e o espírito cativo é libertado para o mundo físico, para lutar a batalha da vida. Ele pode bater cegamente sua cabeça contra as forças Cósmicas representadas pelo primeiro dos signos de fogo, Áries, o Carneiro, que é um símbolo da força bruta com que as raças mais primitivas suportavam problemas da vida; ou pode adotar o método mais moderno da astúcia, como um meio de alcançar o domínio sobre outros, cuja característica é indicada no segundo dos signos de fogo, Leo, o Leão, o rei dos animais; ou pode erguer-se acima da natureza animal e apontar para as estrelas com o arco da aspiração espiritual, representado pelo último dos signos de fogo, Sagittarius, o Centauro. O Centauro está precisamente na frente do signo aquoso Scorpius, uma advertência de que aquele que tentar alcançar aquele último estágio e afirmar seu direito divino de escolha e prerrogativa como "Phree Messen", um filho do Fogo e da Luz, sentirá por certo a ferroada do Escorpião no seu calcanhar, o que o incentivará a ir em frente, pelo caminho onde o homem se torna "sábio como serpentes". Desta classe é que a Maçonaria Mística arregimenta homens que têm a indômita coragem de ousar, a inquebrantável energia de fazer, e o diplomático discernimento de saber calar.